English Made in Brazil
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Schütz & Kanomata - ESL
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ARQUIVO 8 - PERGUNTAS  E  RESPOSTAS  DE  JULHO A  SETEMBRO 99

Este foro é aberto ao público. Todos são convidados a perguntar, questionar, divergir, opinar, ou esclarecer. Mande suas consultas e opiniões para um dos endereços abaixo e nós responderemos com brevidade. As mensagens de interesse geral, juntamente com as respostas, serão publicadas com o nome do autor.

As opiniões aqui emitidas não são de responsabilidade do patrocinador deste site.

Conheça aqui a equipe do English Made in Brazil

Q #266: Sou professora de inglês e vou participar de uma bancada de análise sobre o tema a ser apresentado pelo aluno. O meu critério de avaliação será INTONATION. Qual a melhor forma de saber se o aluno está usando uma entonação boa e/ou como devo avaliá-lo? Thanks a lot Carla Carcelli <carlacarcelli*uol.com.br> Sep 28, 99
 
A: Prezada Carla,
Entonação frasal refere-se à variação do tom de voz, e está estreitamente ligado ao ritmo a à tonicidade da frase. Não vejo como separar esses elementos nem como fugir de uma avaliação subjetiva. Você tem que ter absoluta familiaridade com o(s) dialeto(s) do inglês em questão, e talvez devesse gravar as apresentações de todos os concorrentes para reouvi-las e poder fazer uma avaliação mais fiel. Melhor ainda seria produzir gravações de partes de cada texto apresentado, gravadas por falantes nativos representando os principais dialetos de inglês, para poder comparar com as gravações dos alunos. No caso de você dispor de falantes nativos, o ideal seria que eles próprios fizessem a avaliação.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #265: Gostaria de fazer um mestrado em ciência da informação ou informação estratégica nos EUA, como posso obter informações? Sem mais, obrigada!!! Emilena <elorenzon*usc.br> Sep 24, 99
 
A: Prezada Emilena,
Em primeiro lugar, você deve ler nossa página Mestrados e Doutorados nos EUA e escolher da lista aquele field of study que engloba sua área de estudo. Provavelmente é Information Systems ou Information Technology. Se você não tiver certeza, pergunte a um professor orientador qual seria o field of study mais apropriado.
Em segundo lugar, obtenha uma lista de universidades que oferecem mestrados e doutorados neste field através do site <www.gradschools.com>.
Em seguida você deve procurar nos sites das universidades encontradas uma descrição dos programas que lhe interessam, bem como informações gerais sobre requisitos de admissão, custos, etc.
A partir daí você deverá entrar em contato diretamente com os respectivos departamentos dessas universidades para obter informações mais detalhadas. A grande maioria vai lhe responder com informações completas sobre conteúdo dos programas oferecidos, requisitos para ingresso, preços, custo de vida do local, etc. Sua decisão final dependerá provavelmente de suas chances de ser aceita, do conteúdo do programa oferecido, e do custo de seu programa. Este pode variar consideravelmente de uma universidade para outra. Outro aspecto que influi decisivamente no custo de seu programa de estudos, é o custo de vida local. Cidades grandes e áreas exploradas pelo turismo terão um custo muito mais elevado.
Bolsas de estudo, ajudas de custo, qualquer tipo de ajuda financeira são raros e difíceis de se conseguir. Uma possibilidade mais concreta seria um "tuition waiver". Veja <Financial Aid> sobre isso.
Boa sorte, Ricardo - EMB
Q #264: Other, another & the other
Olá, primeiramente, parabéns pelo site, amei, está sendo muito útil, diversas dúvidas que temos são explicadas claramente por vocês! Gostaria de saber quando devo usar OTHER e ANOTHER, quando devo usá-lo e também qual a diferença? Monica Regina Bertho - SP <munike*techs.com.br> Sep 23, 99
 
A: Prezada Monica,
Other, another e the other podem ocorrer na função de adjetivo e pronome. Veja os seguintes exemplos:
a) The students in the class come from many countries. One of the students is from Mexico. Another student is from Iraq. Another is from Japan. Other students are from Brazil. Others are from Algeria.
Another aqui significa mais um, adicional a outro já mencionado. Other e others no exemplo acima significam vários outros adicionais a um já mencionado.
b) I have three books. Two are mine. The other book is yours. (The other is yours.)
c) I have three books. One is mine. The other books are yours. (The others are yours.)
The other(s) nos dois exemplos acima significam todos os demais de um determinado grupo.
Another também pode ser usado em expressões de tempo, dinheiro e distância, mesmo quando tais expressões contêm substantivos no plural:
d) I'll be here for another three days. I need another five dollars. We drove another ten miles.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #263: Olá Ricardo, Gostaria de que tu me tirasses uma dúvida sobre o TESL. É possível concluir o citado curso em semestres não-consecutivos em uma mesma universidade ? Obrigado, "Ardyllis Alves Soares" <ardyllis*ibeunet.com.br> Sep 20, 99.
 
A: Prezado Ardyllis,
TESL é uma sigla genérica que se refere ao ensino de inglês como língua estrangeira. Você estaria se referindo a que tipo de TESL program? Existem desde cursinhos rápidos tipo refreshment para teachers oferecidos por escolas de ESL, até TESL certificate programs de um semestre oferecidos por universidades, e ainda full master's programs. Provavelmente você se refere a um mestrado, que levaria normalmente 3 semestres. Nesse caso é perfeitamente possível você fazer um semestre, parar, e continuar posteriormente. Pode até mudar de universidade e ter seus créditos transferidos.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #262: Prezado Senhores,
Sem dúvida alguma este site é o melhor que já encontrei sobre aprendizado de Inglês para Brasileiros. Keep up the good work! Sou professor de Língua e Literatura em Língua Inglesa na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo). Terminei meu mestrado em setembro de 1998 na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). No momento devo mandar um project proposal para um professor da Stanford University que se interessou pela minha ideia. Pretendo fazer uma análise fonológica contrastiva entre o Inglês Americano e o Português Brasileiro. Descobri no site de vcs ótimas sugestões bibliográficas. Estava de fato precisando saber de obras sobre este assunto. Não tinha encontrado praticamente nada, somente um livreto da Martha Steinberg entitulado A Pronúncia do Inglês Norte-Americano. O livro é excelente mas carece de profundidade e exercícios sobre correção de pronúncia. O meu projeto de doutorado nada mais é do que produzir um livro especificamente para brasileiros sobre as dificuldades de pronúncia e bastante exercícios para resolvê-las.
Bem, disto isto queria fazer uma pergunta fonológica: A pronúncia do th (o fonema correspondente é impossível escrever no e-mail) e razoavelmente fácil em alguns casos e bem difícil em outros. Um caso bem difícil e a pronúncia destes fonemas nas seguintes palavras quando no plural: Math, myth, path. Por exemplo, maths, myths e paths. Existe alguma operação fonética que possibilite a pronúncia do th como um fonema alveolar t e não como o dental th nestes casos específicos? Mesmo que o fonema alveolar seja um pouco mais fraco do que em início silábico como teeth, tool, etc? Um outro caso bem difícil é a pronúncia das seguintes palavras: length, strength. De fato deveríamos pronunciar o n velar e logo em seguida o fonema dental th? Há alguma possibilidade de prounciar estas palvras com um pequeno k logo antes do fonema dental? Por exemplo length se pronunciaria como lenkth. Termino aqui mais uma vez parabenizando o site e digo logo que devo voltar sempre.
Obrigado. Prof. Roberto Ferreira Junior <mansur*interlink.com.br> Sep 7, 99.
 
