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ARQUIVO 21 - PERGUNTAS  E  RESPOSTAS  DE  OUTUBRO A DEZEMBRO 2002

Este foro é aberto ao público. Todos são convidados a perguntar, questionar, divergir, opinar, ou esclarecer. Mande suas consultas e opiniões para um dos endereços abaixo e nós responderemos com a maior brevidade possível. As mensagens de interesse geral, juntamente com as respostas, serão publicadas com o nome do autor. Respostas já publicadas podem sofrer revisões.

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Q#500: Encontrando o rumo
Prezado Ricardo,
Sou um franqueado de escola de idiomas, desejo sair deste meio e me tornar um exímio professor de Inglês, mas só tenho capacidade de lecionar níveis para iniciantes. Também desejo possuir minha verdadeiramente PRÓPRIA escola de idiomas e, vendo seu site, fiquei muito interessado. Gostaria de saber o que é necessário para me tornar um exelente professor, pois eu adoro ser empreededor, mas AMO ser PROFESSOR de inglês.
Por favor, me envie dicas de como eu posso me tornar fluente neste idioma o mais rápido possível, isto é, qual o melhor método.
OBS: eu gostaria de que vocês mantivessem meu nome no anonimato, pois poderia me atrapalhar se caso alguém da rede da qual sou franqueado souber.
JA <***@hotmail.com> Dec 31, 02
Prezado JA,

Em primeiro lugar, meus parabéns por ter escolhido o caminho da seriedade profissional. Assim como você, muitos outros devem estar se dando conta de que o bom ensino de línguas não é aquele padronizado em pacote e comercializado pelas grandes redes. É no mínimo saudável esse seu interesse em se afastar da fórmula mercantilista e procurar um caminho mais acadêmico. Além disso, sua humildade e coragem em reconhecer suas limitações são prova de inteligência e de um caráter nobre.

Permita-me aqui entretanto discordar de sua afirmação de que possui capacidade de ensinar apenas iniciantes. Aquele que ainda não possui pleno domínio sobre o idioma, não deveria jamais instruir iniciantes, pois estaria transferindo a linguagem com desvios justamente no momento em que o aluno começa a formar a matriz de sons da língua estrangeira. Principalmente no caso de crianças e adolescentes, essa preocupação deve ser grande. Se o instrutor tiver uma proficiência limitada, com sotaque e outros desvios que normalmente caracterizam aquele que não é nativo, todos esses desvios serão transferidos à criança, podendo causar danos irreversíveis a seu potencial de assimilação. Seria como colocar a gema bruta nas mãos de um lapidador aprendiz.

São três a qualificações que você deve buscar para se tornar um bom professor de inglês:

A primeira qualidade (na verdade um pré-requisito) - fluência e competência cultural - é a mais importante e a mais difícil de ser alcançada. E para isto não há método. Há, isto sim, a necessidade de perseverar numa longa caminhada. Proficiência plena em inglês só é alcançada por assimilação em ambientes autênticos da língua e da cultura estrangeira. Tais ambientes você encontra preferencialmente no exterior, mas pode encontrá-los também aqui em boas escolas de inglês. Em nosso site você encontra orientações sobre como escolher um programa de inglês no exterior e como escolher uma escola de inglês no Brasil.

A segunda qualidade importante para um instrutor de língua estrangeira está nas suas características de personalidade, as quais têm um papel especialmente importante nas modernas abordagens comunicativas. O bom instrutor deve ser hábil no plano pessoal-psicológico para construir um relacionamento forte com os alunos, explorando os aspectos psicológicos na relação ensino-aprendizado.

Finalmente, o instrutor deve ter conhecimento dos conceitos de language learning e language acquisition e da diferença entre eles, conhecimentos de psicologia educacional, linguística comparada, diferentes métodos de ensino de línguas, fonologia, gramática e alguma experiência como instrutor.

Veja uma descrição mais detalhada sobre as qualificações de um bom professor de inglês em nossa página O que é um bom professor de inglês.

