English Made in Brazil
---------     E  D  U  C  A  T  I  O  N  A  L     S  I  T  E    ----------
----------------------------------------------------------------------------------
Schütz & Kanomata - ESL
NATIVE SPOKEN ENGLISH
 PATROCINADOR
 

ARQUIVO 4 - PERGUNTAS E RESPOSTAS DE JULHO A SETEMBRO DE 98

Este foro é aberto ao público. Todos são convidados a perguntar, questionar, divergir, opinar, ou esclarecer. Mande suas consultas e opiniões para um dos endereços abaixo e nós responderemos com a maior brevidade possível. As mensagens interessantes, juntamente com as respostas, serão publicadas com o nome do autor.

As opiniões aqui emitidas não são de responsabilidade dos patrocinadores deste site.

Conheça aqui a equipe do English Made in Brazil


Q #154: Separação silábica em inglês
Este site é ótimo, parabéns. Meu nome é Simone e preciso muito aprender a separação de sílabas na Língua Inglesa, pois meus alunos estão me questionando a esse respeito. Se puderem me enviar algum material ou melhor, referências bibliográficas para que eu possa comprar livros e estudar o assunto eu agradeço muito. Um abraço.
Simone <nsantunes*ineparnet.com.br> Sep 29, 1998.
 
A: Prezada Simone,
Lembre-se que inglês é uma língua stressed-timed, e não syllable-timed como o português do Brasil. (Veja mais sobre isso aqui.) Talvez por essa razão, em inglês, não existe uma única abordagem à questão da hifenização de palavras no ponto de quebra da linha. Enquanto que em português ela é silábica, isto é, fonética, em inglês britânico ela é preferencialmente morfológica, e no inglês norte-americano a hifenização tende a ser fonética. Não existe, entretanto, consenso entre diferentes dicionários, e a regra geral a ser seguida é a de que o objetivo maior é sempre distrair o leitor o mínimo possível no ponto de quebra da linha. Portanto, com os novos recursos oferecidos pela microinformática, a necessidade de hifenização ficou reduzida significativamente, bem como sua importância. Veja o que Quirk, Greenbaum, Leech e Svartvik dizem a respeito:
Veja mais sobre esse assunto nos seguintes livros:
      - Quirk, Randolph and S. Greenbaum, G. Leech and J. Svartvik - A Grammar of Contemporary English - Longman, 1980.
      - McArthur, Tom The Oxford Companion to the English Language. New York: Oxford University Press, 1992.
      - The New York Public Library, The New York Public Library Writer’s Guide to Style and Usage. Harper-Collins, 1994.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #153: Dear Mr. or Mrs., Here is Sheilla from Cuiabá. Last year I needed information for an English course in the USA and you promptly sent me information, it was very useful. This time I want to go there to take a master course or an extension course. I`m a biologist and I would like to study Genetics or any area related to Oncology, Parasitology. I`m married and my husband would like to study there as well. He intends to study in the Business and Marketing area. If you know any kind of program in the same city for us and if you can send me information about it, the cost or if it's possible to have any kind of scholarship, I`ll really apreciate that. I`ll be waiting for further information.
Your faithfully, Sheilla <manzano*nutecnet.com.br> Sep 27, 1998.
 
A: Dear Sheilla,
Nice to hear from you again.
There are 12 universities in the US offering graduate programs in Parasitology, about 115 in Genetics, about 450 in Biology & Biomedical Sciences, and more than 650 in Business Administration & Management. As for Oncology, I think it is considered a branch of Biology & Biomedical Sciences. Therefore, you should first make a decision regarding your study subject. If you decide to go for Parasitology, you can start considering the 12 universities. Most of them also have graduate programs in the business area. However, if your decision is for Biology, your choice will be more difficult. Anyway, here is the list of 12 universities with Parasitology graduate programs:
     Johns Hopkins U.
     Louisiana State U. - Medical Center
     McGill U.
     New York U.
     Oklahoma State U.
     Oregon State U.
     Purdue U. (West Lafayette)
     Tulane U.
     U. of California, Berkeley
     U. of Georgia
     U. of Notre Dame
     U. of Pennsylvania
Regards, Ricardo - EMB

Q #152: alveolar stops (oclusivas alveolares)
Olá. Na minha opinião uma das coisas mais complicadas na pronúncia do inglês são os alveolar stops. Gostaria de saber quando e como usá-los e também se existe um modo de praticá-los.
Obrigado, Maria Jose Ramos de Moncada Cunha <dany*radnet.com.br> Sep 21, 1998.
 
A: Prezado Amigo,
1) As alveolar stops (oclusivas alveolares) do inglês /t/ e /d/ correspondem em português a oclusivas cujo ponto de articulação não é exatamente alveolar, mas alveolar-dental, isto é, ligeiramente mais para a frente. Esta diferença, entretanto, não causa maiores problemas. O grande problema surge, tanto para estudantes de ESL como de PSL, quando /t/ e /d/ ocorrerem antes de /iy/ ou /I/, com forte probabilidade de erro fonológico. Em português (com exceção de alguns dialetos do nordeste brasileiro, de Santa Catarina e da região da fronteira gaúcha) não existe [ti] nem [di]. Sempre que /t/ ou /d/ ocorrem antes de /i/, transformam-se respectivamente em [tshi] e [dji], como nas palavras leite [leitshi] e pode [pódji]. Se esta interpretação for transferida ao inglês, neutralizará o contraste entre palavras como:
till [tIl] - chill [tshIl]
tip [tIp] - chip [tshIp]
deep [diyp] - jeep [djiyp]
2) FLAPPING RULE


Um segundo problema envolvendo as oclusivas alveolares é o fenômeno observado no dialeto norte-americano conhecido como flapping rule. Esta regra explica a transformação ("enfraquecimento") dos fonemas /t/ e /d/ em [Ð] (parecido com o "r" fraco do português) sempre que eles ocorrerem entre vogais, sendo a primeira tônica. Exemplo de palavras em que ocorre o flapping: better, butter, city, water, writer, matter, automatic, category, demonstrated, etc.
Se compararmos a articulação da flapped consonant [Ð] do inglês com o fonema /r/ como em para ['paÐa] do português, veremos que trata-se de duas consoantes parecidas a ponto de permitir uma simples transferência de uma língua para outra.
3) Permita-me aqui discordar quanto ao grau de importância destes problemas acima discutidos, referentes às consoantes oclusivas alveolares. Na minha opinião os problemas de pronúncia envolvendo vogais são mais persistentes bem como carregam maior probabilidade de mal-entendidos.
Em sistemas fonológicos com um grande número de fonemas vogais, como é o caso do inglês, a diferenciação entre cada um tende a ser mínima. Parte do problema deve-se ao fato de que não existem delimitações claras e precisas entre vogais. No estudo da fonologia, a descrição e a classificação das consoantes é muito mais fácil. Um som pode ser uma oclusiva ou uma fricativa, mas dificilmente poderá ser classificado como algo intermediário. É perfeitamente possível, entretanto, produzir um som intermediário entre uma vogal alta e uma média. Portanto, talvez seja este o problema maior não apenas para aqueles que falam português como língua mãe, mas para todos aqueles cujas línguas não possuem um espectro vocálico tão grande quanto o inglês. O número elevado de vogais com relevância fonêmica no inglês é portanto um aspecto de importância maior do que a maioria dos problemas fonológicos envolvendo consoantes. Obrigado pela sua participação.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #151:Pronomes interrogativos na função de sujeito
Ricardo, Você poderia me esclarecer a seguinte dúvida? Por que verbos como "happen" e "interview" não necessitam do auxiliar did para perguntas? Existem outros verbos com os quais isto ocorre? Você poderia me indicar quais são eles? <campos*aol.com.br> Sep 20, 1998.
 
A: Prezados Wagner e Regina,
Isso não depende do verbo; acontece sempre que o pronome interrogativo estiver na função de sujeito. Compare os exemplos:
Who killed the man? - (Sujeito: who; objeto: the man)
Who did the man kill? - (Sujeito: the man; objeto: who)
What happened? - (Sujeito: what)
When did it happen? - (Sujeito: it)
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #150: Na pronúncia de "with", o "th" tem duas possibilidades de pronúncia, a saber: "voiced" e "unvoiced". Quando eu uso qual? Há uma regra de uso pelos nativos ou o mesmo e aleatório? Marco de Pinto <m_de_pinto*hotmail.com> Sep 20, 1998.
 