A: Prezado Roberto,
Obrigado pela visita, colega.
O grafema th em inglês corresponde a dois fonemas interdentais e fricativos: um voiced e o outro voiceless. Nos seus exemplos eles são todos voiceless. O fato de eles estarem numa posição adjacente ao fonema /s/, não altera a produção dos mesmos, principalmente com respeito à posição interdental. Tecnicamente eles continuam sendo produzidos de forma fricativa e com ponto de articulação indiscutivelmente interdental. Se você usar falantes nativos de inglês norte-americano como informantes, eles confirmarão sem sombra de dúvida a ocorrência da posição interdental. Entretanto, o fato do fonema subsequente ser uma fricativa alveolar /s/, faz com que a produção de uma plosiva alveolar /t/ passe quase desapercebida em lugar da correta interdental fricativa.
O mesmo ocorre com a velar nasal antes do th como em length, embora o grau de dificuldade neste caso me pareça ser menor. O fato de /k/ e /g/ terem o mesmo ponto de articulação, faz com que se tornem fáceis substitutos, mas não para aqueles que falam inglês como língua materna.
O inglês e as línguas germânicas em geral se caracterizam pelo alto grau de consonantalidade. Consonantal clusters como nas palavras twelfth e strengths são perfeitos exemplos. Isto representa um acentuado contraste em relação ao português, que se caracteriza pela alta incidência de vogais em grande número de combinações, formando ditongos de vários tipos e até tritongos. Particularmente difíceis para brasileiros serão os consonantal clusters que ocorrem em final de palavras. Isto porque em português, a rigor, apenas três consoantes ocorrem em final de palavras, e sempre isoladamente: /r/ como em mar, /l/ como em mal, /s/ como em mas.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #261: Olá! Sou fluente em inglês e formado em Administração aqui em São Paulo - SP. Pretendo fazer a pós-graduação em língua inglesa para lecionar, além da atividade de administração de empresas. Gostaria de saber a diferença entre os certificados TESL, TEFL e TESOL. Ouvi dizer que o último é uma abrangência dos dois primeiros. Os três têm mesmo peso? Qual seria o mais apropriado para habilitar o candidato a lecionar tanto para estrangeiros nos EUA como para brasileiros no Brasil? Quais os requerimentos que cada um exige? É necessário ter curso de bacharelado? É necessário ir aos EUA para tirar esses certificados, pois na associação que eu frequento, eles dão o curso de TESOL em um semestre e emitem um certificado por uma universidade americana. Parabéns pelo site. Fábio Kawano <japa_boy*yahoo.com> Sep 6, 99
 
A: Prezado Fábio,
TESL (Teaching English as a Second Language), TEFL (Teaching English as a Foreign Language) e TESOL (Teaching English to Speakers of Other Languages) são apenas siglas de domínio público, não são nomes de um determinado programa de ensino. Tecnicamente ESL e TESL se referem ao estudo e ao ensino de inglês para estrangeiros residentes em países de língua inglesa. Por exemplo: imigrantes mexicanos morando nos EUA. EFL ou TEFL passou a ser usado em referência ao estudo e ensino de inglês para estrangeiros não residindo em países de língua inglesa. Finalmente, as siglas ESOL e TESOL foram criadas para designar ao estudo e ao ensino de inglês para estrangeiros em geral. Na prática, entretanto, essas distinções são ignoradas. Nos EUA predomina a sigla ESL, enquanto que na Inglaterra predomina a EFL.
Certificate programs são normalmente programas de um semestre para quem deseja uma habilitação profissional específica. A maioria pressupõe que o aluno tenha uma formação acadêmica concluída, nem que seja um Associate Degree (2 years of college). Conhecemos esses programas apenas nos EUA. Nada sabemos lhe informar sobre a existência de algo semelhante no Brasil. Quanto a dar ou não dar certificado, ou se o certificado tem ou não tem o nome de uma universidade americana, não me parece ser essa a questão importante, mas sim aprender e desenvolver habilidades. Neste aspecto, eu diria que um programa no Brasil, por melhor planejado que seja, não se compara a um programa no exterior, onde você estaria numa situação de imersão total não só na língua mas também na cultura. Estaria vivenciando language acquisition em paralelo aos conhecimentos sobre metodologia de ensino que estaria adquirindo.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #260: Franquia e a padronização do ensino de línguas
Tomei conhecimento de sua página, entretanto ficaram algumas dúvidas com relação ao texto sobre Stephen Krashen, quando ele questiona o aprendizado de uma língua estrangeira através do ensino formal, sem o intercâmbio cultural. Estudo há três anos no ...... e estou sem condições financeiras de arcar com um programa do intercâmbio, que medidas seriam necessárias para que o estudo do inglês se realizasse plenamente sem o intercâmbio? Isto seria realmente possível? Vocês conhecem o método adotado pelo ......? É bom? Procurando informações na Internet sobre como aprender novos idiomas, encontrei algo muito interessante: deve-se primeiro aprender o básico de alguns idiomas tais como alemão e italiano, aprendendo-se novas estruturas fora da língua materna, ficando assim mais fácil adquirir qualquer outro idioma. Isso é verdade?
Obrigado pela atenção dispensada. <cavalcanti*net2000.com.br> Sep 1, 99
 
A: Prezado Cavalcanti,
Obrigado pela visita e desculpe a demora em responder.
Proficiência em línguas é habilidade funcional, fruto de contato e convívio humano, e não de esforço intelectual aplicado sobre um plano didático nem de automação adquirida em exercícios repetitivos de memorização. Portanto, o principal fator determinante da qualidade de um programa de língua estrangeira é o instrutor, vetor da língua e da cultura que se quer aprender, e não o material didático usado.
Quando você cita o nome de uma escola, a informação é pouca, pois trata-se apenas de um nome; não sabemos qual é a qualificação do instrutor nem o grau de liberdade que lhe é permitido para desviar-se do plano didático e explorar os aspectos psicológicos e afetivos do relacionamento com os alunos.
Redes de franquia têm, por natureza, uma preocupação mais comercial do que educacional ou acadêmica. Além disso, escolas pertencentes a redes de franquia estão geralmente submetidas, por força de contrato, a várias restrições e a uma política que projeta uma marca e enfatiza um plano didático padronizado, em detrimento da identidade e qualificação pessoal de quem na verdade atua. Se nessa escola você tem um bom professor, com plena competência na língua e na cultura estrangeira, que tem e toma a liberdade de deixar o livro de lado sempre que detectar nos alunos outros interesses, provavelmente você está no lugar certo. Entretanto, se você alguma vez ouviu como resposta: - Isso você aprenderá no Livro X, então você provavelmente não está no lugar ideal.
Veja nossa página Como Escolher um Programa de Inglês no Brasil sobre o que é um bom professor.
Quanto a sua segunda pergunta, aprender uma língua estrangeira é reaprender a estruturar o pensamento, e não traduzir. Quem já realizou isto uma vez, tem mais facilidade para uma segunda vez. Acredito que familiaridade com estruturas básicas de vários idiomas proporcione versatilidade mental e possa desenvolver o talento para línguas. Veja nossa página O que É Talento? sobre o assunto.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #259: Hello !! My name is Fernanda, I'm 14 and I'm from Araras (São Paulo). I was surfing on the Internet and I found your site. So, I decided to enter. I really like it. It has everything you need, everything you wanna know about....in my opinion, it's the best home page in the internet. CONGRATULATIONS! I study English since 97, and I learned many things.I love English.But, it's still very poor....I have much more to learn about.That's why I'm gonna continue studying English, because I know that someday I'll speak English like I speak Portuguese now.... This e-mail has 2 purposes: congratulate your wonderful home page and ask a question .... can I? I can't understand....how do you do the Perfect Tense?? How do you form the sequency? You put the verb in the past and...!!?? I don't know !! And what's the difference between the translation of : haven't + verb (without ing), have been + verb(ing) ? When the first verb is in the past, the second will be in the present ? Is that right? Please, help me with these terrible doubts. I know that they are too stupid, but don't the people say that "the best way to learn is asking"? I must be bothering you with my stupid questions. I'm really sorry. Oh, and sorry for the mistakes too. Lots of thanks. Fernanda <lufafe*siteplanet.com.br> Aug 31, 99
 
A: Dear Fernanda,
PastensesThank you for your nice comments. Regarding your questions, take a look at this chart and the set of examples of all the past tenses of English, including all the perfect forms, notoriously difficult for Portuguese native speakers.

EXAMPLES    

SIMPLE PAST: (significado igual ao passado do português)
- I studied English yesterday. - Estudei inglês ontem.
- I lived in Japan for three years. - Morei no Japão por três anos.
 
HABITUAL PAST: ("used" + infinitive) (significado semelhante ao do passado imperfeito do português)
- I used to study a lot of English in my school days. - Eu estudava muito inglês no meu tempo de escola.
- When I was a kid we used to spend the summer vacation in Torres. - Quando eu era guri, nós passávamos as férias de verão em Torres.
 