Desejamos-lhe boa sorte.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#499: Curso de inglês ou conversação informal?
Prezado Ricardo,
Primeiramente, parabéns pelo seu trabalho e competência. Sempre acesso seu website e desta vez gostaria de esclarecer uma dúvida que tenho.
Sou profissional graduado em Administração e possuo inglês de nível high-intermediate, quase avançado. Através do seu site pude entender a diferença entre language learning e acquisition. Por esta razão deixei de frequentar um curso de inglês aqui em São Paulo, considerado um dos melhores do Brasil, deixando de gastar uma fortuna.
Esse curso possuia professores muito bons, até mesmo alguns nativos, mas de nada adiantava pois seguia muito o language learning, deixando a interação humana de lado, se prendendo muito em livros, avaliações, além disso a sala tinha quase dez alunos. Sendo assim, preferi parar de gastar uma grana alta, cerca de quase R$ 400,00 por mês, para poupar para uma viagem para o Canadá em 2003. A parte ruim é que não poderei ficar mais do que um mês, pois será o período das minhas férias. Há um tempinho atrás eu tive a oportunidade de fazer uma viagem de intercâmbio para os EUA, ficando um mês, percebendo de fato o que é realmente language acquisition. Atualmente, venho praticando language acquisition com um amigo americano, uma vez por semana, simplesmente mantendo conversação em inglês, além de ler bastante livros, revistas e escutar músicas e assistir a filmes. Acredito que atingi esse nível de inglês não devido ao curso, mas devido ao meu contato com a cultura americana aqui no Brasil, pois quando parei o curso, eu tinha terminado o básico e, somente por curiosidade, fui recentemente fazer um teste classificatório na mesma escola e acabei caindo no final do high-intermediate. Penso em voltar a fazer este curso, mas fico me perguntando se vale a pena pagar tanto por um curso que se diz ser o melhor e que na verdade me deixou muito desmotivado, ou guardar dinheiro para o intercâmbio nem que seja por um mês. Acredito que um mês seja um tempo bom para mim, melhor do que nada, levando em conta que já estou num nível bom e que tenho talento com línguas. Assim que voltar, pretendo prestar o Michigan e outros exames, pois será útil para o meu currículo. Em fim, na sua opinião, o senhor acha que se eu continuar desta forma e com essa viagem de intercâmbio, eu poderei evoluir mais no inglês e prestar com sucesso os exames de proficiência ou seria necessário um curso a mais? Gostaria de uma orientação.
Muito obrigado e me desculpe pelo tamanho da pergunta.
Rodrigo K. - São Paulo, SP <rodrigok23*hotmail.com> Dec 14, 02
Prezado Rodrigo,

Você está absolutamente certo ao trocar o curso atrelado a um plano didático por conversação criativa no contato com a língua e a cultura em ambientes informais. Uma nova viagem ao exterior seria o complemento ideal. Cuidado entretanto com as grandes empresas de intercâmbio, aquelas com filiais por todo o Brasil. As escolas que eles representam provavelmente são boas, mas a probabilidade de você acabar mergulhando num ambiente de língua e cultura brasileira é alta. Quanto maior a agência de intercâmbio, tanto maior a chance de se encontrar conterrâneos brasileiros, com os quais invariavelmente acaba-se falando português. Este é um fator de peso para o aproveitamento do aluno.

Leia também Como Aprender Inglês no Exterior.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#498: Planejamento de ensino de inglês na escola fundamental
Olá,
Meu nome é Audrey e sou professora de 1 e 2 séries do ensino fundamental da rede particular de ensino. Neste final de ano foi-me solicitado começar o planejamento de 2003 escrevendo sobre: as concepções do ensino de língua inglesa e também os objetivos funcionais de cada série. Eu estou encontrando um pouco de dificuldade em escrever sobre os tópicos solicitados por que acabo por confundir esses dois assuntos, tornando-os uma coisa só. Gostaria de sua ajuda para entender melhor esses assuntos. Será que você pode me ajudar?
Grata. Audrey Souza <reaurenato*uol.com.br> Dec 3, 02
Prezada Audrey,
Sobre as concepções do ensino de línguas, ou seja, sobre aquilo que se sabe hoje a respeito do ensino de línguas, eu sugiro que você comece definindo língua, enfatizando tratar-se de um fenômeno fundamentalmente oral. Veja a página deste site O que é língua?