A: O _th final da preposição with será voiced se o fonema que segue for uma vogal ou uma voiced consonant. Será voiceless se o fonema que segue for uma voiceless consonant.
Ex: with a hammer - voiced
      with five hammers - voiceless
Q #149:
Eu já vi "blow the candles out" e "blow out the candles". Neste caso e em outros similares pode-se dizer que a ordem não importa? Isso é válido sempre? Marco de Pinto <m_de_pinto*hotmail.com> Sep 20, 1998.
 
A: Existem duas categorias de two-word verbs: separable ou phrasal verbs (provavelmente a maioria) e inseparable ou prepositional verbs.
Exemplo de separable:
      I handed my paper in yesterday. / I handed in my paper yesterday. / I handed it in yesterday.
Exemplo de inseparable:
      I ran into an old friend yesterday. I ran into her yesterday.
Blow out é separable portanto seus dois exemplos estão certos.

Mais exemplos de two-word verbs:

TWO-WORD VERBS
PHRASAL VERBS
(SEPARABLE)
PREPOSITIONAL VERBS
(INSEPARABLE)
back up (somebody)
add to (the bill)
blow up (a ship) allow for (delays)
break off (our relations) apply for (a post)
bring about (a change) approve of (an action)
bring up (children) attend to (the matter)
burn up (a house) call on (a friend)
catch on (understand) care for (somebody)
fill out (a form) comment on (the results)
find out (a secret) conform to (a standard)
get over (an idea) consent to (the proposal)
give up (surrender) get over (a cold)
hang up (the coat) go into (the building)
look up (words in a dictionary) insist on (something)
make up (a story) look at (something)
pass over (a question) look for (someone)
pick up (someone) listen to (music)
put away (something in its place) live on (a small salary)
put back (something somewhere) object to (something)
put down (the newspaper) refer to (a dictionary)
put out (a cigarette) resort to (violence)
take back (a purchase) run into (an old friend)
take off (the coat) run over (something)
take up (English) send for (something)
throw away (the old newspapers)
 
try on (a dress)
 
turn down (a job offer)
turn off (the light)
work out (a puzzle)
Não deixe de ver uma listagem bem mais completa em Multi-Word Verbs.
Veja também Preposition-Dependent Words.
Q #148: A idade e o aprendizado de línguas (Por que crianças aprendem mais rápido?)
Estou fazendo um trabalho sobre a dificuldade do adulto para aprender uma língua estrangeira. Gostaria de saber por que isso acontece, se é algum trauma durante a aprendizagem na escola, má metodologia educacional, enfim o quê? E gostaria de saber também por que a criança tem mais facilidade para aprender uma segunda língua. Sem mais, Adriana do Amaral <adri*iel.unicamp.br> Sep 19, 1998.
 
A: Prezada Adriana,
Obrigado por sua participação e desculpe a demora em responder.

Já na Babilônia e no antigo Egito o homem buscava entender a complexidade de suas habilidades cognitivas, e especialmente a capacidade de assimilar e utilizar línguas.

O que a psicologia e a linguística hoje conhecem, e que aceita-se de forma geral, é uma série de hipóteses que procuram explicar esta habilidade do ser humano. Essas hipóteses são resultado de estudos científicos, que ajudam a explicar não só o desempenho cognitivo do ser humano, mas as diferenças entre crianças e adultos.

Em primeiro lugar, sabe-se que existe uma idade crítica, a partir da qual o aprendizado começa a ficar mais difícil e o teto começa a baixar. Este período parece situar-se entre os 12 e os 14 anos, podendo entretanto variar muito conforme a pessoa e, principalmente, conforme as características do ambiente linguístico em que o aprendizado ocorre. As limitações começam a se manifestar a partir da puberdade e são fundamentalmente de pronúncia.

O estudo dos diferentes fatores que afetam o desenvolvimento cognitivo do ser humano pode ajudar a explicar o fenômeno da idade crítica. Os principais fatores são:

FATORES BIOLÓGICOS

Os órgãos diretamente envolvidos na habilidade linguística do ser humano são o cérebro, o aparelho auditivo e o aparelho articulatório (cordas vocais, cavidades bucal e nasal, língua, lábios, dentes). Destes, sem dúvida, o cérebro é o mais importante. Pesquisas no campo da neurologia já demonstraram que os dois hemisférios cerebrais desempenham diferentes funções. O lado esquerdo é o lado lógico, analítico, enquanto que o direito, é o lado criativo, artístico, responsável pelas emoções. Sabe-se também que a lateralização do cérebro ocorre a partir da puberdade. Ou seja, no cérebro de uma criança os dois hemisférios estão mais interligados do que no cérebro de um adulto. Possivelmente a assimilação da língua ocorre via hemisfério direito e é sedimentada no hemisfério esquerdo como habilidade permanente. Portanto o desempenho superior das crianças estaria relacionado à maior interação entre os dois hemisférios cerebrais. Outros pesquisadores também sugeriram que uma possível maior acuidade auditiva bem como uma maior flexibilidade muscular do aparelho articulatório de sons das crianças também podem ajudar a explicar o fenômeno da superioridade infantil no processo de assimilação de línguas, principalmente na parte de pronúncia.

FATORES COGNITIVOS

Outra diferença interessante entre crianças e adultos, agora quanto à suas habilidades cognitivas, é que o adulto tem a capacidade de lidar com conceitos abstratos, enquanto que a cognição das crianças depende fundamentalmente de experiências concretas, de percepção direta. Isto explica uma capacidade superior dos adultos de compreender a estrutura gramatical da língua estrangeira bem como de sua própria língua materna. Stephen Krashen, entretanto, em sua hipótese learning/acquisition, hoje amplamente aceita, estabelece uma distinção clara entre learning (acumular informações e conhecimento através de estudo formal, por meio de esforço intelectual e de capacidade de raciocínio lógico) e acquisition (desenvolver habilidades através de assimilação natural, intuitiva, inconsciente). Embora Krashen defenda a importância maior de acquisition sobre learning referindo-se a adolescentes e adultos, é lógico deduzirmos que acquisition está mais intimamente ligado aos processos cognitivos do ser humano na infância. Portanto, uma vez que proficiência linguística pouco depende de informações e conhecimento, mas sim de habilidade funcional assimilada na prática, através de experiências concretas, fica com mais clareza evidenciada a superioridade das crianças.

FATORES AFETIVOS E PSICOLÓGICOS

A hipótese conhecida como affective filter, também de Stephen Krashen, é outro aspecto importante que influi no aprendizado de línguas. Fatores de ordem psicológico-afetiva podem causar um impacto direto na capacidade de aprendizado, tais como:

Ora, todos esses bloqueios são resultado da vida pregressa do indivíduo, podendo ocorrer portanto unicamente em adolescentes e adultos. Fica, pois, novamente evidenciado que as crianças, livres de tais bloqueios, devem ter uma capacidade de assimilação superior à dos adultos.

O AMBIENTE E O INPUT LINGUÍSTICO

Novamente Krashen, em sua comprehensible input hypothesis, sustenta que assimilação de línguas ocorre em situações reais, quando a pessoa está exposta a formas da língua que estejam um pouco acima (não muito acima) de sua capacidade de entendimento. Ora, é notório o fato de que quando adultos se dirigem à crianças, usam um linguajar próprio, modificado tanto no plano estrutural como no vocabulário, para se aproximar ao nível de comprehensão da criança. Já no ambiente em que adultos vivem, eles não recebem o mesmo tipo de tratamento. Uma vez que são adultos, a linguagem a eles dirigida tende a ser mais complexa e os assuntos mais abstratos. Desta forma, podemos concluir que até o ambiente de convívio humano das crianças é mais propício ao aprendizado de línguas do que o ambiente dos adultos.
Obrigado pela inteligência de sua pergunta, o que representa um incentivo ao nosso trabalho.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #147: Substivos adjetivados, adjetivos compostos, genitivo
Gostaria de saber qual é o correto: table leg ou table-leg ou the leg of the table. Como saber quando usar a construção com "of", quando usar o hífen e quando não usar o hífen? Por favor, aguardo sua resposta. Leo<leog*zaz.com.br> Sep 16, 98.
 