PAST CONTINUOUS or PAST PROGRESSIVE: (past of "to be" + gerund) (igual ao português)
- I was watching TV when he came. - Eu estava assistindo TV quando ele chegou.
- He was working in the office when it started to rain. - Ele estava trabalhando no escritório quando começou a chover.
 
SIMPLE PERFECT or PRESENT PERFECT: (present of "to have" + past participle) (igual a ter + particípio passado, ou igual a já, nunca, ainda não, sempre + passado simples do português, ou presente + desde do português)
- I have studied a lot of English since last year. - Desde o ano passado, tenho estudado muito inglês.
- I have travelled by airplane many times. - Já viajei de avião muitas vezes.
- I have never been to Africa. - Nunca estive na África.
- The doctor hasn't arrived yet. - O médico ainda não chegou.
- I have always studied hard. - Eu sempre estudei muito.
- I have lived in Santa Cruz since I was born. - Moro em Santa Cruz desde que nasci.
  
SIMPLE PERFECT PROGRESSIVE: (present of "to have" + "been" + gerund) (igual a andar + gerúndio, ou presente, ou gerúndio em português)
- I have been studying a lot recently. - Ando estudando muito ultimamente.
- I have been living in Santa Cruz since 1987. - Moro em Santa Cruz desde 1987. / Estou morando em Santa Cruz desde 1987.
 
PAST PERFECT: ("had" + past participle) (igual a havia ou tinha + particípio passado em português)
- When you told me they had cancelled the test, I had already studied a lot. - Quando você me disse que eles tinham cancelado o teste, eu já havia estudado muito.
 
PAST PERFECT PROGRESSIVE: ("had" + "been" + gerund) (igual a vinha, andava + gerúndio em português)
- I had been working hard by the time I was promoted. - Eu vinha (andava) me esforçando muito na época em que fui promovido.
 
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #258: Rumos para o ensino de línguas no Brasil
Olá Ricardo,
Sou estudante de Turismo em São Paulo e acabei de entrar num curso de inglês intensivo. Bem, pelo que vocês mostram no site pude perceber que o curso tem uma tendência para o Language Learning e isso é péssimo. Gostaria de saber como posso aprender de um jeito mais natural, sem ter que ficar me preocupando em decorar vocabulário, consultar dicionários port-inglês/inglês-port a todo momento, me prendendo a regras gramaticais. Sou tipicamente aquela pessoa que consegue ortografar certinho, ler razoavelmente, mas na hora de conversar ou tentar entender filmes ou noticiários se dá mal, e muito mal. O que eu poderia fazer para melhorar, em vez de frequentar esse curso e acessar aquelas parafernálias como CD-ROM, laboratório de línguas, tapes que acompanham os livros, levando em consideração que não poderei sair do país tão cedo para um curso de inglês nos EUA por causa da faculdade e de outros fatores.
Gostaria de saber também se eu, mesmo com um curso aqui só, poderei ter uma ótima pontuação no TOEFL, a ponto de ser aceito pelas universidades americanas, pois quando fizer algum curso nos EUA, gostaria de já ir com uma boa pontuação no TOEFL, ter um tempo lá nos EUA, retornar e até quem sabe, ser um instrutor de inglês, pois adoro a língua e a ideia de ensinar.
Você fala em ter contato humano com native speakers, porém, para mim é difícil, pois aqui no Brasil só tenho contato com brasileiros e native speakers de japonês, pois sou descendente e tenho muito contato com a colônia japonesa. Com falantes nativos americanos, só tive contato poucas vezes e uma dessas foi neste último mês de julho, quando fui visitar minha prima que está fazendo intercâmbio. De fato, pude perceber o que é realmente Language Acquisition. Ela está lá há exatos 7 meses e já entende tudo que os membros da família, amigos, TV, querem dizer, além de ela estar desenvolvendo uma fluência incrível ao falar, isto levando em conta que quando ela chegou lá não entendia quase nada e não conseguia se expressar nem por gestos. Nestes 15 dias que eu fiquei junto dela e da família, pude também sentir um pouco o que é aprender naturalmente, e é empolgante. Porém o que atrapalhou muito foi que com a minha prima acabávamos falando sempre em português e quando eu estava começando a sentir, a entender o pessoal da família, amigos, já era hora de retornar para o Brasil e voltar para os métodos que temos aqui. Por isso entrei em pânico, mudei de curso, procurei o melhor que eu achei, mas ainda assim gostaria de alguns conselhos seus. Bem, é só.
Parabéns pelo site que é simplesmente o melhor que eu já encontrei em se tratando de inglês.
Espero que você possa me ajudar. Aguardo resposta. Obrigado, Cesar <umekita*mandic.com.br> São Paulo. Aug 26, 99
RUMOS PARA O ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL
A: Prezado Cesar,
O seu problema é o mesmo de muitos, e revela uma deficiência do nosso ensino. Proficiência na língua da comunidade global é hoje uma qualificação básica do indivíduo, tanto para sua carreira acadêmica quanto profissional. (1)

Embora nosso Ministério de Educação já tenha demonstrado ter percebido o problema (veja Parâmetros Curriculares Nacionais - Língua Estrangeira Moderna) parece que nossa comunidade acadêmica ainda reluta em implementar as mudanças necessárias. Os ensinos fundamental e médio continuam inertes, atolados numa abordagem ao ensino da língua estrangeira quase igual à do início do século e carentes de professores proficientes na língua, enquanto os cursos superiores de letras no Brasil, formadores desses professores, continuam fazendo basicamente o que sempre fizeram. (2)

A necessidade que a partir daí surge no mercado, é rapidamente explorada por uma larga maioria de "cursinhos" inspirados predominantemente na abordagem mecânica-repetitiva dos anos 60, com resquícios da abordagem de tradução e gramática do século passado. Tais empreendimentos são geralmente motivados mais pela lucratividade do que pela vocação acadêmica, e sustentados por vultosas verbas publicitárias que projetam uma marca em detrimento da identidade e qualificação pessoal de quem ensina. O cliente é uma presa fácil: tem uma necessidade urgente e não tem como avaliar a curto prazo a qualidade do que recebe. Se você, por exemplo, não tivesse tido a oportunidade de experimentar language acquisition nessa sua viagem de 15 dias, continuaria embrenhado em frustrantes esforços para entender a estrutura irregular desta língua estrangeira, ou em maçantes exercícios para decorar modelos de frases, convicto de serem estes os únicos caminhos para alcançar a habilidade funcional de que tanto necessita. (3)

Quando defendemos a necessidade de uma profunda reforma no ensino de línguas no Brasil, nossas palavras podem não representar uma solução para seu problema, para o problema do José Carlos <José Carlos e o Ensino de Línguas no Brasil>, ou para o problema de muitos outros, agora. Mas poderão, isto sim, representar uma solução para nossos filhos, se assim o desejarmos. É uma solução relativamente simples e barata, e representa um ovo de Colombo. Basta o Ministério da Educação e o Ministério do Trabalho promoverem pequenos ajustes burocráticos para facilitar a criação de núcleos de convívio multiculturais em nossas escolas de Ensino Fundamental e Médio, a exemplo das escolas internacionais encontradas nos grandes centros. A partir daí, convênios de intercâmbio com escolas do exterior possibilitariam a presença constante de falantes nativos de línguas estrangeiras. Esses núcleos de convívio multicultural em escolas da rede pública teriam também autonomia para estabelecer contato direto com organizações estrangeiras voltadas ao intercâmbio de jovens adolescentes, podendo oferecer, para seus alunos mais destacados mas menos privilegiados, oportunidades de intercâmbio no exterior em escola de mesmo nível a preços de custo, sem as altas taxas de intermediação cobradas pelas agências de intercâmbio brasileiras. (4)

Em paralelo, deverão ser desenvolvidos novos currículos de cursos superiores em linguística aplicada voltados à licenciatura de profissionais com preparo para implementar e coordenar os núcleos de convívio multicultural. Este novo profissional deverá ter sólidos conhecimentos nas áreas da psicologia cognitiva e linguística aplicada (metodologia, linguística comparada incluindo fonologia, vocabulário e sintaxe, ensino da língua materna para estrangeiros, etc.). Requisito para ingresso nesses programas será fluência (por exemplo, TOEFL 550 a 600) e plena competência cultural na língua cuja disseminação irão futuramente coordenar. Requisito para conclusão do programa deverá ser um ou dois semestre de estudos no exterior, em país cuja língua e cultura irão futuramente ensinar. Também poderiam ser criados programas de licenciatura curta para o ensino de línguas para pessoas com formação acadêmica diversa, que tenham proficiência comprovada. Áreas como psicologia e fonoaudiologia especialmente poderiam ser beneficiadas, mas quaisquer áreas, como engenharia ou administração, proporcionariam excelentes professores de English for Special Purposes. (5)

Quanto ao seu caso, considerando que não lhe seja possível viajar ao exterior novamente e por mais tempo, só podemos lhe sugerir que procure ambientes que lhe proporcionem contato com a língua e a cultura estrangeira por aí mesmo. São Paulo é um centro grande onde você certamente encontrará o que procura. Em nossa página Como Escolher um Programa de Inglês no Brasil você encontrará orientações úteis.