Pode continuar escrevendo sobre como se aprende línguas, principalmente como crianças aprendem. Sobre isso veja Por que crianças aprendem melhor?

Pode concluir com sugestões sobre como deveríamos ensinar. Aqui não deixe de estabelecer uma diferença entre o que é indicado para uma língua com alto grau de irregularidade e baixo grau de similaridade em relação à L1, como no caso do inglês, e aquilo que seria indicado para uma língua com um baixo grau de irregularidade e alto grau de similaridade à L1, como no caso do espanhol. Sobre isso veja O papel da escola e Assimilação natural x estudo formal.

Não deixe de ler também a bibliografia que você encontra nessas páginas. Você também encontrará conceitos interessantes no PCN sobre línguas estrangeiras do Ministério da Educação.

A solicitação para que você escreva sobre os objetivos funcionais de cada série revela um certo desconhecimento de quem solicitou. O desenvolvimento da habilidade com uma língua estrangeira é difícil de ser medido, depende de um conjunto de habilidades que devem ser desenvolvidas em harmonia, não segue etapas distintas e não deve estar atrelado a um plano serializado e com objetivos específicos. Em resumo, não devem haver metas além do objetivo principal de se conseguir criar um ambiente autêntico de língua e cultura estrangeira que proporcione o engajamento da criança em situações reais de comunicação.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#497: Como traduzir a indeterminação do sujeito
Hello,
In Portuguese when one is doing a scientific report he/she always uses a particle which means no specific person (alugou-SE, verificou-SE...) rather than (EU aluguei, EU verifiquei...) Also, the abstracts usually have a lot of passive voice (foi analisado...) I'd like to know what's the best way to put it in English... I've heard that I can use the first person (I) with no problems.. Is that true?
Thanks José Roberto <josezambon*merconet.com.br> Dec 1, 02
Caro José Roberto,
Você está certo quando substitui a partícula apassivadora ou o símbolo de indeterminação do sujeito "se" do português pelo sujeito explícito em inglês; no caso de abstracts "I" ou "we" se o trabalho for assinado por mais de um pesquisador. A aversão ao uso da voz passiva pode ser especialmente observada no inglês norte-americano.
Sua pergunta é muito pertinente, pois revela um forte e interessante contraste entre as duas línguas. No português escrito observa-se uma tendência de se usar um tom de linguagem vago, fazendo-se frequente uso de recursos gramaticais como sujeito indeterminado e voz passiva, que permitem omitir o sujeito - um dos elementos essenciais da oração. No português valoriza-se a linguagem afastada dos fatos e maquiada pelas formas, enquanto que a beleza estética do inglês moderno está na substância, na simplicidade, na clareza, na riqueza de detalhes e na integridade lógica.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#496: Como tornar-se um professor de inglês VI
Prezado Ricardo,
Primeiramente gostaria de dizer que você é o culpado por receber tantos e-mails como deve receber. Isso ocorre pela presteza e boa vontade com as quais somos recebidos por você e sua equipe.
Dessa forma, venho abusar mais um pouco de sua experiência para esclarecer um ponto importante para mim.
Sempre fui uma pessoa fissurada por inglês. Desde cedo frequentei esses cursinhos comuns que tem por aí. Entretanto, posso assegurar que a maior parte do meu conhecimento foi fruto de auto-aprendizado mesmo. Faz pelo menos 20 anos que estudo sistematicamente inglês. Tenho realmente muita facilidade e (dizem) uma fluência diferenciada. Mas não é este o ponto.
Sou Engenheiro Civil por contingência mas professor de inglês por vocação. Você vê possibilidade de eu me tornar um professor de inglês? Obviamente, inicialmente, teria que continuar minhas atividades de engenheiro até me desenvolver na nova profissão. Mas mais tarde, com certeza, pelo menos assim espero, poderia me dedicar exclusivamente à essa atividade que, para mim, é um sonho (dizem que sou louco pois ninguém tem o sonho de ser professor de inglês) e abrir meu próprio curso. Devo dizer que fiquei maravilhado com os conceitos que você traz sobre "Aprendizado por Aquisição", que vem ao encontro do que eu sempre pensei sobre aprendizado de uma língua estrangeira.
Moro em Porto Alegre e, algumas pessoas dizem que eu prestando o exame "Michigan" no CULTURAL, seria suficiente para estar habilitado a ensinar. Outros falam no TOEFL. Minha maior dúvida é se algum curso de inglês daria oportunidade para alguém que não possua o curso de Letras. Se você puder responder, gostaria de receber sua opinião sobre tudo isso. Agradeço desde já sua colaboração.
Atenciosamente,
André Oliveira de Souza <belgoarmado*cofercan.com.br> Nov 25, 02