A: Prezado Leo,
Todas as formas são corretas.
This is a table leg, not a chair leg. Significa: isto é uma perna de mesa, daquelas que se usa em mesas e não uma perna de cadeira.
This is table-leg wood. Significa: isto é madeira do tipo usado em pernas para mesa.
The leg of the table is broken. Significa: a perna da mesa está quebrada. Veja aqui mais sobre adjetivação de substantivos e genitivo.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #146: Diferenças estruturais e traduções
Prezados amigos: Visitei vossa página e já está incluída entre as minhas favoritas: Tenho a seguinte pergunta: Existe uma lógica de arrumação das palavras quando traduzidas do inglês para o português? Por exemplo: 1 - Adjetivo + 2 - Substantivo --- gera Substantivo + Adjetivo ou seja, (2, 1 ) Além desses casos existem outros com outras categorias gramaticais? Podem me informar alguns outros casos que basicamente são regras (ainda que haja exceção)?
No aguardo, Cordialmente, Marins - "PAC Ltda. / Falatudo" <falatudo*br.homeshopping.com.br> Sep 16, 98.
 
A: Prezado Marins,
Obrigado pela visita ao nosso site e desculpe a demora em responder.
Do ponto de vista estrutural, o contraste entre inglês e português é acentuado. Redigir em inglês é organizar intelectualmente; enquanto que em português é muitas vezes prioritário valorizar a forma. Não se pode entretanto falar em regras, mas sim em tendências, como você bem mencionou. O próprio exemplo que você usou, a relação adjetivo/substantivo, nem sempre é consistente. Pois veja que é fácil encontrar exemplos bastante comuns em português que contrariam a regra: Um belo dia, Alto astral, Última chance, etc. Assim como também ocorre em inglês: Notary public, Secretary-General, Attorney General, Consulate General, Court martial. Outros pontos de contratste notórios são:

O TRATAMENTO DO SUJEITO

Em português frequentemente as frases não têm sujeito. Sujeito oculto, indeterminado, inexistente, são figuras gramaticais que no português explicam a ausência do sujeito. Isto no inglês entretanto não existe. A não ser pelo modo imperativo, toda frase em inglês normalmente tem sujeito. Na falta de um sujeito específico, muitas vezes o pronome IT deve ser usado. Além disso, em português muitas vezes o sujeito aparece no meio ou no fim da frase. Em inglês ele deve estar sempre antes do verbo (a não ser no caso de frases interrogativas), e de preferência no início da frase. Observe os seguintes exemplos:
Ao formar uma frase, o aluno deve acostumar-se a pensar sempre em primeiro lugar no sujeito, depois no verbo. O pensamento em inglês estrutura-se a partir do sujeito.

VOZ PASSIVA

Voz passiva consiste em trocar o sujeito e o objeto direto de posição. O objeto assume a posição do sujeito, mas permanece inativo, isto é, passivo. Passa a ser um sujeito que não é autor de ação nenhuma. O verdadeiro sujeito, por outro lado, assume o papel de agente da passiva, sendo que neste papel deixa de ser essencial à oração, ficando frequentemente omitido.
Exemplos:
No português, o uso da voz passiva é extremamente comum e apropriado ao idioma. O tom vago de uma voz passiva sem agente, assim como um sujeito indeterminado, são características bastante típicas do português. No inglês moderno, por outro lado, a voz passiva chega a ser quase proibitiva porque destoa em relação à necessidade de clareza e da presença de fatos, limitando-se seu uso a casos em que o agente da passiva é desconhecido, irrelevante ou subentendido.
Esse contraste em relação ao uso da voz passiva em português e inglês, mais uma vez evidencia tendências divergentes. Enquanto que o português tolera e até busca o tom vago, o inglês exige conteúdo específico e repudia formas que possam dificultar a clareza da ideia. Veja mais sobre isso nas nossas páginas: Como Redigir em Inglês.

PONTUAÇÃO

Ainda uma diferença que não pode deixar de ser mencionada, diz respeito à pontuação. É notório o pouco uso de pontos e o abundante uso de vírgulas em um texto em português, quando comparado a um texto equivalente em inglês.
 
Veja mais sobre contrastes de redação entre português e inglês na nossa página Como não Redigir.
 
Reparei no nome que aparece ao lado de sua assinatura e, se não me engano, trata-se de um software de tradução. Se a sua intenção é encontrar fórmulas que possam ser inseridas na programação de um software de tradução, arrisco-me a dizer que o desafio é maior do que parece ser. Duvido que num futuro próximo o cérebro de um bilingue possa ser substituído por qualquer tipo de MT (machine translation) na tarefa de traduzir. Além dos contrastes no plano sintático (estrutural), existem problemas de natureza léxica, como expressões idiomáticas (ex: quantos anos você tem?), ambiguidade léxica (ex: tempo = time ou weather?), metáforas (ex: quebrar um galho), etc.
Uma vez que diferentes línguas são diferentes sistemas de representação, não podemos simplesmente converter palavras de uma língua para palavras de outra. Para se estabelecer uma boa correlação entre duas línguas é necessário interpretar a ideia. Não podemos ficar no plano superficial das representações da ideia, temos que ir mais fundo, ao plano da ideia.
Traduzir é a arte de recriar; de reestruturar uma ideia nas formas que a língua para a qual se traduz oferece, e sob a ótica da cultura ligada a essa língua; um trabalho muitas vezes mais artístico do que técnico.
Assim como não há sombra se não houver um objeto, não existe linguagem se não houver uma ideia. E esta, está fora do alcance da máquina.
Talvez daqui a duas ou três gerações, à medida em que bilinguismo se tornar uma realidade comum por força da globalização do mundo, e quando a partir de então começará a ocorrer inconscientemente e inevitavelmente uma convergência na forma de estruturar o pensamento, isto é, a língua da comunidade local começará a se modificar de maneira a ficar mais parecida com a língua da comunidade global, então sim, começaremos a encontrar em MT um grande auxílio ou talvez até um substituto para o cérebro humano.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
 
Caro Ricardo:
Bastante agradecido pela sua atenção, bem como, sorridente pela sua perspicácia ao detectar nosso objetivo. O esclarecimento seria motivo de próximo contato, anonimato ao fato não seria justo com aqueles que só fazem ajudar.
Nós somos a PAC e fomos até mesmo o primeiro a esboçar em nosso mercado um programa de auxílio a tradução, mas nunca um programa tradutor, (isto está esclarecido na página de filosofia do Falatudo). Caso seja do vosso interesse dê um olhadinha em nossa página: <http://www.falatudo.com.br/>
Agradecemos e continuaremos aprendendo com você e sua equipe, caso assim o permitam.
Atenciosamente, Marins
Q #145: Dificuldades com a pronúncia do inglês

Prezados Amigos,
Sou estudante e estou há algum tempo fazendo cursos de inglês, porém sinto imensa dificuldade quanto à pronúncia correta das palavras. Solicito a gentileza de indicarem-me o meio mais correto de melhorar minha conversação e bibliografia a respeito da fonética da língua inglesa que, creio eu, ser uma forma de desenvolver e complementar o estudo do idioma. Desde já agradeço a atenção e aguardo resposta.
Atenciosamente, Fábio Rogério Zardo <oriana*wnet.com.br> Sep 8, 98.
 