Acredito que é perfeitamente possível alcançar um escore TOEFL 500/550 por aqui. Você deve se lembrar, entretanto, que diferentes pessoas têm diferentes ritmos de assimilação bem como diferentes tetos. (6)
Boa sorte.

(1) Veja mais sobre isso em: O Inglês e a Globalização e Monolinguismo: o Analfabetismo Moderno.
(2) Veja mais em Fraqueza do nosso sistema educacional.
(3) Veja mais sobre isso em: Aprendizado de Línguas: Retrospectiva.
(4) Veja mais sobre isso em: A Responsabilidade da Escola na Erradicação do Monolinguismo, O Papel do Governo na Erradicação do Monolinguismo e Centros de Convívio Multicultural.
(5) Veja mais sobre isso em: CPE x curso de letras e Tendências e Propostas para o Ensino da Língua Inglesa.
(6) Veja mais sobre isso em: O Que É Talento para Línguas?

Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q #257: Causative verbs
Você poderia me explicar o assunto Causative Verbs, tenho encontrado dificuldades para saber utilizar tanto oral como escrito. Grata. Karem de Oliveira Thomaz <karem*copene.com.br> Aug 25, 99
 
A: Prezada Karem,
Causative são aqueles verbos cujos significados poderiam ser classificados como causadores de algum efeito. São verbos frequentemente derivados de adjetivos ou substantivos. Ex:
Alguns linguistas estendem o conceito de causative àqueles verbos que têm um significado latente de causadores de algum efeito. Ex:
O termo causative pode também ser aplicado aos verbos let, make, have e get. Os três primeiros devem ser seguidos de um infinitivo sem to, enquanto que get deve ser seguido por um infinitivo com to. Ex:
O estudo de causative verbs não me parece ser de maior relevância prática.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #256: Caros senhores, amei o English Made in Brazil, o qual com certeza vai me ajudar muito. Mas não tive tempo de ler todas as perguntas no final. Por isso gostaria de saber qual a origem de Tio Sam. Um abraço, Marilene <nena*e-net.com.br> Aug 24, 99
 
A: Prezada Marilene,
Uncle Sam é um personagem representado em caricatura que identifica o país e o governo dos Estados Unidos, cujas iniciais também são U.S. A origem de Uncle Sam está no início do século passado. Na guerra de 1812 entre EUA e Inglaterra, um dos fornecedores de carne para o exército norte-americano era Samuel Wilson, também conhecido como Uncle Sam. Quando agentes do governo norte-americano marcavam os barris de carne em conserva fornecidos por Wilson com as iniciais US para indicar propriedade do governo, as pessoas logo identificaram as iniciais com o apelido do fornecedor.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #255: Olá, Meu nome é Jamir, sou analista de sistemas, e gostei muito do site de vocês. Aliás, foi um americano residente em Goiânia, professor de inglês, que me recomendou este site. Uma função que me deixa bastante confuso são os Phrasal Verbs. Existe um site: <http://eslcafe.com/pv> que eu consulto de vez em quando, mas o que facilitaria mesmo seria os Phrasal Verbs traduzidos e com exemplos. Se pudessem me enviar uma lista deles com exemplos, eu agradeceria. Muito obrigado e parabéns, Jamir <Jamir_Fonseca*RAL.msg.com.br> Aug 23, 99
 
A: Prezado Jamir,
O Dave's ESL Cafe é um site formidável, porém não oferece um enfoque de linguística comparada voltado especificamente àqueles que têm o português como formação linguística. English Made in Brazil é provavelmente o mais completo recurso na Internet sobre linguística comparada de inglês e português. Você encontrará o que procura na página: Two-Word Verbs.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #254: Dear Mr. Schütz,
First of all congratulations for your state-of-the-art website. The information contained therein is outstanding and you all should be very proud of it. Now let me introduce myself. My name is Rafael, I'm 18 years old and I was a junior foreign exchange student in an American high school last year. I've always been fascinated by the American culture, which may explain why my English skills are slightly above the average. In fact, my ESL teacher refused to have me in her class in case I decided to stay one more year in the States. She claimed that the state of Texas wouldn't allow me in, for my score was too high. Anyway... an American friend of mine recently came up with the idea of starting an ESL business here in Porto Alegre, and invited me to join in as his partner. The idea is really great since we are both fluent English speakers and I can call myself "almost a native speaker." We both have also a great literary knowledge that might be useful to our teaching. The problem is that neither of us have a great deal of understanding about the general grammar rules and we often misspell words. Our knowledge is basically empirical, and I don't know how much that would affect our school. What suggestions could you give us? Should we focus on learning grammar rules rather than other aspects of the language or is it OK to teach ESL without knowing a great deal of it? Thank you for your patience, and again congratulations for the website.
Best wishes, Rafael Anschau <anschau*ez-poa.com.br> Aug 17, 1999
 
A: Dear Rafael,
To acquire the ability to speak a foreign language is a lot more difficult than building up knowledge about its structure. These are two different things and one does not depend much on the other. You have accomplished the more important and more difficult task, but the other is also important for an ESL teacher. Now you need to develop not only your knowledge about the structure of the language, which will be fairly easy, but also and more importantly knowledge about teaching and learning methodology.
An effective language program must emphasize language acquisition, but language learning, the formal study grammar, should be also offered as a complement. So, if you are planning to start a professional carreer in teaching ESL, I would say yes, you should get yourself good grammar books and study to build up your knowledge. More important than general grammar, is the compared study of grammar and the whole field of contrastive linguistics. That is, you focus on the contrasting points between the learners' native language and their target language. You will find some of the main contrasts between Portuguese and English in our web site. You must also read de pages Language Acquisition x Language Learning and O Que É um Bom Instrutor.
Good luck. Ricardo - EMB
Q #253: Olá Ricardo e equipe do excelente site English Made in Brazil. Gostaria que me fosse tirada uma dúvida... Há significativa diferença quanto ao uso de someone e somebody na língua inglesa? Tenho a impressão de que devam ser empregados em situações sutilmente diferentes, e gostaria de saber quais são as condições para o uso de cada um... Desde já agradeço Um abraço, "Jardel Caetano" <jardelcaetano*hotmail.com> Aug 17, 1999
 
A: Prezado Jardel,
Someone e somebody são sinônimos.
Atenciosamente, Ricardo, Teresa & Gail - EMB
Q #252: Sou aluno iniciante em curso de inglês e gostaria de informações sobre cursos de inglês em CD-ROM para estudar sozinho em casa como reforço do meu aprendizado. Outra dúvida é quanto à eficiência de estudar com CD-ROM.
Agradeço antecipadamente. "Ubaldo Simone Baruffi" <ubaldo*omnicom.com.br> Aug 17, 1999
 
