English Made in Brazil
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Schütz & Kanomata - ESL 
 PATROCINADOR  

Esta é uma coleção das melhores perguntas dirigidas à equipe da escola patrocinadora deste fórum. Todos são convidados a perguntar, questionar, divergir, opinar, ou esclarecer. Mande suas mensagens para um dos endereços abaixo. As perguntas interessantes, dentro do possível, serão respondidas. As mensagens inteligentes e de interesse geral, juntamente com as respostas, serão publicadas com o nome do autor. Respostas já publicadas sofrem frequentemente revisões.

Participe também do nosso fórum de discussões

ÍNDICE  DE  PERGUNTAS  JÁ  RESPONDIDAS
METODOLOGIA NO ENSINO E
APRENDIZADO DE LÍNGUAS

O ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL

José Carlos e o ensino de línguas no Brasil
História do ensino de inglês no Brasil
Percentage of ESL speakers in Brazil
A deficiência do nosso sistema educacional
A deficiência como tema de monografia
The teaching of English in Brazilian schools
A view from abroad
Brazilian English: a dialect or a pidgin?
Rumos para o ensino de inglês no Brasil  
Necessidade de reformulação dos cursos de Letras
Franquia e a padronização do ensino de línguas
O sistema de franquia para o ensino de línguas
O lado fraco dos cursos de franquia
Em defesa das franquias I
Em defesa das franquias II  
Em defesa das franquias III  
Escolas independentes x franquias
Promessa de fluência = propaganda enganosa
O marketing na educação
A ship going the wrong direction  
De quanto tempo é o curso?
Sobre aula demonstrativa  
Depois de 10 anos numa franquia ...
Por que as franquias não mudam?
Ensino ineficaz não é só no Brasil
Encontrando o rumo
Como escolher uma boa escola
Os tipos de escola e como escolher uma boa  
O surgimento de escolas bilíngues no Brasil

METODOLOGIA

"Aprender" inglês
Learning or acquisition?
Approach, method, & technique

Metodologias: em que se fundamentam?
Is the ...... method good?
Verbo to be e o método Grammar-Translation
The Communicative Approach
Total Physical Response

Suggestopedia
The Lexical Approach
Experiential Learning
The Task-Based Approach
The S&K method

Sobre a natureza das línguas 
A pouca importância do método
Como aprender inglês I
Como aprender inglês II
Como aprender inglês III
Como aprender inglês IV
Como aprender inglês V
Como aprender inglês VI
Como aprender inglês VII
Como aprender inglês VIII
Como não aprender inglês  
Como, afinal, aprender inglês?
Como aprender inglês no exterior I  
Como aprender inglês no exterior II  
Aprender aqui ou no exterior I
Aprender aqui ou no exterior II
ESL e EFL - diferenças e metodologias
Curso de inglês ou conversação informal?
Ensino tradicional x centros de convívio
Aprendendo no exterior: Quanto tempo leva?
How to learn English
A receita que dá certo  
Tradução mental - a receita que não dá certo
Cursos de imersão
Inglês e carteira de motorista  
Aprendizado de línguas e futebol  
Inglês, espanhol, futebol e golfe
Aprendizado de inglês e banho de sol
Língua: habilidade ou talento?
Como ocorre a aprendizagem no cérebro?
A influência de Chomsky
Competence x Performance
Creativity or Productivity
Grammaticality & Acceptability
Interferência da L1 na assimilação da L2
Interlíngua e fossilização  
Error fossilization: how to deal with it?
Tratamento de erros (Error correction)
As 2 hipóteses principais da teoria de Krashen
Perguntas sobre a teoria de Krashen  
A importância do perfil psicológico do aluno
Método Callan?
Neurolinguística
Mnemotécnica ou mnemônica
Conversação para upper intermediates
Inglês comercial, inglês para viagens, etc.
Inglês instrumental I
Inglês instrumental II
Sobre o TOEFL e como aprender inglês
Considerações sobre assimilação de línguas  
Professor nativo ou não-nativo? I
Professor nativo ou não-nativo? II
Professor nativo ou não-nativo? III
Professor nativo ou não-nativo? IV  
O mito do falante nativo no ensino de Inglês  
O porquê de centros de convivência
Usando música
Teaching culture
Autodidata motivada
Autodidata já se tornando professora
Ensino x aprendizado
Motivação no aprendizado
Motivação  
Desmotivação
Ensino de línguas: padronizar ou não?   
Aulas particulares ou em grupo?
Advantages of one-to-one lessons
Como desenvolver o entendimento oral
Como desenvolver fluência?
Habilidades orais
Como desenvolver a interpretação de textos
Decoreba: útil ou inútil?
Substitution drills
Decoreba x assimilação
A importância da ortografia
Implementing language acquisition: the first step
Language acquisition com alunos iniciantes
Acquisition em sala de aula
Onde encontrar curso avançado?
Inglês para deficientes auditivos e visuais
Empresários que não gostam mas precisam
Como são avaliados os alunos?