Caro André,
Obrigado por sua participação.

Qualificação e habilitação (licenciamento) são dois conceitos diferentes. Qualificação é o conteúdo, enquanto que habilitação é um rótulo que, como todo rótulo, não representa garantia de qualidade do conteúdo.

Qualificação e habilitação são diferentes principalmente quando o agente habilitador carece de competência e o licenciamento é fornecido sem que haja qualificação. É o caso de muitos cursos de letras no Brasil que licenciam (habilitam) professores de inglês sem saber qualificá-los.

Portanto, se eu fosse você, daria menos importância ao licenciamento e partiria em busca de qualificação. São três os aspectos que qualificam um professor de inglês:

A primeira qualidade (na verdade um pré-requisito) - fluência e competência cultural - é a mais importante e é melhor obtida por assimilação em ambientes autênticos da língua e da cultura estrangeira. Se você já possui pleno domínio e deseja comprová-lo, pode se submeter a qualquer um dos exames de avaliação de proficiência conhecidos - Michigan, TOEFL, IELTS, CPE -, os quais são unicamente exames de avaliação de proficiência cujo objetivo é apenas tirar um retrato, o mais fiel possível, da habilidade funcional da pessoa no momento em que se submeteu ao exame. Veja nossa página sobre exames de proficiência em inglês.

A segunda qualidade importante para um instrutor de língua estrangeira está nas características de sua personalidade, as quais têm um papel especialmente importante nas abordagens comunicativas. O bom instrutor deve possuir um conjunto de habilidades no plano pessoal-psicológico que lhe permitam construir um relacionamento forte com os alunos, explorando aspectos psicológicos na relação ensino-aprendizado. (Veja novamente em nossa página O que é um bom professor de inglês uma descrição mais detalhada sobre isso.) Esta é lamentavelmente uma área pouco estudada e mesmo negligenciada pela maioria dos cursos universitários formadores de professores de línguas.

A terceira qualidade de um professor de inglês é a qualificação acadêmica. É indispensável que o instrutor tenha clara consciência dos conceitos de language learning e language acquisition e da diferença entre eles, desejável também que tenha conhecimentos de psicologia educacional, linguística comparada, diferentes métodos de ensino de línguas, fonologia, gramática e alguma experiência como instrutor. Muitos desses conhecimentos você pode obter em algumas disciplinas dos cursos de letras no Brasil ou ainda melhor se fizesse um TESL certification no exterior. Até mesmo como autodidata, pela leitura de bons livros e de sites como o nosso, você pode alcançar um bom conhecimento sobre ensino e aprendizado de inglês.