A: Prezado Ubaldo,
Habilidade em línguas estrangeiras é fundamentalmente fruto de convívio humano. Qualquer material de apoio que você usar, TV a cabo, fitas cassete ou de vídeo, CD-ROM, todos vão ajudar mas pouco realizar. Portanto, nosso interesse maior não está voltado para avaliação de materiais didáticos, e nosso conselho é de que não cometas o erro de gastar muito nisso. O melhor que podes fazer pelo teu inglês é pensar em viajar para o exterior ou escolher um bom programa aqui. Veja sobre isso nas páginas: Como Escolher um Programa de Inglês no Brasil e Como Escolher um Programa de Inglês no Exterior.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #251: Olá Ricardo,
Fiquei feliz em saber que posso contar com o vosso auxílio. Desde já coloco-me a disposição para qualquer necessidade em Brasília. Como disse anteriormente, leciono inglês e estou sempre questionando sobre a gramática inglesa. Estou atualmente trabalhando com funções -ing e -ed em inglês. Sei que temos substantivos que tem a função de adjetivo, como por exemplo: process control - controle de processos. Mas como poderia explicar as funções do -ed e -ing, que também formam o adjetivo como por exemplo: The World Monitoring Centre; The black-footed ferret; More than 180 of the documented extinctions have taken place on islands; more than 90 per cent of recorded bird extinctions since 1600 have been on islands; The most obvious is that island species have limited ranges and often low populations. Há alguma forma de explicá-las como adjunto adnominais em inglês. Qual seria o termo gramaticalmente correto usado? Antecipadamente agradeço vossa presteza.
Um abraço, "Rosângela Elias Silva" <rosangela*tba.com.br> Aug 9, 99
 
A: Prezada Rosângela,
Você está correta, praticamente todo substantivo em inglês pode funcionar como se adjetivo fosse.
Com relação aos particípios (_ing e _ed) na função de adjetivos, este é um fenômeno comum em inglês. No português ocorre o mesmo, porém apenas com o particípio passado, não com o gerúndio.
Na prática, pode-se dizer que em ambas as línguas todo particípio passado é também adjetivo. No caso do inglês, o particípio presente (gerúndio) também pode ser frequentemente usado como adjetivo. Assim como podemos explicar que o gerúndio em inglês funciona também como adjetivo, podemos também explicar que o sufixo _ing é multifuncional, servindo para formar o gerúndio dos verbos, bem como a respectiva derivação em adjetivo.
O mais relevante aqui é o efeito no plano semântico. O adjetivo _ing significa dar, causar um efeito, enquanto que o adjetivo _ed significa receber, ser afetado. Por exemplo: an interesting teacher seria um professor que consegue despertar o interesse dos alunos, enquanto que an interested teacher seria um professor motivado, satisfeito com seu trabalho e com o emprego. Portanto, devido a sua característica semântica, o adjetivo _ed normalmente se aplica apenas a pessoas.
Veja aqui uma lista dos mais comuns adjetivos _ing e _ed derivados de verbos:
Observe as exceções:
Atenciosamente, Ricardo, Teresa & Linda - EMB
Q #250: Dear friends,
My name is Asael Costa da Silva, a 36 y.o. Brazilian married man. I'm studying English at Cultura Inglesa São Paulo and found your site recently during a search. It's amazing and I've printed some of your pearls not only to keep it as a reference but also to improve my language skills. In future, I'm going to contact you about linguistics but for now, there's something I'd like to clear and I hope you can help me doing this. I received a mail from a friend some time ago where she claims to know the origins of the word "f...". I'm curious about that, especially because I've been looking for this information in many Oxford and Cambridge dictionaries and found nothing. The message follows below. I know it's odd, but can you help me? I thank you in advance.
Asael Costa da Silva <asael*brm.bireme.br> Aug 3, 99
 
A: Prezado Asael,
A explicação acima muito provavelmente trata-se de uma brincadeira. A versão etimológica mais aceita é de que a palavra fuck é de origem germânica, sendo que a fonte exata entretanto não é conhecida. As ocorrências mais antigas da palavra vêm da Escócia, o que sugere uma possível origem escandinava, relacionada ao norueguês fukka - copular, e ao sueco focka - copular, bater, e fock - penis.
Veja Ode to the Word "Fuck".
Atenciosamente, Ricardo & Jason - EMB
Q #249: Prepositions to & for II
Olá, Sou um jovem professor de inglês, e estou lecionando há 4 anos. Estou escrevendo-lhes este e-mail para pedir informações sobre as diferenças e o uso correto de "to" e "for", tenho pesquisado em várias gramáticas como: A University Grammar of English e A Practical Grammar of English, mas nenhuma delas é específica neste ponto. Gostaria de alguma informação a esse respeito, pois sei quando usar uma ou outra preposição, mas não sei bem o porquê. E é justamente desse porquê que eu preciso para ensinar meus alunos. Muito obrigado e espero que possa contar com a ajuda de vocês. Felipe Donadio <fdonadio*zaz.com.br> July 28, 99
 
A: Prezado Felipe,
Obrigado pela visita e pelo interesse em nosso trabalho.
  • Em primeiro lugar, você está relacionando inglês com português, portanto dificilmente encontraria uma resposta numa gramática que descreve o inglês apenas, sem compará-lo com o português. Não fosse o fato do pensamento de seus alunos se estruturar nas formas do português, e de o português ter a preposição "para" com uma área de ocorrência que frequentemente corresponde a "for" e "to", vocês provavelmente não estariam fazendo esta pergunta.
  • Em segundo lugar, se você já sabe quando usar uma ou outra, mas não sabe o porquê, isto prova que não é sabendo o porquê que vai lhes permitir saber quando usar uma e outra. Portanto, a mesma receita que funcionou para você, é a que você deve prescrever para seus alunos. E aproveite para explicar a seus alunos que tradução mental não funciona. Diga-lhes para lerem Tradução mental - a receita que não dá certo. Esclareça também que línguas não são sistemas regulados por lógica, portanto nem sempre há um porquê.
  • Finalmente, veja TO & FOR, onde você encontrará uma resposta mais completa do que em qualquer gramática, e leia também Prepositions: Conclusão Final.
  • Atenciosamente, Ricardo - EMB
    Q #248: Inglês de graça nos EUA
    Caro Ricardo,
    Acessando as páginas de sua HP, que por sinal é ótima, algo me chamou bastante atenção. Foi a página referente a cursos de ESL no exterior. Mais especificamente a parte em que vc cita que Community Colleges e High School são escolas públicas que oferecem aulas de ESL de graça ou quase de graça em todos os estados do EUA. Como acessei quase todas as escolas da sua lista e constatei que todas eram pagas, vc por acaso não teria uma lista de escolas públicas que eu pudesse acessar? O motivo é que estou de viagem marcada para os EUA. Já tenho passagens e visto. Como pretendo ficar quase dois meses, gostaria de estudar em uma escola pública que não fosse muito cara. O meu inglês ainda se encontra num nível básico. Faço curso numa renomada escola de inglês em SP e tomo aulas particulares com uma native speaker. Portanto, gostaria de vivenciar esta experiência de que tanto vcs falam que é viver e ter contato no exterior. Desde já , agradeço a toda sua equipe por esta HP que esclarece muitas dúvidas que temos. Um grande abraço! Américo Akira Ito <Americo.Ito*nextel.com.br> July 27, 99
     
    A: Prezado Américo,
    Programas gratuitos de ESL nos EUA podem ser encontrados em public high schools, em community colleges, bibliotecas ou igrejas. Algumas universidades que possuem programas de TESL (Teaching English as a Second Language) também oferecem aulas gratuitamente em que seus alunos treinam na futura profissão. Sobre todos esses programas gratuitos de ESL, entretanto, temos que considerar os seguintes pontos:
    1) Esses programas são voltados aos imigrantes já residentes no país. Por esta razão, não oferecem alternativas de estadia e são programas normalmente de apenas dois encontros semanais.
    2) O grau de instrução de muitos alunos é segundo grau incompleto, e os grupos se caracterizam por heterogeneidade, além de não haver limite no número de participantes.
    3) O motivo da existência de tais programas é amenizar o choque cultural e proporcionar uma adaptação mais rápida do imigrante já residente nos EUA, ao sistema do país. Logicamente, não é do interesse nem da escola e muito menos do serviço de imigração divulgar no exterior programas de ESL gratuitos, subsidiados pelo governo, pois estaria produzindo o efeito contrário àquele que é o maior esforço do órgão: sustar o fluxo de imigração.
    4) Esses programas não são credenciados pelo serviço de imigração a emitirem o documento I-20, para visto de estudante.
    Por estas razões, não só a divulgação desses programas é pequena e a qualidade pode deixar a desejar, como a frequência quase não justifica os custos fixos de viagem e estadia daquele que para lá viaja com a finalidade principal de aprender inglês. Programas gratuitos de ESL entretanto representam uma oportunidade, para quem já se encontra no país e já tem onde morar, de encontrar pessoas e fazer amizades. Quem quiser experimentar, deve procurar por esses programas quando lá chegar.
    Atenciosamente, Ricardo - EMB
    Q #247: 'Need' as a modal verb
    Dear Sirs:
    I had my first contact with your web site and I found it very interesting. I got the First Certificate in English (Cambridge University) last December and, since then, I have been studying hard, very hard to attend the CAE exam. Well, I was reading some grammar rules and faced at this question: I need to - infinitive - / I need not - infinitive -, the second one without 'to'. It looked so strange to me that I decided to ask somebody. Could you help me? I look forward to hear from you soon. J.Daudt <daudt*ep-bc.petrobras.com.br> July 26, 99
     