SOBRE MATERIAIS

Autodidática com livros e fitas, e masturbação  
Self-taught teacher
Sobre materiais de ensino
Critérios para adoção de livro
Reursos audiovisuais
Inglês em CD-ROM
Japonês através de CD-ROM
Cursos de inglês pela internet
Computer-Assisted Language Learning  
Multimídia ou contato humano?
Closed caption

APRENDIZADO DE CRIANÇAS

O aprendizado de inglês na infância  
Convivência x materiais
Por que as crianças aprendem mais rápido?  
Qual a idade ideal para começar?
A criança confunde línguas?
Problemas com a ortografia
É aconselhável ensinar ortografia na infância?
Qual o ritmo da criança?
12 anos: the critical age
Quem deve ensinar crianças e onde?
O papel dos pais    
Alfabetização em dois idiomas?
Educação bilíngue na escola
Acquisition = construtivismo
Planejando o ensino de inglês na escola fundamental
How to teach my 1-year old son?
Como ensinar meu filho de 3 anos?
Ensino do verbo "to be" para criança
Como ensinar a meu filho o que já aprendi?
Como ensinar inglês a crianças I
Como ensinar inglês a crianças II  
Como ensinar inglês a crianças III  
O uso de símbolos fonéticos para ensinar crianças
Para ensinar crianças, ensine primeiro os pais
Planejamento lúdico
Crianças bilíngues e trilíngues
A trilingual child  
Ortografia para crianças bilíngues
Crianças indo para o exterior
Early childhood bilingual education

INGLÊS NO ENSINO MÉDIO

A carroça diante dos bois I
A carroça diante dos bois II
Carta de um professor de inglês do 2° grau
Como ensinar inglês no 2° grau
Language Acquisition em escolas de 2° grau
Como evitar indisciplina na sala de aula
Textos para adolescentes de escola pública
Leitura em sala de aula
Ensino de leitura
Inglês para grandes turmas
Teaching of reading in high school

ESTUDOS NO EXTERIOR

Como escolher uma escola de inglês no exterior
Adquirindo proficiência no exterior
Sobre o tipo de estadia
Diferença entre ESL e EFL
O sistema educacional nos EUA
Como ficar 1 ano no exterior
Gostaria de estudar turismo no exterior
Estudar e trabalhar nos EUA
ESL em universidades públicas nos EUA
ESL for free in the US?
Inglês de graça nos EUA?
Trabalho no exterior
Faculdades profissionalizantes na Inglaterra
A-Levels
Estágios nos EUA
Intercâmbio p/ adolescentes nos EUA
Possibilidades de se sustentar durante mestrado
Medicina nos EUA
Odontologia nos EUA
Pós-graduação no exterior
Passos iniciais para um mestrado nos EUA
Intermediação para matrícula no exterior
Como escolher um mestrado nos EUA
Valor de um mestrado nos EUA
Reconhecimento de mestrados no exterior pelo MEC
Mestrado em parasitologia
Mestrado em física
MBA nos EUA