A: Prezado Fábio,
Obrigado por sua participação.
A sua dificuldade com a pronúncia da língua inglesa é uma dificuldade muito comum a todos brasileiros que se dedicam ao aprendizado de inglês. O contato (visual) prematuro e frequente com o inglês na sua forma escrita, desde os tempos do segundo grau, em paralelo ao escasso contato com a língua falada, é uma das razões do problema. Principalmente ao considerarmos que:
  1. No plano fonético, o contraste entre inglês e português é muito acentuado
  2. O inglês é uma língua de escassa sinalização fonética, quando comparado ao português. Veja mais sobre isso na nossa página SINALIZAÇÃO FONÉTICA
  3. A correlação entre as formas falada e escrita do inglês é absolutamente inconsistente. Ou seja: as formas ortográficas não nos dão uma indicação de como é a pronúncia, muitas vezes induzindo o aluno ao erro. Veja mais sobre isso na nossa página INTERFERÊNCIA ORTOGRÁFICA
O momento ideal para o desenvolvimento de uma boa pronúncia de uma língua estrangeira é o início do aprendizado, pois desvios de pronúncia tendem a cristalizar-se. Por isso, é fundamental buscar-se um instrutor de excelente pronúncia. Se o instrutor não for nativo, deve ter no mínimo um ano e meio (TOEFL 600+) de experiência em país de língua inglesa. Veja aqui o que significa TOEFL600. Se na sua escola não souberem informar o escore TOEFL de seu instrutor, é mau sinal.
Infelizmente, fica difícil para um aluno principiante distinguir nos outros uma boa pronúncia de uma pronúncia distorcida pela interferência da língua materna (sotaque). Isso torna o principiante uma presa fácil de cursos menos sérios. Por isso é sempre recomendável procurar conhecer o inglês de seu futuro instrutor na presença de um amigo que fale inglês muito bem, ou bem suficiente para reconhecer uma boa pronúncia. Lembre-se: não é o nome da escola nem a suposta metodologia por ela usada que farão a diferença, mas sim as qualidades pessoais do instrutor. Veja nossa página Como Escolher uma Escola de Inglês sobre isso.
Num primeiro passo todo programa de ensino de inglês deve destruir no aluno o preconceito de que as formas ortográficas servem como base de pronúncia, e toda ênfase do curso deve ser colocada na forma oral da língua e não no texto escrito.
Deve destruir também a ideia presumida de que os sons da língua materna com os quais o aluno está acostumado (principalmente as vogais) servem perfeitamente para pronunciar palavras em inglês. É importante, pois, adquirir noções de fonologia para conscientizar-se da existência de diferenças entre o inglês e a língua materna, e identificá-las individualmente. A partir daí, o aluno deve exercitar os novos sons. Se você se interessa por esse assunto e deseja estudá-lo com mais profundidade, posso lhe recomendar dois estudos de fonologia comparada bastante completos:
  1. Azevedo, Milton M. A Contrastive Phonology of Portuguese and English. Georgetown University, 1981.
  2. Mascherpe, Mário. Análise Comparativa dos Sistemas Fonológicos do Inglês e do Português. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1970.
Veja ainda nossa página sobre diferenças de pronúncia entre inglês e português. Veja também muitos dos recursos da internet sobre pronúncia do inglês.
Para adquirir-se não apenas a correta pronúncia de fonemas, mas também a acentuação tônica das palavras e a entonação da frase, desde o início do aprendizado, é necessário ao aluno desenvolver a arte da imitação e sempre consultar uma fonte autorizada: um native speaker ou uma pessoa que fale com boa pronúncia, um dicionário com símbolos fonéticos, ou ainda os modernos dicionários eletrônicos de bolso que reproduzem som (nós usamos os modelos Franklin LM6000 e o ECTACO Partner EE586HT). Existem também os dicionários na forma de CD-ROMs para microcomputadores com reprodução de sons, os quais entretanto não oferecem a mesma praticidade.
Boa sorte.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q #144: English interjections
I'd like to know about interjections. They express human sentiments. For example: when someone feels pain in Portuguese we say and write "ai!". What about Americans? How do they express other feelings like disgust, approval or disapproval, happiness, unhappiness, good luck, bad luck, a good surprise, a bad surprise. How would you "write" someone sneezing, or snoring? Thank you for your home page. Congratulations for your work!!
Adriano Zilli, Monte Alto - SP <adriano*montealto.net> Sep 7, 98.
 
A: Prezado Adriano,
Interjections are words used to convey emotion. They are marginal items, not grammatically related to any other part of a sentence. They can change significantly from one region to another and sometimes use sounds outside the normal range of the language.
An interjection that occurs at the beginning of a longer sentence is usually followed by a comma.
When an interjection stands alone, it is normally followed by an exclamation mark.
Some good examples for English are:
Some more generic interjections are:
Big surprise: Oh my God! My goodness! Holy cow! Holy shit! Jesus Christ! Gee!
Cursing and swearing: Shit! Damn! Fuck!
As for sneezing and snoring, they are usually spelled in comics as: achoo! and zzzzzz...
Regards, Ricardo & Linda - EMB
Q #143: Sempre ouço nos filmes a expressão "may day" para siginificar pedido de socorro. Em primeiro lugar gostaria de saber se escrevi certo. Em segundo, o porquê desta expressão. O que realmente levou a este termo. "Leo" <leog*zaz.com.br> Sep 4, 98.
 
A: Caro Leo,
Mayday é uma corruptela proveniente do francês m'aider (me ajude).
Ricardo - EMB
Q #142:
Hola, I am from Mexico and I would like to see if you can provide some information. I would like to know if you can tell me why the people from the United States are called AMERICANS. Because you know that America is from Canada to Chile, so why are they called Americans?? Please e-mail me back to <javier_oroz*hotmail.com>, I would appreciate. Adios, Sep 2, 1998.
 
A: Good question! Maybe we should ask those 225 million people calling themselves Americans why they do so. In fact I think we should let them call themselves Americans, but should change the name of the continent to Colombia, since it was Columbus who really did it. Once we get this straight, we can start looking for a new name for the country Colombia. What right do those people have, by the way, to use Columbus' name?
Take care,
Ricardo - EMB
P.S.: Let's also change the name of Tierra del Fuego to Tierra del Hielo because there is no fire whatsoever there, but plenty of ice.
 
I am an American living here in Brasil and I was reading your web page when I came across the question # 142. Why do Americans call themselves Americans?
Well, the country is called The United States of America. If we break this up to 5 areas:
1. The----- 2. United----- 3. States ------ 4. of ------ 5. America
1 and 4 are out so that leaves 2, 3, and 5. Getting rid of 2 and 3, that leaves 5.
Consider also that the USA is built up of many different races and cultures and so on, so they or we call ourselves Americans. People came from other countries and they only knew this area as America not California or New York, only America. So when they got here they said 'we are in America.' Mexico (Mexicans), Brasil (Brazilians) Colombia (Colombians) and so on but we are all called Americans everywhere. Where I am from we call ourselves Californians but if I were to say I'm Californian what would you think? I know where you are from if you say I'm Brazilian.
Philip Turner (American Lecturer on American Culture and Economics here in Brazil).

Q #141: Autodidática com livros e fitas, e masturbação
Eu li as seções do site "English Made in Brazil" falando sobre estratégias de ensino e language aquisition, que vocês defendem. Tenho lido algumas coisas sobre Piaget e sua teoria construtivista. Embora tenha compreendido a teoria, não consigo ainda ver na prática como ela seria aplicada, principalmente no ensino de línguas. Esse método não pode ser aplicado no ensino de línguas de quem não sabe absolutamente nada de inglês, não é?
Por outro lado, vocês refutam o ensino de línguas com livros e fitas, a não ser que eles sejam usados como "muletas" e não como a base do ensino de línguas. Mas como é que fica então o ensino autodidata. Vamos dizer assim, que eu sou autodidata no aprendizado de línguas estrangeiras. No momento, venho estudando dinamarquês. Nao tenho condições de ir estudar na Dinamarca. Logo, uso um método americano de ensino cujo nome e : Teach Yourself Danish, 1 livro + 2 cassetes. Eu compreendo que o aprendizado dessa forma e limitado. Digo, você pode acabar decorando diálogos, mas não obter fluência, uma vez que você não "treina" diálogos com uma segunda pessoa. Mas sendo essa a única maneira que tenho para estudar dinamarquês, tive que abraçá-la.
Em resumo, vocês são "desfavoráveis" quanto ao método autodidata de ensino? Têm alguma sugestão diferente da qual eu escolhi para estudar dinamarquês, sem ter que ir para a Dinamarca, é claro, ou estudar em alguma escola particular?
Elizabeth <elizabeth.santos*mailcity.com> Sep 1, 98.
 
A: Prezada Elizabeth,
Se você for a um país em cuja língua você não saiba dizer sequer bom dia, e lá permanecer durante meio ano sem estudar, voltará falando fluentemente. Isto é language acquisition. Por mais limitada que seja sua habilidade com a língua no início, ainda assim você vai receber comprehensible input. Assim você vai construindo sua competência na língua e na cultura gradativamente, a partir de situações reais de interação humana. À medida que você se familiariza com o ambiente e sua língua, aumenta a quantidade de comprehensible input bem como o ritmo de seu desenvolvimento.
Embora viajar seja sempre a forma ideal, o mesmo pode ser feito aqui, sem viajar. Você pode organizar centros de convívio bicultural com a participação de representantes da cultura estrangeira que se predisponham a construir relacionamentos com brasileiros. Dessa forma você cria ambientes naturais de interação social motivada pelo interesse mútuo de intercâmbio cultural e linguístico de seus participantes. Esses encontros também podem assumir a característica de terapia linguística em grupo, nos moldes do método conhecido como Community Language Learning de Charles Curran. O mesmo pode ser feito com facilidade numa aula particular.
Você está correta quanto a nossa opinião sobre livros, fitas, CD-ROMs, etc. São limitados. Você engole formas linguísticas descontextualizadas. Não existe interação humana. Seria como descobrir o prazer do sexo somente através da masturbação. Ou seria como aprender a jogar futebol dentro de uma garagem. Você pode desenvolver uma certa habilidade com a bola, mas por mais que se esforce, nunca estará apta a enfrentar a realidade de um jogo em campo. Competência em línguas é resultado de interação humana. É habilidade criativa desenvolvida na prática, em situações reais de convívio humano. Não é conhecimento adquirido através de esforço intelectual e com base em informações acumuladas.
A nossa sugestão é que, em paralelo, você procure contato com dinamarqueses ou com pessoas que tenham plena competência na língua e na cultura dinamarquesa. Pode também buscar contato com a língua e com a cultura através de filmes e livros, Internet, etc. Qualquer outro método, voltado a language learning apenas e atrelado a um plano didático sequencial e rígido, autodidata ou não, se usado isoladamente será sempre uma frustração.
Obrigado por sua participação e volte sempre.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #140: Já ouvi dizer que existe um software que lê textos em inglês. Você escreve ou abre um texto neste software e ele o lê. Mesmo que não leia com fluência ou ritmo, acho que só pelo fato dele mostrar a pronúncia das palavras, já é de grande valia. Você já ouviu falar deste software? Favor me informar se possível o endereço na net para que eu possa obtê-lo.
Abracos, Elizabeth <elizabeth.santos*mailcity.com> Sep 1, 98.
 