    Dear J.Daudt,
    O normal do verbo need é usá-lo não como verbo modal (modal auxiliary), mas sim como verbo principal (lexical verb): O que você viu, é o verbo need sendo usado como modal auxiliary. Esta é uma ocorrência rara, principalmente em inglês norte-americano, e quando ocorre, limita-se às formas interrogativa e negativa. Por esta razão, o verbo need é classificado como marginal modal. Exemplo:
    Atenciosamente, Ricardo - EMB
    Q #246: Visitei o site de vocês e adorei !! Tenho, na verdade, duas perguntas a fazer: 1) Por que podemos ver palavras que antes eram escritas com "...ght" no final como "sight" e agora são escritas com "...te", como "site", night - nite, light - lite. É uma nova forma estética? Se houve mudança na ortografia, ela é notória? Ou são palavras completamente diferentes?? Thanks a million !! Mara Russell <cristhiane*petroserv.com.br> July 25, 99
     
    A: Prezada Mara,
    Aqui há duas situações:
    A) sight e site são palavras diferentes. A primeira significa vista, visão, enquanto que a segunda significa lugar.
    B) As formas nite e lite são variações ortográficas não totalmente aceitas (non-standard).
    Atenciosamente, Ricardo & Teresa - EMB
    Q #245: Caro Ricardo,
    Li em algum lugar nas páginas de vocês: "Esta é uma característica do inglês moderno: colocar a preposição dos verbos preposicionais no fim da frase."
    Who would you like to speak with? / Mr. Jones is the person I need to talk to. / What for? / What are you talking about?
    Dúvida: Essa colocação da preposição no final da frase pode ser aplicada a todos os verbos preposicionais? Existem verbos onde a separação da preposição não possa ocorrer? Ou que, mesmo que possa ocorrer, não seja a construção mais usual? Por exemplo: turn off the light / turn the light off. É indiferente o uso das duas formas? Você poderia me dar alguns outros exemplos?
    Obrigada :) Adriana <dri2*mailbr.com.br> July 22, 1999
     
    A: Prezada Adriana,
    Você não deve confundir phrasal e prepositional verbs com prepositional phrases.
    Exemplo de prepositional phrases:
    Quando dizemos que a característica do inglês moderno é colocar a preposição no final em interrogative-word questions, estamos nos referindo a prepositional phrases.
    Phrasal e prepositional verbs pertencem a uma categoria de verbos muito característica do inglês: os two-word verbs:
    Exemplos de two-word verbs:
    Veja mais sobre isso em: Separable x Inseparable  Two-word Verbs  Preposition-dependent Words
    Atenciosamente, Ricardo & Eric - EMB
    Q #244: Professor Ricardo,
    Em programas de inglês no exterior, qual a influência do lugar de estadia (casa de família ou dormitório em universidade) no aprendizado do idioma? Em uma casa de família, o aproveitamento é percebido em todas as idades, ou uma criança, por ainda desfrutar mais do convívio familiar, sobressai em relação a um adulto que já mora sozinho e adquiriu total independência?
    Um abraço "Andrey Soares" <andreysoares*receita.fazenda.gov.br> July 18,1999
     
    A: Prezado Andrey,
    Sobre estadia, eu diria que não é propriamente o tipo de estadia que mais diretamente influi nas oportunidades de convívio, e consequentemente no aprendizado, mas sim a personalidade e a predisposição da pessoa. Se você é jovem, por exemplo, e gosta de festa, provavelmente encontrará oportunidades de convívio (e muito intensas!) num dormitório universitário. Por outro lado, um adulto independente, como você sugeriu, talvez acostumado a uma vida mais solitária, certamente levará mais tempo para imergir na cultura estrangeira e encontrar oportunidades de convívio e de interação, independente do tipo de estadia. De uma forma geral, casa de família e dormitório universitário proporcionam ótimas oportunidades de contato com a língua.
    Atenciosamente, Ricardo - EMB
    Q #243: Hi there,
    My name is Kym Barnes, I wonder if you can help me? I plan to come to Brazil for 1 year in December with my children, Ryan aged 7 and Tyler aged 6. They will attend a Portuguese school in Uberlandia. My question is this, while we were in Brazil last year for 5 weeks they picked up quite a lot of Portuguese - how difficult will it be for them to adapt to the language? I realise this is a wide question, but I would appreciate any information you could give. We are from Ireland. Many thanks,
    "Kym Barnes" <kymbarnes*hotmail.com> July 18,1999
     
    A: Dear Kim,
    Thank you for visiting our site. How interesting!
    At this age your children should have no problem adjusting to the new environment, especially if they have already acquired some Portuguese. When my daughter was 6 (didn't speak any English) and we moved to the US, in the first month, her school teachers thought she could be retarded. By the third month she had already a full participation, and within one semester, she was appointed the student of the month for her remarkable achievement. In little more than a year she was a native speaker.
    Good luck, and keep in touch.
    Regards, Ricardo - EMB
    Q #242: Ei pessoal do EMB! Adoro o site de vocês e sempre o indico aos meus colegas que gostam de aprimorar o inglês. Bem, gostaria que vocês tirassem algumas dúvidas que me apareceram outro dia, quando resolvia um exercício. Vamos lá:
    1) Qual a forma correta: The Trucial States have become the United Arab Emirates ou has become?
    2) Está correto escrever: Last weekend me and my boyfriend went to a party?
    3) A seguinte frase me soa estranha: If I received a prize, the first thing I would do would be travelling. Poderia corrigi-la da seguinte maneira? If I received a prize, the first thing I would do would be to go travelling / to travel.
    4) Está correta a seguinte construção? Her mother didn't interfere because after some years, when her daughter was older she, herself, could choose who she wanted to marry. A ideia é que a mãe não interferiu no arranged marriage da filha porque sabia que depois de um tempo, quando a filha fosse mais velha, ela poderia escolher com quem se casar.
    5) Que pattern eu devo usar depois de suggest? She suggested they went to the party / going to the party / they should go to the party?
    "Bárbara F.C.M." <brenta*brhs.com.br> July 15, 1999
     
    A: Prezada Bárbara,
    1) Esta é uma pergunta que qualquer falante nativo também faria. A forma correta depende de você considerar o sujeito como uma unidade ou uma pluralidade. O mais aceito em casos como the United States e the Netherlands é considerá-los como singular. Já termos geográficos como the Alps ou the Hawaiian islands são normalmente considerados plural.
    2) Embora a frase acima possa ser aceita como usual em linguagem informal e coloquial, o mais correto gramaticalmente seria: Last weekend my boyfriend and I went to a party.
    3) Você poderia melhorar a frase de duas maneiras: If I received a prize, the first thing I would do would be to go traveling. If I received a prize, the first thing I would do is travel.
    4) Está correto.
    5) Suggested é um verbo que segue o verb + gerund pattern: She suggested going to the party. Entretanto, a ideia também pode ser colocada da seguinte forma: She suggested they should go to the party. Veja Pergunta 173.
    Atenciosamente, Ricardo & Teresa - EMB
    Q #241: She's writing in the notebook. / She's writing on the blackboard.
    Por favor eu gostaria de saber o motivo para se usar in na primeira frase e on na segunda.
    "Sr. Marcos Rita" <ritarj*ibm.net> July 14, 1999
     