Finalmente, sobre seu interesse em se iniciar na profissão, nossa recomendação é que você tenha sempre como objetivo maior tornar-se independente. Assim que tiver alguma experiência, sentindo-se capaz, deve pensar em montar sua própria escola. Defendemos a ideia de um ensino de línguas não-padronizado e acreditamos que escolas de idiomas independentes, em mãos daqueles quem têm competência linguística, trarão maior eficácia ao ensino de línguas no Brasil.

Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#495: A vogal neutra
Primeiramente, parabéns pela página, muito instrutiva.
Tenho uma questão:
Estava observando meu dicionário e verifiquei uma diferenciação no fonema a neutro, que você chama de /â/, ele tem mais dois fonemas extremamente próximas (a meu modo de ver) desta vogal neutra, são eles: das palavras 'term' 'verb' que chamarei aqui de /&/, e das palabras 'tub', 'hug', 'mug' que chamarei aqui de /^/, e que são diferentes da vogal neutra /â/ das palavras 'the' 'abroad' por exemplo.
Digo isto, por que vocês, na página sobre vogais, consideram essas variações como o mesmo fonema.
Frederico <frederico.salmi*santher.com.br> Nov 28, 02
Prezado Frederico,
Você tem razão. Existem diferenças fonéticas na vogal neutra dos exemplos que você citou. Na verdade, é ilimitado o grau de precisão com que podemos apresentar uma descrição fonética de uma língua. Nós, em nossa página sobre vogais, optamos por uma descrição simplificada, em que a vogal neutra chamada de schwa é sempre o mesmo fonema, seja ela tônica ou não, e esteja ela alterada pela presença da semi-consoante retroflexa /r/ ou não. A maioria dos dicionários, em suas transcrições fonéticas, mostram essas variações em suas descrições fonéticas usando símbolos diferentes.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB

Q#494: Intermediação para matrícula em universidade no exterior
Prezados Senhores,
Obrigado por existirem.
Meu filho está seriamente pensando em fazer curso superior nos EUA. Foi-lhe oferecido em um curso de inglês daqui do Brasil os serviços de intermediação (não muito baratos) através de uma empresa chamada AUAP. Isto é necessário? Há outros intermediários? O que vocês acham?
Rodolfo <rodolfosilva6*hotmail.com> Nov 19, 02
Prezado Rodolfo,
O grande interesse pela formação acadêmica de qualidade proporcionada pelas universidades norte-americanas faz com que surjam empresas que vendem serviços de orientação na escolha e intermediação no processo de matrícula. Além de cobrarem preços que não são baratos, são dispensáveis, pois basta o candidato entender inglês e saber usar a Internet, para obter todas as informações necessárias. Além disso, o candidato que mantém contato direto com as universidades pelas quais se interessa causa uma melhor impressão do que aqueles que usam intermediários. Finalmente, existem também guias de cursos superiores nos EUA e Canadá que podem ser comprados pela Internet (Amazon.com por cerca de 30 a 40 dólares) e que oferecem farta orientação. Um desses guias é o renomado Peterson's.

O sistema de ingresso em universidades norte-americanas é simples, permitindo que qualquer um faça sua matrícula, sem necessidade de intermediação. Entretanto, para quem realmente sente-se desamparado na escolha de um programa de estudos superiores nos EUA, existem empresas prestadoras deste tipo de serviço, tanto aqui no Brasil quanto no exterior. Uma dessas empresas é a AUAP - American Universities Admission Program, que presta este serviço pela Internet. Existem também entidades que prestam serviços de intermediação gratuitamente, como por exemplo o International Education Service.