A: Prezada Elizabeth,
Nós temos um aqui que se chama TA Reader, o qual veio junto com a placa de som Sound Blaster AWE64. A qualidade da pronúncia entretanto deixa muito a desejar. Na minha opinião é melhor você se familiarizar com símbolos fonéticos de um bom dicionário, como por exemplo o Merriam Webster's Collegiate Dictionary. Melhor ainda seria usar um desses speaking dictionaries - dicionários eletrônicos que reproduzem som. Nós temos desde 1996 o Franklin LM6000, que continua sendo o mais completo. Também há os modelos SCD-770 e MWS-1840. São todos excelentes mas dão apenas a pronúncia das palavras isoladamente. O fato de não termos a entonação frasal continua sendo uma limitação.

Revisão em agosto de 2003: A partir de 2002 existem no mercado dois novos produtos:

1 - O novo SCD-1870 Merriam-Webster da linha Franklin.

2 - ECTACO Partner EE586HT, que custa 400 dólares e possui alta sofisticação eletrônica. Além do dicionário principal (inglês - inglês), o ECTACO contém dicionários bilíngues (inglês => francês, alemão, espanhol, italiano e português). Outra vantagem do ECTACO é que ele apresenta a transcrição fonética, recurso que os demais dicionários eletrônicos não possuem. Entretanto, como nada é perfeito, naquilo que realmente interessa, que é o dicionário inglês-inglês e a pronúncia das palavras, o ECTACO apresenta uma grave deficiência: não contém advérbios derivados. Por exemplo, se você procurar pela palavra "especially", o mais parecido que encontra é "especial". Até substantivos derivados como por exemplo "misconception" e adjetivos como "unsuccessful", o ECTACO infelizmente não contém em seu banco de dados.

Além disso, nosso colaborador Allan F. Caetano chama a atenção para o fato de que o Windows 2000 e o XP fornecem uma ferramenta de "acessibilidade" chamada Narrator, cuja finalidade original é ajudar usuários com dificuldades auditivas, mas que também pode ser usado para o fim desejado por Elizabeth. Ao contrário de outros programas de leitura de tela, a pronúncia utilizada pelo Narrator é quase natural, apesar da cadência deixar a desejar.

Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #139: Normalmente aprendemos que "gilfriend" é usado para namorada e "boyfriend" para namorado. Estes dias conversava com uma amiga americana e ela me disse que tinha passado o dia inteiro com "her gilfriend"... Das duas uma: ou ela é gay ou pode ter usado "girlfriend" com outro significado. É complicado saber qual deles sem correr o risco de passar por uma situação embaracosa!?! Por outro lado, um amigo meu me disse que quando se tem uma pessoa que é muito amiga você pode se referir a ela como "gilfriend". Um outro, porém, disse que tanto faz usar uma palavra ou outra para namorado ou namorada; mas isso não deixaria dúvidas quanto à sexualidade da pessoa?!?! Por favor, me ajudem!!!
Abracos, Elizabeth <elizabeth.santos*mailcity.com> Sep 1, 98.
 
A: Prezada Elizabeth,
A palavra "boyfriend" não tem normalmente o duplo sentido a que te referes. É apenas na palavra "girlfriend" que essa dupla conotação pode ocorrer. Se usada por uma mulher, a provável conotação seria a de "just friends", até evidência em contrário.
Regards, Ricardo, Bert, Kirk & Linda - EMB
Q #138: Olá Ricardo,
Parabéns pelo site. É o melhor que já visitei sobre ensino da língua inglesa. Sou professora de inglês em Pelotas e, atualmente, sou responsável por uma turma de conversação "upper intermediate". Gostaria de conhecer algum livro e outros materiais para usar neste tipo de curso. Meu nome é Dorinha Aleixo <pba*nutecnet.com.br> Aug 23, 98.
 
A: Prezada Dorinha,
Obrigado por sua visita e pelo elogio.
O que defendemos é justamente o afastamento de receitas didáticas pré-determinadas. Isto vale não apenas, mas principalmente para níveis intermediários e avançados. Sugerimos que as atividades sejam adaptadas às necessidades de cada grupo e cada aluno e às suas áreas de interesse. Isso exige que o instrutor tenha pleno domínio do idioma (igual a um nativo de preferência), que o grupo seja pequeno (de 4 a 6 participantes) e que haja um bom grau de homogeneidade no grupo. A homogeneidade a que nos referimos diz respeito a faixas etárias, perfil psicológico, áreas de interesses profissionais, etc. Por exemplo, jamais misturar adolescentes com adultos.
O elemento fundamental desta metodologia tipo "terapia linguística de grupo" é o contato pessoal e íntimo entre instrutor e alunos, através do qual os interesses do aluno possam ser explorados e suas próprias ideias usadas como se material didático fossem. Em vez de livros e fitas, os próprios pensamentos do aluno, mesmo os mais íntimos, devem ser discutidos e traduzidos em linguagem correta, convincente e elegante. Em vez de imposição de um plano didático, exploramos uma abordagem psicológica. É o meio atuando sobre o indivíduo, e este assimilando o idioma como consequência de um esforço espontâneo, natural, criativo, voltado à comunicação.
Levando-se em consideração a característica predominante do brasileiro, aberto, comunicativo, criativo e talentoso na improvisação, defendemos com maior convicção ainda uma abordagem psicológico-comunicativa para melhor explorar esse talento.
Uma sugestão para dirigir o tema da conversação ao centro de interesse do grupo é buscar na Internet textos relacionados aos assuntos de maior interesse do grupo. Quer me parecer aqui entretanto que o êxito depende mais do grau de motivação e da personalidade dos componentes do grupo e principalmente do magnetismo pessoal e carisma do instrutor em criar um clima ideal, do que do tema da conversação, para que language acquisition ocorra. Veja aqui mais sobre qualificações de um bom instrutor.
Desejamos-lhe boa sorte e colocamo-nos a disposição para trocar mais ideias.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #137: PERGUNTA 5) A respeito de both, either e neither, eu estava analisando os exemplos:
Pergunta: O uso do "OF" é opcional, proibido ou obrigatório? Como posso saber quando usar o "OF" com "BOTH, EITHER e NEITHER, quando é opcional e quando é proibido? "Leo" <leog*zaz.com.br> Aug 12, 98.
 