    A: Prezado Amigo,
    Se usarmos o mesmo substantivo, por exemplo book, nas duas frases, elas terão significados diferentes: in the book significaria nas páginas que ficam dentro do livro; on the book significaria mais provavelmente que você estaria escrevendo numa folha de papel com o livro por baixo servindo de apoio. Poderia significar também a respeito do livro, dependendo do contexto. Veja mais sobre isso em Prepositions: Conclusão Final.
    Atenciosamente, Ricardo - EMB
    Q #240: Caro Professor Ricardo,
    Estou a procura de endereços que possam me responder estas questões: 1) Qual a contribuição da Psicologia para o ensino da Língua Inglesa? 2) Qual a relação teórico-prática na formação do professor de inglês? Tenho urgência nesta pesquisa, se for possível me orientar mais uma vez, agradeço a sua constante colaboração.
    Abraço, Grace Cardoso <grace*gold.com.br> July 13,1999
     
    A: Prezada Grace,
    1) São duas as áreas de conhecimento que mais diretamente influenciam o ensino de línguas: a linguística e a psicologia. Veja A Psycholinguistic Approach para um exemplo de abordagem inspirada em psicologia.
    2) Sobre os fatores que definem o perfil de um bom professor de línguas, veja O que É um Bom Instrutor?.
    Atenciosamente, Ricardo - EMB
    Q #239: Hi! Since I was a teen that I like English, this way, I never stoped to study it. Recently I found in internet your site, and I think very interesting. Now I'm 35 year, and study English yet. During all day I work in a Factory with human resources, but at night I'm teacher of English in Public Net, and I'd like to know how I'd can to teach people that don't know anything about English. (5ª to 8ª degree) The others teachers like; geography, math, history, have books and other materials from MEC, but in English I haven't anything. The level's people knowledge 5ª to 8ª degree is the same. What can I do?? Please, help me. Thanks, "Adilson Evangelista de Souza"<adilson*astextil.com.br> July 13, 1999
     
    A: Dear Adilson,
    Thank you for visiting our web site.
    We understand how difficult it is to teach and to learn languages in our public high schools, where the usual class size is 40 or 50 students. Please take a look at the the following pages: Como Ensinar Inglês no 2o Grau e Acquisition em Escolas do 2o Grau
    Regards, Ricardo - EMB
    Q #238: O que é "saber vocabulário"?
    Pessoal do English Made in Brazil.
    Primeiramente gostaria de parabenizá-los pela excelente página na "web", a transparência e honestidade com que passam as informações são louváveis. Possuo semelhante filosofia quanto ao ensino do idioma inglês. Penso que uma escola de línguas deve pensar primeiro em ensinar de verdade e não em vender o curso, com muito marketing e pouco resultado ...
    Minha pergunta é a seguinte: Existe alguma teoria quanto a uma estimativa de qual seria o número mínimo de vocábulos necessários para comunicação fluente em inglês? E português?
    What exactly are you guys? Franchising? I heard you have no branches, if it's true, why is that? I've studied English for the past 15 years and I'd really like to know more about what you guys think to be the best and the right way to speak a second language. One more friend at your service,
    "Rodrigo Teixeira Raphael" <hidehigh*uol.com.br> July 12, 99
     
    A: Prezado Rodrigo,
    Em primeiro lugar, obrigado pelos comentários de apoio.
    1) Não existe no âmbito da linguística aplicada teoria relacionando habilidade em línguas com conhecimento de vocabulário. Nem habilidade nem conhecimento em língua estrangeira podem ser medidos pelo número de palavras que a pessoa "sabe".
    Em primeiro lugar, permita-me aqui investigar o significado de "saber", de "ter" ou de "conhecer". Saber uma palavra significaria apenas reconhecê-la quando a vemos, ou seria mais do que isso: dispor dela para expressarmos nossos pensamentos? Bastaria o conhecimento passivo, ou esse conhecimento teria que ser ativo? E bastaria reconhecê-la na sua forma escrita, ou teríamos que ter também a habilidade de reconhecê-la na sua forma oral? E se a reconhecêssemos na sua forma oral, seria o bastante reconhecê-la quando pronunciada isoladamente e claramente, ou teríamos que ter a habilidade de reconhecê-la quando pronunciada dentro de uma frase em velocidade normal de conversação, às vezes com ruídos de fundo?
    Acredito que por aqui já poderíamos concluir que a maioria de nós não tem um conceito claro do significado de "saber uma palavra". Entretanto, ainda temos muitos outros argumentos para demonstrar que não se mede conhecimento nem fluência em línguas pelo número de palavras que se "sabe".
    Como classificaríamos por exemplo uma palavra como o verbo ficar do português ou o verbo take do inglês, para os quais podemos facilmente encontrar uma dezena de significados? Saber apenas um ou dois dos significados seria "conhecer" o verbo?
    Em terceiro lugar, na hora de contabilizar os vocábulos que conhecemos, palavras como sofismar e dobradiça teriam o mesmo peso que beber e casa? Até que ponto o fato de talvez não sabermos dizer dobradiça em inglês pode comprometer nossa fluência?
    Em quarto lugar, se soubermos por exemplo que give significa dar, e que a preposição in corresponde a em, porém se não soubermos que give in significa ceder ou que give up significa desistir, como fica nossa contabilidade?
    Finalmente, o que faríamos nesta contagem com partículas funcionais como preposições e artigos, praticamente desprovidas de conteúdo semântico, especialmente quando comparadas a verbos e substantivos?
    Podemos concluir, portanto, que é praticamente impossível quantificar vocabulário, e podemos também inferir que habilidade (fluência) em línguas não está diretamente relacionada a simples familiaridade com vocabulário.
    Só a estrutura gramatical da língua, já é mais importante do que seu vocabulário. Uma coleção de palavras nunca chegará a formar uma língua. São necessárias as regras do jogo além das peças.
    Línguas são fenômenos complexos que incluem também fonética, morfologia, sintaxe, cultura, etc. "Linguagem é um sistema de representação cognitiva do universo pela qual as pessoas constroem suas relações", como colocou uma frequentadora do nosso site. Sistema esse, moldado pela identidade cultural de cada nação.
    Assim como não é o número de páginas que determina a qualidade de um livro, nem a quantidade de cores que determina a beleza de um quadro, não é o número de palavras que influencia diretamente o alcance do nosso poder de comunicação.
    Atenciosamente, Ricardo - EMB
    Q #237: Oi! Como faço para saber quando tenho que usar o "Have/has done" ou o "Had done"? Aguardo ansiosamente por uma resposta. Desde já, muitíssimo obrigado. Forte Abraço, Gustavo RagONEzi Alves <ragonezi*iron.com.br> Jul 6, 99
     
    A: Prezado Gustavo,
    Você usa um ou outro conforme o significado que você quer transmitir. "Had __ed", o past perfect, é passado do passado, praticamente igual em inglês e português:
    Quando o professor avisou, isto é passado. Antes disso, passado do passado portanto, eu já tinha estudado.
    A outra forma, "have ___ed", é o famoso perfect tense. Esta estrutura não corresponde a uma única forma verbal no português. O português, para transmitir a mesma ideia, usa diferentes combinações de tempos de verbo com advérbios. Veja The Perfect Tense para uma explicação detalhada sobre isso.
    Outra forma de responder a tua pergunta, um pouco sarcástica, seria: aprende inglês, que saberás quando usar um e outro. O que aqui ocorre, é a ideia preconcebida, em nós incutida desde o tempo em que éramos estudantes, de que saberemos falar inglês se estudarmos sua estrutura gramatical. Leigo e absoluto engano. Podemos, isto sim, estudar matemática, história e geografia. Com a ajuda de explicações claras e através de nossa concentração e esforço intelectual, entendemos os fenômenos físicos que levam à formação de rios e planícies; entendemos também os fenômenos econômicos e políticos que motivaram as navegações de Portugal e Espanha, resultando daí o descobrimento do Brasil. Isto nos leva a acreditar que conhecendo uma regra gramatical que explique o fenômeno da língua, seu funcionamento, saberemos como usá-la, quando o que ocorre na verdade é uma dependência contrária: só entenderemos as regras com suas exceções, quando já tivermos desenvolvido intuitivamente a habilidade de falar.
    Atenciosamente, Ricardo - EMB
    Q #236: A influência do latim e do francês no inglês
    Ricardo,
    Prazer em ter contato contigo novamente. Queria saber tua opinião sobre um assunto: Qual o nível da influência da língua latina na língua inglesa? Vale a pena estudar latim para ter um maior conhecimento da língua inglesa? Um forte abraço e parabéns "Ardyllis Alves Soares" <ardyllis*ibeunet.com.br> Jul 4, 99
     