PARA PROFESSORES DE INGLÊS

Como tornar-se um professor de inglês I
Como tornar-se um professor de inglês II
Como tornar-se um professor de inglês III
Como tornar-se um professor de inglês IV
Como tornar-se um professor de inglês V
Como tornar-se um professor de inglês VI
Instrutor ou professor?
Professor x instrutor
A agonia de um futuro professor  
Não desperdice seu dinheiro
Vivendo e aprendendo
Pós-graduação em Língua Inglesa no Brasil
Como aperfeiçoar-se como professor de inglês
Saber falar ou ter um certificado?
Competence without credentials
TESOL certificate no Brasil?
Mestrado em TEFL à distância
Vale a pena estudar Letras?
Será tarde demais?
Language acquisition como tema de mestrado
CPE para tornar-se um professor de inglês?
CPE reconhecido pelo MEC?
English teaching jobs in Brazil

EXAMES E CERTIFICADOS INTERNACIONAIS

TOEFL, CPE I, etc., para que servem?
TOEFL x CPE II
TOEFL x CPE, etc. III
TOEFL, CPE x burocracia brasileira  
CPE x curso de Letras  
GMAT
COTE
Institutional TOEFL
TOEIC
Macetes para o TOEFL
UMEPT ?

GLOBALIZAÇÃO, LÍNGUA E POLÍTICA

Inquietações frente à globalização  
Fear of globalization  
Globalização e convergência de línguas 
Inquietações frente a estrangeirismos    
Inglês e a ameaça da hegemonia norte-americana
A influência da língua inglesa na cultura brasileira
Will Chinese become more important than English?

SOBRE ESTE SITE

Why do you answer questions?
Qual a diferença entre EMB e os outros sites?
Por que o nome English Made in Brazil?
Plagiadores deste site

PRONÚNCIA

Dificuldades com a pronúncia do inglês   
Dificuldade com pronúncia e símbolos fonéticos
Spelling mistakes by native speakers and spelling bee
O que é accent, e como reduzi-lo?
Sotaque – é um problema?
Como se alcança uma boa pronúncia?
Como corrigir uma pronúncia com desvios?
Dificuldades c/ pronúncia? Consulte um fonoaudiólogo
Como descobrir a pronúncia correta de palavras?
Pronouncing dictionaries
Pronúncias de wheel e will
Pronúncias de where e were
Pronúncias de won't e want
As duas pronúncias de the
Pronúncias do th
Pronúncia do th: discussão sobre fonologia
Pronúncia do th em with
Pronúncias da letra "i"
Pronúncia do H do inglês x R do português
Pronúncia americana x britânica
Pronúncia de y no final da palavra
Pronúncia do s no final da palavra
"a" or "an" before "u"?
Uma explicação fonológica para "a" e "an"
Pronunciation of the indefinite article "a"
Pronúncia do sufixo ...ed (passado)
Pronúncia do sufixo ...ate
Descrição fonêmica x fonética
Rhythm of formal and conversational English
Contração do verbo "to have"
Alveolar stops /t/ & /d/ and the flapping rule
Ocorre flapping em BrE?
What is a syllable?
Como avaliar entonação
Software que lê inglês?
Tongue-twisters
O porquê da pronúncia de "women"

VOCABULÁRIO

Quantas palavras tem o vocabulário do inglês?
O que é "saber vocabulário"?  
Make & Do
Phrasal verbs I
Phrasal verbs II
Gírias e expressões idiomáticas
A importância de phrasal verbs e idioms
Texto com falsos cognatos
More or less x so-so
Speak,talk,say,tell, dizer,falar,contar,conversar, HELP!
Talk to x talk with
The use of the word "teacher" in classroom
Substitute for, with or by?
The 3 meanings of pull out
Fill out taxes?
Wrap one around one's finger
Beside & besides
Perhaps e maybe

Slim & thin
Boyfriend & Girlfriend
No longer... & not...any more
Mr., Mrs., Miss, Ms., Sir e Madam
Pronomes de tratamento
Excuse ...
Common sense e good sense?
Make, do or take a test?
Slang in music
Gotta, gonna, wanna
Ain't
Hanky-panky
Sucks, rules e boogie
Mayday
Thou, thy, thee
WYSIWYG, come across / run into
Fuck