A: A explicação é a seguinte: sempre que both, either e neither estiverem na função de adjetivo, não virão acompanhados de preposição. Se both, either e neither estiverem na função de pronome ou de conjunção, poderão vir acompanhados de preposição ou não, dependendo da situação.
Natureza das línguas
Permita-me aqui um comentário final: você está se martirizando em suas tentativas de estabelecer uma correlação direta entre o inglês e sua língua materna; e de encontrar lógica em um fenômeno que não é controlado por regras exatas e que nem sempre apresenta lógica. O fenômeno linguístico inerente ao ser humano é igual a ele próprio: irregular, complexo, confuso, em constante evolução, incontrolável. Portanto, a estrutura de uma língua é demasiadamente complexa, irregular e abstrata para ser categorizada e resumida na sua totalidade a um conjunto de regras. E o inglês é um dos mais irregulares. Veja por exemplo a falta de correlação entre a representação gráfica e a interpretação fonética do inglês.
Isto nos permite concluir que línguas em geral, e especialmente o inglês, não são ciências exatas e lógicas, que possam ser facilmente estudadas e compreendidas através de esforço intelectual; mas sim habilidades desenvolvidas e assimiladas na prática do convívio, resultado de interação com falantes nativos e no contato com a cultura. Assimilação de línguas passa por um tipo de cognição que depende mais de nossas faculdades artistico-criativas do que de nossa capacidade de raciocínio lógico.
Se o seu objetivo é alcançar fluência em inglês, ser funcional em inglês, procure investir seu tempo e seus esforços mais naquilo hoje conhecido como language acquisition, e menos naquilo que chamam de language learning.
Obrigado por sua participação e volte sempre.
Atenciosamente, Ricardo - ENGLISH MADE IN BRAZIL

Q #136: PERGUNTA 4) Você poderia me dar exemplos do uso de "BUT" significando "SOMENTE", e significando "EXCETO". Nestes casos, seria but uma preposição? "Leo" <leog*zaz.com.br> Aug 12, 98
 
A: A palavra but pode desempenhar várias funções:
     - He works hard but never succeeds. (conjunção) - Ele é esforçado, mas nunca se dá bem.
     - He is but a child. (advérbio) - Ele é apenas (somente) uma criança.
     - There was no one there but me. (preposição) - Não havia ninguém lá, exceto eu.
Ricardo - EMB
Q #135: PERGUNTA 3) Qual a diferença entre: - Excuse me for interrupting you. e - Excuse my interrupting you. As duas formas estão corretas? Então qual a tradução de Excuse my interrupting you? "Leo" <leog*zaz.com.br> Aug 12, 98
 
A: As duas formas têm o mesmo significado. "Excuse me for interrupting you" é definitivamente a que tem maior probabilidade de ocorrência no falar de um nativo.
Ricardo e Linda - EMB
Q #134: PERGUNTA 2: Meu livro diz: adjetivos compostos que antecedem um substantivo ficam no singular. Observe estes exemplos:
Exceção: Com medidas de altura, podemos usar foot ou feet: Ex: Three-foot-high ou three-feet-high.
Gostaria de saber se qualquer medida de altura é considerada exceção e, caso seja, você poderia me citar outras medidas ? Ou esta exceção seria somente para a medida FOOT, FEET? "Leo" <leog*zaz.com.br> Aug 12, 98.
 
A: Three-foot-high e three-feet-high são ambas comuns, prováveis de ocorrer no falar de um nativo, portanto corretas, dentro de uma visão gramatical descritiva. Trata-se portanto de uma exceção.
Ricardo e Linda - EMB
Q #133: PERGUNTA 1: Não entendi qual é o plural de fish? Por acaso não existe fishes? "Leo" <leog*zaz.com.br> Aug 12, 98.
 
A: Existe, mas na prática raramente seria usado. Nem por isso podemos considerar o substantivo como uncountable, pois se você quiser perguntar para alguém quantos peixes ele pescou, deverá perguntar: "How many fish did you catch?", cuja resposta seria: "We caught only a few fish." Fishes é uma forma quase arcaica podendo talvez ocorrer com o sentido de diferentes espécies: "The fishes of the Mediterranean." Mesmo neste caso, entretanto, seria mais normal dizer: "The species of fish of the Mediterranean."
Ricardo, Linda e Kirk - EMB

Q #132: I'm interested in taking the COTE (Certificate for Overseas Teachers os English) and I'd like to get information about it. Is there any course available via net? Are there intensive courses in England? When are they held? Which schools prepare for the examination in Brazil and which administer the exam? What about fees? Thank you in advance. "Orlando Vian Junior" <vianjr*mandic.com.br> Aug 9, 98.
 
A: Dear Orlando,
The COTE and the DOTE are not proficiency exams like the TOEFL or the CPE (Certificate of Proficiency in English), but certificate programs for teachers who are non-native speakers of English, given by Cambridge University. The COTE takes 6 months to be completed and should cost at least 2000 dollars, if not more. Here is some information I downloaded from Internet.
COTE - Certificate for Overseas Teachers of English
First of all, please note that the COTE scheme is under revision as part of the development of the new CILTS (Cambridge Integrated Language Teaching Schemes framework. Information about changes to the syllabus and assessment procedures, and the timing of their introduction will be posted on the CILTS pages as it becomes available. The scheme will continue in its present form until September 1997 at the earliest.
Candidate Profile
The COTE course is an early in-service training course for practising teachers who have had at least 300 hours of relevant classroom experience with children or adults.
Aims
The aim of the COTE scheme is to extend the knowledge and abilities of teachers who have some experience of teaching EFL to adults or to children and teenagers. The course ensures a balance between the demands of the practical application and an understanding of the theoretical background, particularly in the areas of:
Language development: to improve candidates' ability to use English for classroom purposes.
Methodology: to develop candidates' awareness of phonology, grammar, vocabulary, discourse and learning theories.
Practical teaching: to develop ability in classroom management and lesson planning and in developing the skills of listening, speaking, reading and writing.
Specifically courses are designed to enable candidates to:
1.Increase their awareness and knowledge of language description, and to apply their knowledge and awareness to specific teaching contexts.
2.Develop and make practical use of their understanding of learners and learning contexts.
3.Become thoroughly familiar with the nature, role and ways of evaluating resources and materials.
4.Apply and reflect on their competence as classroom teachers with special reference to promoting good learning and teaching skills.
5.Become thoroughly familiar with the principles and practical implications of tests and assessment, and to know about available examinations and tests.
6.Identify their immediate and longer term needs and interests as professionals in the field.
Entry requirements
Those admitted on to the course should be practising teachers and normally have had at least 300 hours of relevant classroom experience, although Centres do set their own requirements. Their standard of English should be sufficient to enable them to reach the standard required to complete the Language Development Assessment scheme of this Certificate which is equivalent approximately to Cambridge First Certificate in English or Certificate in Communicative Skills in English, Level 2. Candidates should be at least 20 years of age by the date of the examination.
Assessment
Assessment is on a continuous basis in the areas mentioned above. The areas of language development and methodology are assessed by written assignments. The assessment of practical teaching is based on four observed lessons with the candidates' own classes. Candidates must pass in all three areas in order to be awarded a certificate.
Course Length
Courses are usually a minimum of 150 hours and run part-time over 6 months or a year.
External Moderation
Each course and each candidate's written work and practical teaching are moderated by the external moderator approved and appointed by UCLES.
Thank you for visiting our website.
Sincerely, Ricardo - EMB
Q #131: Hello Ricardo,
Thanks a lot for your previous answer. It will be useful. I have another question: Have you already heard anything about the GMAT test? I've read that applicants who are intending to study the MBA course in American universities are supposed to take this test and the TOEFL. What is it about?
Hugs from Curitiba, Italo <ta...*datasoft.com.br> Aug 6, 98.
 
A: Dear Italo,
GMAT - Graduate Management Admission Test. É um teste de admissão a programas de mestrado e doutorado de universidades norte-americanas na área de Administração de Empresas. The GMAT measures general verbal, mathematical, and analytical writing skills and currently consists of nine separately timed sections: seven 25-minute multiple-choiche sections and two separately timed 30-minute writing tasks. The total testing time is 4 hours.
Regards, Ricardo - EMB
Q #130: Hi there,
First of all, I would like to congratulate you for your HP. My name is Italo, and I am a just graduated Electrical Engineer, and also an English student. I've got some questions concerning business English. I don't know when I am supposed to use Sir, Madam, Mr, Ms, Mrs and Miss. Is there any rule which I can follow? Grateful, and hoping not having made many mistakes,
Italo <ta...*datasoft.com.br> July 28, 98.
 
A: Dear Italo,
Thank you for visiting our site.
Sir and Madam you use when you don't know the name of the person you are addressing.
Mr. is used before a man's name.
Mrs. and Miss are used before a married and a single woman's name, respectively.
Ms., pronounced /mIz/, is used in replacement for Mrs. and Miss. It has been created more recently, as a result of the feminist movement in the 60's, and is considered to be more politically correct for not making reference to the woman's marital status.
Regards, Ricardo - EMB
Q #129: Como falo potências em inglês? Por exemplo 223 (dois elevado à vinte e três). Marcia <marciamm*yahoo.com> July 14, 98.
 
A: Prezada Marcia,
Dois elevado à potência 23 pode ser dito em inglês: "two to the twenty-third power" ou "two to the power of twenty-three"
Ricardo - EMB
Q #128: Gostaria de saber como poderia dizer os seguintes termos escolares em inglês:
     - aulas de reforço
     - plantão de dúvidas
     - supletivo
Muitíssimo obrigado, Reinaldo <ryama*br2001.com.br> July 13, 98.
 