Leia nossa página sobre Educação Superior nos EUA e Canadá.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB

Q#493: Pronouncing dictionaries
Há algum tempo atrás, um excelente professor, com quem já não tenho contato, indicou em um curso de inglês muito bom que fiz, um dicionário chamado "A Pronouncing Dictionary of American English - by John S. Kenyon and Thomas A. Knott - (Merriam-Webster)". Como tanto o curso como o professor foram inesquecíveis, tomei um carinho enorme pelo dicionário e mais, uma confiança, uma credibilidade muito grande. Há alguns anos resolvi voltar para a faculdade e numa aula levei o meu dicionário, o qual foi duramente criticado pela professora que, entre outras coisas, disse que ele não seguia as normas internacionais etc, etc.. Tentei contrapor mas nem conseguia falar, ela não me dava oportunidade. E o mais triste é que ela não chegava aos pés do meu professor antes mencionado. Essa professora exigiu que em sua aula fosse usado o "English Pronouncing Dictionary - by Daniel Jones - Cambridge". Sem dúvida comprei o tal dicionário, que não me agradou tanto. Adoro estudar a língua e, agora que resolvi retomar meus estudos sozinha, lembrei que posso conversar com vocês. Gostaria de ouvir uma opinião a respeito dos dois dicionários, da qualidade e da credibilidade que merecem ter.
Obrigada desde já pela atenção,
Elisa Regina Oliveira <elisaregina.oliveira*bol.com.br> Nov 18, 02

Prezada Elisa,
Conheço ambos os dicionários que você mencionou e não vejo diferença significativa entre eles. Talvez os símbolos fonéticos do Merriam-Webster sejam mais fáceis de interpretar, mas isso é apenas questão de hábito.

Dicionários de pronúncia são essencialmente dicionários sem a definição, só com a representação fonética. Têm a vantagem do tamanho e do peso reduzido, mas a desvantagem da falta da definição. São úteis para nós que carecemos de contato com a língua falada, mas hoje já existem os speaking dictionaries eletrônicos, que reúnem todas as vantagens: são pequenos, leves, têm a pronúncia e a definição. Em relação aos dicionários de pronúncia impressos, que oferecem apenas informação visual sobre a pronúncia, os eletrônicos são muito mais reais, pois reproduzem a pronúncia na forma de som. Afinal, assimilamos a ortografia correta pela visão e a pronúncia correta pela audição.

A única desvantagem dos dicionários eletrônicos é o preço e a dificuldade de serem encontrados.
Veja mais sobre isso em Dicas sobre Pronúncia.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#492: Como ensinar meu filho
Tenho uma filha de 3 anos e meio. Moramos no Brasil, em Belo Horizonte. Sou fluente na língua inglesa. Professor a 5 anos, com uma experiência de 10 anos nos Estados Unidos. Tenho dificuldade em ensinar o inglês para minha filha, já que a mesma mostra resistência quando tento falar a língua. Qual seria a melhor maneira de introdução da língua estrangeira em seu desenvolvimento, já que ela está numa idade adequada.
Desde já agradeço antecipadamente. Ricardo Rangel Bittencourt <ricardorb*brfree.com.br> Nov 14, 02
Prezado Ricardo,
Pais e familiares não devem iludir-se com a possibilidade de ensinar uma segunda língua a seus filhos usando-a em paralelo à língua predominante.

Língua é um elemento de relacionamento humano. A língua usada é parte importante do relacionamento entre duas pessoas. A língua que a criança fala faz parte do relacionamento que a criança mantém com cada pessoa em seu ambiente. A intimidade de um ambiente familiar tem uma identidade única, tornando-se difícil criar ambientes múltiplos, caracterizados por diferentes línguas. A língua que a família usa é a língua que a criança assimilará. Para assimilar outras línguas, a criança terá que frequentar outros ambientes.

O caminho ideal é encontrar falantes nativos de inglês que venham a construir um relacionamento com sua filha, desde o início, em inglês e unicamente em inglês. A autenticidade do ambiente é o segredo.