    A: Prezado Ardyllis,
    Diferentes línguas podem ser dois códigos de comunicação totalmente diferentes; ou, em alguns casos, até mesmo concepções diferentes de interação humana como resultado de profundas diferenças culturais. Este é, por exemplo, o caso do idioma japonês, quando comparado a qualquer uma das línguas européias. É necessário ter uma mente japonesa, dizem, para se poder falar japonês corretamente, o que sem dúvida é verdade.
    Felizmente as diferenças entre português e inglês não são tão profundas. Devido à proximidade geográfica e às origens comuns - a cultura grega, o Império Romano e seu idioma, e a religião Cristã - todas as culturas européias e suas línguas podem ser consideradas muito próximas no contexto amplo das línguas do mundo. Poderíamos, por exemplo, dizer que a língua espanhola é quase irmã gêmea do português; a língua italiana, sua meia-irmã; o francês, seu primo; e o inglês, talvez um primo de segundo grau. As semelhanças entre inglês e português ocorrem predominantemente por influência do latim, e a nível de vocabulário. Estruturação de frases e especialmente pronúncia apresentam profundos contrastes.
    Embora a presença do latim nas ilhas britânicas tenha iniciado com a ocupação romana no ano 44 AD, foi só a partir de 1066, via francês, que a influência maior passou a ocorrer. Naquele ano os franceses da Normandia, invadiram e derrotaram a Inglaterra na batalha de Hastings, vindo a tornar-se seus governantes. O período de 350 anos de governo francês que se seguiu representou também uma invasão de vocabulário francês, portanto latino, na língua inglesa. Logicamente, as áreas de conhecimento mais afetadas foram as de organização social e política. Exemplo disso pode ser visto nas palavras:

    GOVERNO: attorney, authority, crown, empire, govern, minister, nation, parliament, prince, revenue, state, tax.
    DIREITO: accuse, adultery, court, crime, defendant, judge, jury, justice, legal, plaintiff, prison, property.
    MILITAR: arms, army, artillery, battle, captain, company, defend, enemy, officer, peace, navy, sergeant, soldier.
    RELIGIÃO: angel, baptism, clergy, miracle, prayer, saint, salvation, sermon, service, temptation, trinity, virgin.
    SOCIEDADE: art, bracelet, charity, couple, dance, fashion, fur, jewel, marriage, romance, society, vacation.
    CULINÁRIA: beef, boil, broil, butcher, dine, fry, mutton, pork, poultry, roast, salmon, stew, veal.

    Veja mais sobre a história do inglês aqui.

    Embora o conhecimento de latim represente um sólido complemento de cultura geral, eu não iria tão longe a ponto de recomendar o estudo de latim para a finalidade específica de aprimorar seu inglês.
    Atenciosamente, Ricardo - EMB
    Q #235: Caros Ricardo e equipe do EMB,
    Primeiramente gostaria de parabenizá-los pelo excelente trabalho. É a primeira vez que consulto sua homepage e fiquei realmente encantada.
    Sou estudante de inglês e já estou no nível avançado. Tenho os diplomas do FCE e do CAE de Cambridge, mas sinto que me falta ainda muito para conseguir um bom domínio da língua, principalmente porque nunca pude viajar para um país de língua inglesa e não tenho tido muitas oportunidades de me exercitar fora de sala de aula, ou mesmo com nativos. Sou também extremamente tímida e creio que isso está interferindo bastante em minha fluência, pois quando percebo que cometi um erro fico logo insegura e me retraio ainda mais. Também frequentemente sofro de "brancos" terríveis, esquecendo as palavras mais básicas e perdendo o fio da meada quando converso. O que posso fazer para acabar com esses bloqueios? Como posso usar a Internet para me ajudar nisso? Estou conectada há pouco tempo e não conheço praticamente nada dos recursos da rede.
    Bem, uma outra pergunta é a seguinte. Gostaria de aprimorar meu vocabulário. Tenho uma excelente biblioteca, com inúmeros dicionários de todos os tipos, English-English em sua maioria, mas me falta um bom dicionário, mais atual e, no caso, bilingue, específico para idioms, phrasal verbs e slang. Gostaria de adquirir um que trouxesse as palavras ou expressões em português com seus similares ou correspondentes em inglês. Tenho o "Dicionário de Expressões Idiomáticas Metafóricas" de Sidney Camargo e Martha Steinberg (publicado em 1989), mas ele não tem suprido minhas necessidades. Parece-me um pouco "dated". Sei que este tipo de dicionário tem essas limitações, principalmente por tratar de gírias ou expressões que pelo dinamismo da língua estão constantemente se renovando, mas gostaria de saber se há no mercado algo mais atual. Bem, tenho muitas outras perguntas, mas vou deixá-las para outra ocasião.
    Muitíssimo obrigada desde já. Andrea Gomes (Belo Horizonte) <hamora*brhs.com.br> Jul 2, 99
     
    A: Prezada Andrea,
    Obrigado pela visita ao nosso site bem como pela mensagem de apoio.
    A insegurança que você relata é sintoma característico de quem se submeteu a um programa de inglês que enfatiza learning em detrimento de acquisition. (Veja Acquisition x Learning para uma conceituação de ambos.) Nas abordagens inspiradas em learning, existe uma preocupação com a forma e com a precisão. Ao aluno é ensinada a forma correta e reprimida a forma incorreta. É o que ocorre com a maioria dos cursos de inglês. Algumas pessoas se ressentem menos do que outras. Se o aluno for extrovertido, autoconfiante, ele acaba se saindo bem, beneficiando-se parcialmente do conhecimento adquirido no momento de praticar a comunicação. Já aquelas pessoas que têm uma tendência à introversão ou ao perfeccionismo, à medida em que cresce seu conhecimento a respeito da complexidade e irregularidade da língua, cresce sua preocupação com a possibilidade de errar, diminui sua autoconfiança, criando-se assim um bloqueio de natureza psicológica.
    Com relação a sua dificuldade de reter vocabulário, eu diria que este é um problema de menor gravidade, mas pode estar ligado também a uma possível preocupação excessiva com a forma. Enquanto a energia mental se concentra na precisão da estrutura gramatical, as funções intuitivas e criativas ficam prejudicadas. Novamente, provável consequência de um treinamento carente em acquisition. Infelizmente não é na Internet que você vai encontrar ambientes de acquisition, através das quais possa vivenciar situações reais de interação em convívio humano.
    Sobre idioms e phrasal verbs, permita-me recomendar-lhe nossas modestas páginas Idioms e Phrasal Verbs. Sobre American slang e linguagem coloquial, nós temos na nossa biblioteca:
    1) Makkai, Adam, M.T. Boatner and J.E. Gates. A Dictionary of American Idioms. Barron's, 1995.
    2) Spears, Richard A. NTC's Dictionary of American Slang and Colloquial Expressions. NTC Publishing Group, 2000.
    3) Collis, Harry. 101 American English Idioms. Passport Books.
    Os três são interessantes. É possível entretanto que haja outros melhores.
    Chamo-lhe a atenção também para dois trabalhos português - inglês dirigidos ao plano idiomático:
    1) Schimidt, M.A. and H.F. Hainfelder. Dicionário Português-Inglês de Locuções e Expressões Idiomáticas. Casa Editorial Schimidt, 1989.
    2) Martinez, Ron. Como Dizer Tudo em Inglês. Editora Campus, 2000.
    3) Chamberlain, Bobby J. and Ronald M. Harmon. A Dictionary of Informal Brazilian Portuguese. Georgetown University Press, 1983.
    Este último é excelente.
    Atenciosamente, Ricardo - EMB

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