A: Prezado Reinaldo,
Obrigado pela visita ao nosso site.
Nem tudo é perfeitamente traduzível entre idiomas. Para que uma palavra ou expressão representando um fato concreto e específico possa ser traduzido por outra palavra ou expressão na língua estrangeira, é necessário que esse mesmo fato exista na cultura e no país em que se fala essa língua. Ou seja, a equivalência se dá no plano do mundo real e das ideias, dos quais as línguas são meros retratos, e não portanto ao nível de palavras. Esta é uma das razões pelas quais dicionários bilíngues são tão deficientes.
Tendo isso em mente, aceite as seguintes expressões para se referir a esses fatos do sistema educacional brasileiro em inglês:
     - aulas de reforço = make-up classes / supplementary classes
     - plantão de dúvidas = academic resource center / academic resource person
     - supletivo = academic upgrading program
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #127: Dear Ricardo Schütz,
How have you been? I hope you’re doing fine.
As I have previously told you, I work exclusively with language acquisition, being the academic director and trainer of Juan Uribe Language Acquisition based on Krashen’s and Chomsky’s main principle: motivation. Itself just coming in calm, relevant, productive and fun communicative situations. As Jim Mentel, an acquisition fellow peer, defines himself, I’m glad to call myself a krashenite.
The 5 hypotheses define clearly the suggested language acquisition device, its working and behaviour. It has been questioned for some time and so far I haven’t heard of anything more probable. At TESOL 98 in Seattle I attended a workshop called 10-year trial of Krashen’s theory, where in a room full with more than 150 people, it was fully approved by a group of scholars and experts.
There are some issues that I have addressed some other peers but so far I haven’t got any satisfactory answers.
1) Do you think there are people that can just get input through one of the brain hemispheres? (like people that are so hardly seduced by the left hemisphere passing them the message that learning without rules is nonsense).
2) In relation to mistake fossilization, what do you do when even knowing the rule the mistake prevails because it has been acquired in previous experience? (The case of children in big groups or Brazilians who live abroad without prior language proficiency ) Well, I would really appreciate if you could give some words to put me on the right path. Not many people here that I know are involved in really serious teaching. Are you going to be at Braz-Tesol in Recife ? I’ll be there.
Best regards, Juan Alberto Lopez Uribe <juan*learnfun.com> July 7, 98.
 
A: Dear Juan,
Thank you for your message and sorry for the delay in replying.
1) I think the very first step is to explain to people the concept of language acquisition as opposed to language learning, and how they interact. It's a difficult task to destroy an old preconception like this. Since our school days we are told that we have to study hard in order to learn and to pass silly exams. Sayings like "to burn the midnight oil" and "no pain, no gain" are hammered into our brains all along our educational careers. Especially monolinguals that have never traveled abroad have difficulty to understand the concept of language acquisition. Those become an easy target of the profit-hungry chain language schools. But if you manage to convince your students and make them believers in your approach, then you have succeeded in one first important step. It'll be easier to convince the intelligent ones and the ones with talent.
2) Error fossilization is the result of insufficient exposure or exposure to poor English. According to our experience it needs to be dealt with in a strict way. While you can be very tolerant with other inaccuracies, fossilized errors need prompt action. Don't let them get by with the mistake. Stop them every time, break the flow of communication if necessary. Address the same issue again and again, but patiently, without destroying the student's self-confidence. The same mistake from the same student may be corrected over 50 times, but should always be as if it were the first time.
No, I'm not planning to attend Braz-Tesol in Recife. We would be happy, though, if you keep us updated on it.
Regards, Ricardo - English Made in Brazil
Q #126:
Olá pessoal, tenho algumas (muitas) dúvidas, tais como: O que significa e quando devo usar "one's" eg: go back on one's word. Antônio - RJ <tom*mtec.com.br> July 2, 98.
 
A: A expressão acima significa contrariar sua palavra, não cumprir com o prometido.
YOU AND ONE AS IMPERSONAL   
O uso de "one" como pronome impessoal é um equivalente mais formal do "impersonal you". Ex:
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q #125: Preposições: "at, in, on" e conclusão final
Outra coisa que eu tenho dúvidas é sobre preposições: in, on, at, of, upon. Quando usá-los?
Eg: That man threw his shoes at me - por que não on me?
The torch is on fire -"in" ?
I put shave cream on my face - aqui eu entendo como sobre
Can't stop thinking of you - por quê não "in"?
go back on one's word
with a smile upon your face
Isso soa muito estranho para mim, porque eu interpreto in - em , on - sobre e at - no e of - de. Antônio - RJ <tom*mtec.com.br> July 2, 98.
 
A: Prezado Antônio,
Posso lhe ajudar com mais exemplos estranhos:
Por que in the last week e não on the last week; e por que on weekends e não in weekends?
Por que in the same class e não on the same class; e por que on the same team e não in the same team?
Sem a intenção de ser sarcástico, a resposta mais coerente talvez seria:
Porque cerca de 400 milhões de falantes nativos estão acostumados a assim se expressar.
No caso particular de in, on e at, pode-se observar uma certa regularidade nas ocorrências predominantes de lugar e tempo.
LUGAR - Qualquer livro de gramática elementar explica que quando definir lugar, in significa dentro de, on significa sobre (tocando), e at fica para as demais situações que não podem ser classificadas como dentro nem como sobre. Ex: The check is in the book. The book is on the table. She is at the window.
TEMPO - in: in the morning, in the first week, in July, in 1998
                 on: on Monday, on July 2nd, on weekends (at weekends em BrE)
                 at: at noon, at 3 o'clock
Afora esses poucos casos de certa regularidade, a grande maioria das ocorrências de preposições, não segue um padrão lógico ou regular. O fato é que preposições são partículas predominantemente funcionais, com pouco conteúdo semântico. Ou seja, não têm um significado claro. Servem apenas para expressar uma relação entre dois elementos. Uma vez que o significado da palavra representa o elo de ligação com o seu equivalente em outra língua, se a palavra não tiver um significado claro, fica difícil estabelecer equivalência.
Veja por exemplo como é difícil darmos uma definição para as preposições "de" e "em" nos exemplos abaixo, em comparação à facilidade de se definir substantivos como mesa, computador, ou de verbos como estudar, comer, etc.
Ou ainda, colocando-nos no lugar de quem estuda português como língua estrangeira, poderíamos muito bem perguntar: Por que
Finalmente, vejamos o papel da preposição até, comparado a expressões equivalentes em inglês, para demonstrar como é difícil correlacionar preposições entre línguas diferentes como é o caso de português e inglês:
Existem certas realidades que o falante nativo tem dificuldade de ver sobre sua própria língua. Ele pressupõe lógica naquilo que não tem lógica apenas porque está acostumado a ouvir daquela forma.

O significado da palavra representa o elo de ligação com o seu equivalente em outra língua. Preposições, tanto em inglês como em português, não têm uma área de significado clara e portanto não têm uma equivalência exata na outra língua. Não podemos portanto estabelecer qualquer paralelo no plano das formas entre nossa língua materna e a língua que queremos aprender. Portanto, pouco ajuda consultar o dicionário quando pesquisamos uma preposição.

Você jamais vai assimilar o uso correto de preposições em inglês tentando entender por vias lógicas. Idiomas não têm muita lógica. O fenômeno linguístico inerente ao ser humano, é igual a ele próprio: irregular, complexo, confuso, em constante evolução, incontrolável. A estrutura de uma língua é demasiadamente complexa, irregular e abstrata para ser categorizada e resumida na sua totalidade a um conjunto de regras. Veja o que Smith disse, já em 1925:

"Many times one preposition might seem logically just as right as another. And it is only that tyrannical, capricious, utterly incalculable thing, idiomatic usage, which has decreed that this preposition must be used in the case, and that in another ..."
(Smith, Logan Pearsall. Words and Idioms: Studies in the English Language. Constable and Co. Ltd. London 1925)

Só adquirimos domínio sobre o uso correto de preposições, em contato com a língua assim como ela é falada por nativos. De tanto ouvir o "correto" em situações autênticas de interação humana, você cria uma memóriaê auditiva que passa a monitorar sua fala. Se você não tiver tido a exposição necessária ao idioma para ter desenvolvido plenamente esta memória auditiva, isto é, não tiver alcançado ainda este grau de familiaridade com o soar das formas usuais, não tem muito que possa fazer, a não ser perseverar na busca de contato com a língua falada asim como ela é falada por falantes nativos, isto é: "corretamente". Este é mais um argumento em favor de abordagens para o ensino de línguas que enfatize language acquisition.