Veja aqui mais sobre o aprendizado de crianças.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#491: Frescura
Dear Ricardo,
How do you say "frescura" in English?
Ívison dos Passos Martins <ivisohn*bol.com.br> Nov 11, 02

Prezado Ívison,
"Frescura", no português do Brasil, é uma palavra de largo uso em linguagem informal e com vários sentidos:

1) expressão, atitude ou comportamento livre, malicioso, desnecessário   —   foolishness, nonsense;
2) comportamento reservado ou constrangido, afeito a moralismo excessivo   —   affectation;
3) apego a convenções e preconceitos   —   prissiness;
4) atitude de quem é afeminado, maricas   —   effeminacy.

Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#490: A agonia de um futuro professor
Olá,
Quero ressaltar a qualidade de informações que vcs colocam à disposição de todos aqueles que, como eu, querem buscar sentido na aprendizagem do idioma. As informações são excelentes, completas... enfim só temos a agradecer.
Faço letras, em uma Universidade Federal... e como dentro da faculdade o objetivo principal, de longe, não é fluência no idioma e sim seus aspectos gramaticais e linguísticos, resolvi procurar um curso de inglês para tentar desenvolver a oralidade (em uma franquia!!!). Primeiro matriculei-me em uma em que só haviam frases, frases escritas.... Numa segunda tentativa, matriculei-me em uma com alta carga de gramática e alguns exercícios sem muito sentido... Nas duas nada de oralidade. Agora matriculei-me numa terceira e, como estudante de letras que busca certa "fluência" foi, dentre todas as outras franquias, a que melhor correspondeu as minhas expectativas. Mas estou ainda pouco confiante no tal método avançado, com técnicas de neurolinguística... e, após ler a resposta 484 de vocês com o texto escrito pelo Sr. Bonella, fiquei ainda mais na dúvida se um curso que baseia-se somente na oralidade, sem apresentar o mínimo de explicações gramaticais é válido. Se aprender um grupo de palavras, verbos e expressões em cada aula, e repeti-los sistematicamente, irá conduzir o aluno a uma certa oralidade independente; ou no final dos 5 livros (5 semestres de tempo e dinheiro !!!) ele irá comunicar-se apenas com aquelas palavras e expressões dos livros.
Enfim qual a opinião de vocês a respeito de cursos que dão ênfase somente à conversação (onde o aluno, por assimilação, saberá usar, por exemplo, um present perfect, um past continuous.... mas sem saber que o que ele está dizendo corresponde gramaticalmente a uma determinada estrutura). No meu caso, que faço letras, encontrei uma complementação entre a faculdade e o curso, pois na faculdade eu aprendo gramática (que não encontro no curso) e no curso oralidade (que não encontro na faculdade), mas ainda não consigo determinar se esse é realmente o casamento perfeito. Por favor me ajudem a encontrar uma diretriz, pois esta é a terceira escola em que me matriculo e não quero errar na escolha novamente.
Agradeço Marcello <paideia79*bol.com.br> Oct 12, 02
Prezado Marcello,
Obrigado por sua participação.
Seus questionamentos já foram em parte discutidos em nosso fórum de discussões, mas permita-me aqui aprofundar um pouco mais as questões.
 
FACULDADE DE LETRAS:
Em primeiro lugar, você deveria questionar o chefe do departamento de seu curso de letras sobre o porquê de fluência não ser um dos objetivos da faculdade, além do conhecimento metalinguístico oferecido pelo programa. Como é que eles podem lhe ensinar como ensinar inglês se eles próprios não o fazem? Fazer não seria a melhor forma de demonstrar como se faz? E no final do curso, como é que vão distribuir diplomas a graduandos que nem sequer sabem falar fluentemente o idioma que devem ensinar? Não seria como oferecer um curso para formação de instrutores de auto-escolas que não sabem dirigir ao ingressarem no curso, nem ao se formarem? Pergunte-lhes se um professor de língua estrangeira que a fala com desvios e limitações não seria equivalente a um professor de música que canta e toca desafinado.
 