O consolo é que o emprego de outra preposição que não a usual, normalmente não compromete o entendimento, não sendo portanto um desvio tão irritante aos ouvidos de um nativo quanto o seria um erro de natureza idiomática ou gramatical, ou mesmo uma pronúncia desviada do normal, os quais exigem do nativo um maior esforço para entender a mensagem e podem resultar em mal-entendidos.
Finalmente, veja uma relação completa de todas as preposições do inglês em As preposições do inglês.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q #124: might, should, shall onde e como usá-los? Antônio - RJ <tom*mtec.com.br> July 2, 98.
 
A: Estes que você mencionou são alguns dos verbos modais. Veja aqui uma lista mais completa:
 
VERBOS MODAIS       
Em inglês, verbos auxiliares modais são verbos que só ocorrem na presença de outro verbo, são defectivos na conjugação e não têm passado nem futuro (com exceção do can que tem passado e condicional).
Devido à alta frequência com que ocorrem na língua, os verbos modais tornam-se imprescindíveis. Veja aqui uma lista dos principais:

Veja aqui um rápido estudo sobre a diferença de pronúncia entre can e can't.

Could funciona como passado e como futuro do pretérito de can:
          - passado: I couldn't speak English before going to England. / I couldn't go. / You couldn't smoke in the presence of your parents at that time. - Eu não sabia falar inglês antes de ir para a Inglaterra. / Não pude ir. / Não se podia fumar na presença dos pais, naquela época.
          - futuro do pretérito: You could have called me. Could you do me a favor? - Você poderia ter me ligado. / Você poderia me fazer um favor?
Shall ocorre unicamente no modo interrogativo e na primeira pessoa do singular (I) ou do plural (we).

* Veja a ambivalência do verbo dever do português.

Há quem classifique o will, o would e o used to como verbos modais. Nós preferimos deixar o will e o would como auxiliares do future e do conditional, e o used to como habitual, equivalente ao pretérito imperfeito do português. Leia aqui sobre o used to.

Também o verbo need pode ocorrer como modal, mas apenas nas formas negativa e interrogativa. Esta, entretanto, é uma ocorrência muito rara, principalmente em inglês norte-americano.

Veja mais aqui sobre a modalidade dos verbos em inglês.

Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q #123: Está certo escrever - If I could I would like to meet all of you. Antônio - RJ <tom*mtec.com.br> July 2, 98.
 
A: Seria uma forma com um certo grau de redundância, com um som não agradável ao ouvido de quem tem familiaridade com inglês. Seria mais natural dizer: I would like to meet all of you. "If I could" estabelece uma condição que o próprio conditional (I would like) já pressupõe. Em inglês, frases curtas normalmente soam melhor. Veja aqui outras dicas de Como redigir bem em inglês e Como não redigir.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q #122: Existe uma palavra ou frase americana que aqui é traduzida como "eu também", e que não é "me too" mas algo parecido com "sort or I" vocês sabem qual é? Antônio - RJ <tom*mtec.com.br> July 2, 98.
 
A: Além de Me too, você pode usar a formas mais formais So do I / So am I / So did I / So was I.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q #121: Todos os tempos verbais do inglês
Quantos tempos verbais existem na língua inglesa e quais são? Antônio - RJ <tom*mtec.com.br> July 2, 98.
 
A: Quantos tempos verbais existem em português? Você acha que saber isso vai lhe ajudar a falar português melhor?
Não se preocupe em conhecer o inventário completo de tempos verbais, tempos que raramente ocorrem em linguagem comum e os quais você provavelmente saberá interpretar quando com eles se defrontar. Você assimila diferentes tempos verbais em contato com a língua e não através de esforço intelectual sobre uma apresentação esquemática.
Em todo caso, para não lhe deixar sem resposta, aqui vai:
Além desses, ainda seria possível classificar como tempos de verbo combinações do future e do conditional com os perfect tenses.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q #120: Porquê no exemplo I set the whole thing up o "up" está no fim da frase? Antônio - RJ <tom*mtec.com.br> July 2, 98.
 
A: Eu poderia citar outros exemplos mais comuns:
Esta é uma característica do inglês moderno: colocar a preposição dos verbos preposicionais no fim da frase.
Atenciosamente, Ricardo - English Made in Brazil
Q #119: Sobre aula demonstrativa
O que é que vocês acham de aula demonstrativa? Eu já assisti uma em uma escola de inglês. O professor foi legal, mas a aula não me pareceu representar garantia de bom aprendizado, nem conheço eu inglês suficiente para saber se o professor fala realmente bem, sem sotaque de português, etc. Obrigada, "Elsa" <arribaelsa*viavale.com.br> July 2, 98.
 
A: Prezada Elsa,
Oferecer uma aula demonstrativa de língua estrangeira é como mostrar a muda da laranjeira para tentar provar que as laranjas serão doces, quando só depois de crescido o pé podemos saber se as laranjas serão doces.
Assistir a uma aula demonstrativa para saber se vai aprender é como olhar para o rosto dos noivos na noite de núpcias para saber se o casamento vai dar certo.
Se quiser assistir a uma aula demonstrativa, exija que seja com aquele que será o seu instrutor, e leve junto um amigo que fale inglês bem para ter um diagnóstico pelo menos da qualidade do inglês que o instrutor fala.
Obrigado pela visita. Ricardo - EMB
Q #118: Do subjuntivo para o inglês (IF clauses)
Hello Ricardo... we’re namesake! :-)
I’ve visited your home page frequently and I’ve already read almost all the questions. They are as well formulated as enough sagacious in replying. If I would say what I thought about it, I’d have to use a verbal time: “Pluperfect” Congratulations, it’s really cool :-)) So it’s about verb tenses the doubt that I wanna ask you: SUBJUNCTIVE. Let me get back to my native language... Gostaria de saber como fazê-lo, principalmente no Presente, é preciso pôr o “que”?! Por exemplo: “Você quer que eu vá?” Do you want I go / Do you want that I go? Ou se eu estiver errado, como é? Tenho mais uma: Qual tempo verbal eu uso no Pretérito Perfeito do Subjuntivo: “Se víssemos” usaria o “saw” ou o “seen”? Well, I hope I’ve written correctly. Thanks for helping me. Ricardo <alim_sabb*hotmail.com> July 1, 98.
 
A: Prezado Ricardo,
Obrigado pela visita ao nosso site e pelos elogios a ele tecidos.
Sua pergunta faz sentido. A mente de quem fala português como língua materna se ressente da falta de um equivalente em inglês para as formas do Subjuntivo.
Na prática podemos dizer que:
1) O nosso Subjuntivo Presente corresponde em inglês ao infinitive ou ao simple present. Ex:
2) O nosso Pretérito Imperfeito do Subjuntivo corresponde em inglês ao simple past. Ex:
Numa visão gramatical mais rígida, entretanto, esse simple past tem que ser classificado como past subjunctive, sendo diferente do simple past apenas no verbo to be. Entretanto, em muitos casos, em linguagem menos formal, é perfeitamente aceitável que o "were" seja substituído por "was". Ex:
3) O Futuro Imperfeito do Subjuntivo do português corresponde em inglês ao simple present. Ex:
Aquilo que frequentemente é estudado em inglês como IF Clauses, está diretamente relacionado ao Pretérito e ao Futuro do Subjuntivo em português. Os três tipos de IF Clauses são: real, unreal e past. Ex:
Atenciosamente, Ricardo - EMB

PERGUNTAS & RESPOSTAS:
ÍNDICE
JULHO 2005 - DEZEMBRO 2006  |  JANEIRO - JUNHO 2005
JULHO - DEZEMBRO 2004  |  JANEIRO - JUNHO 2004
JULHO - DEZEMBRO 2003  |  ABRIL - JUNHO 2003
JANEIRO - MARÇO 2003  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 2002
JULHO - SETEMBRO 2002  |  ABRIL - JUNHO 2002
JANEIRO - MARÇO 2002  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 2001
JULHO - SETEMBRO 2001  |  ABRIL - JUNHO 2001
JANEIRO - MARÇO 2001  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 2000
JULHO - SETEMBRO 2000  |  ABRIL - JUNHO 2000
JANEIRO - MARÇO 2000  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 99
JULHO - SETEMBRO 99  |  ABRIL - JUNHO 99
JANEIRO - MARÇO 99  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 98
JULHO - SETEMBRO 98  |  JANEIRO - JUNHO 98
MARÇO - DEZEMBRO 97  |  SETEMBRO 96 - MARÇO 97

Menu Principal   |   Mensagens Recebidas do Público   |   Nossa Missão   |   Nossa Equipe