O MÉTODO DA FRANQUIA:
Em segundo lugar, sobre o método empregado pela franquia onde você e o Sr. Bonella estudam, trata-se da mais autêntica versão do método audiolingual, muito popular nas décadas de 60 e 70, baseado em um plano didático rígido, gramaticalmente estruturado (embora a gramática não seja explicitamente apresentada), memorização de vocabulário e exercícios de repetição mecânica.
Acreditava-se na época que o aprendizado de línguas estaria relacionado a reflexos condicionados, e que a mecânica de imitar, repetir, memorizar e exercitar palavras e frases-modelo seria instrumental para se alcançar habilidade comunicativa. É esta visão que acabou dando origem aos métodos áudio-orais e audiovisuais, baseados em automatismo e atrelados a planos didáticos tipo Livro 1, Livro 2, etc. O fato de enfatizarem a oralidade é positivo e a ausência de estudo de gramática não é grave. O problema é que a oralidade é trabalhada na forma de uma repetição oral mecânica predeterminada e não-criativa, não podendo isso ser considerado conversação. Exercícios de memorização e repetição oral mecânica eventuais podem se constituir num complemento útil para aqueles que têm tempo e força de vontade sobrando. Entretanto, podem ser praticados em casa, não exigindo professor e não precisando custar 700 reais por semestre.
Não vejo tampouco relação dos planos didáticos tipo Livro 1, 2, 3 com a neurolinguística, ciência que estuda a estrutura funcional do cérebro e sua relação com a comunicação humana, sob um prisma mais clínico do que pedagógico. Será que não quiseram apenas dourar a pílula da velha receita com um termo científico moderno? A ciência que inspira e determina os rumos para as metodologias de ensino de línguas, a propósito, não é a neurolinguística, é a psicolinguística, ciência que estuda os aspectos psicológicos relativos ao desenvolvimento do conhecimento e à assimilação de línguas. Portanto, ensino e aprendizado de línguas não é neurologia, é quase que psicologia pura.
 
O CAMINHO CERTO
Para um método de ensino de língua estrangeira ser eficaz, teria que eliminar o plano didático rígido, abrindo espaço para a construção de relações humanas autênticas catalizadas pela língua-alvo e fundamentadas na habilidade pessoal do instrutor. É num ambiente de convívio assim, caracterizado pela presença da língua e da cultura, em que o participante vivencia situações reais de comunicação, que você encontraria o verdadeiro complemento que lhe falta. Melhor dito, esse seria o aprendizado propriamente dito, enquanto que a faculdade de letras seria um complemento posterior e o cursinho um esforço dispensável.
Você deve também ler nossa página sobre o que é um bom professor, bem como o conjunto de perguntas e respostas sobre como tornar-se um professor de inglês.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

PERGUNTAS & RESPOSTAS:
ÍNDICE
JULHO 2005 - DEZEMBRO 2006  |  JANEIRO - JUNHO 2005
JULHO - DEZEMBRO 2004  |  JANEIRO - JUNHO 2004
JULHO - DEZEMBRO 2003  |  ABRIL - JUNHO 2003
JANEIRO - MARÇO 2003  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 2002
JULHO - SETEMBRO 2002  |  ABRIL - JUNHO 2002
JANEIRO - MARÇO 2002  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 2001
JULHO - SETEMBRO 2001  |  ABRIL  - JUNHO 2001
JANEIRO - MARÇO 2001  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 2000
JULHO - SETEMBRO 2000  |  ABRIL  - JUNHO 2000
JANEIRO - MARÇO 2000  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 99
JULHO - SETEMBRO 99  |  ABRIL - JUNHO 99
JANEIRO - MARÇO  99  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 98
JULHO - SETEMBRO 98  |  JANEIRO - JUNHO 98
MARÇO - DEZEMBRO 97  |  SETEMBRO 96 - MARÇO 97

Mande suas consultas para um dos endereços abaixo e nós responderemos com a maior brevidade possível. As perguntas interessantes, juntamente com as respostas, serão publicadas com o nome do autor.

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