Origem de Tio Sam
Origem dos dias da semana
The meaning of Beatles
Como se diz @ em inglês?
Dá para usar o'clock e p.m. juntos?
O que significa Top of Mind?
          a união faz a força
          terceirização
          outdoor
          shopping
          pessoa física/jurídica, ampliar horizontes
          consórcio, entrada, prestações, financiamento
          supletivo, aulas de reforço, etc.
          aproveitar
          assumir
          não por isso
          saudade
          infra-estrutura
          farinha de mandioca
          flatular e defecar
          corno e broxa    
          brega
          Será que ... / prá variar ...
          CDF
          frescura
          mulher gostosa
          panelinha
          patricinha e mauricinho

GRAMÁTICA

Gramática: normativa ou descritiva?  
Gramática do inglês: uma ou várias?
O papel da gramática
Native speakers' inability to explain grammar
Were as subjunctive
Do Subjuntivo para o inglês (IF clauses)
Wish clauses
Questions in English
Pronomes interrogativos na função de sujeito
QueWho, which & that
Who, which, that - Restrictive & nonrestrictive clauses
Comparativos
Cleft sentences
Frases compostas adjetivadas
Plural de substantivos adjetivados
's Genitive x of Genitive
Genitivo e adjetivação de substantivos
Subst. adjetivados, adjet. compostos, genitivo
Substantivos pluralizados na função de adjetivos
Ordem de adjetivos antes de um substantivo
Attributive e predicative adjectives
Gerúndio e particípio (..ing e ..ed) como adjetivos
Numerical compound adjectives
Hundred or hundreds?
News - an invariable noun
The US is or the US are?
Concordância verbal
Concordância semântica
Countable & uncountable quantifiers I
Countable & uncountable quantifiers II
Uncountable nouns contrasting w/Portuguese
Countability & uncountability of nouns
Tiptoe or tiptoes?
Plural of person: persons or people?
People - plural ou singular?
Plural of fish: fish or fishes?
Home page é masculino ou feminino?
Estrangeirismos (foreign words)
Ship and animals: she or it?
Personal pronouns
You and I ou you and me?
YOU and ONE as impersonal
Gênero de substantivos e sexist language
They to avoid sexist language
Of yours or of you? I
Of yours or of you? II
Prepositions to & at
Prepositions: work in, at or for
Prepositions to & for I
Prepositions to & for II  
Prepositions in or on? I
Prepositions in or on? II
Prepositions in or on? III
Prepositions: Arrive from, at, in, on
Prepositions: in / on the street
Prepositions: at / on the beach
Prepositions: in & within
Prepositions: congratulate on ou for?
Prepositions: no fim da frase?
Prepositions: "at, in, on" e conclusão final   
As preposições do inglês (de novo!)
Separable & inseparable phrasal verbs
But
Do, does & did phrases
Forma substantivada dos verbos: ...ing
...ING verbal noun in the genitive form
Verb + infinitive & verb + gerund patterns
go ... / go to ... / go to the ...
Verbos Modais - Modal Verbs
Need: modal ou não?
Verb Modality in English
Habitual past - used to x would
Have you a car? ou Do you have a car?
Todos os tempos verbais do inglês
Dynamic e stative verbs and adjectives
Causative verbs
Monotransitive, ditransitive, e complex transitive verbs
Will x Be going to
Present and present continuous as future
All the past tenses of English
Perfect tense
How to teach the perfet tense
Past x Perfect I
Past x Perfect II
Past Perfect x Present Perfect
Future Perfect
Reported or indirect speech
Advérbios e adv. c/ sentido neg. no início da frase
Advérbios e pronomes
Advérbios: compatibilidade e posicionamento
Inversão sujeito e verbo na presença de advérbios
Ever
No e not, qual a diferença?
Other, another & the other
Either, neither & nor
Both, either & neither (of)

Me too & So do I
Como redigir: seja breve e objetivo
Diferenças estruturais e traduções  
Cuidado com a voz passiva
Como traduzir a indeterminação do sujeito
Hifenização de palavras (divisão silábica) em inglês
The suffixes ..ness and ..hood
Filling expressions: just, you know, etc.
Interjections
Homophones

DICIONÁRIOS E LIVROS

Bibliografia indispensável a um professor
Dicionários inglês - inglês
Dicionário português - inglês
Grammar books
Bibliografia sobre Krashen
Bibliografia muito interessante
Dicionários de locuções e idioms
Livros na internet

PORTUGUÊS

How to learn Portuguese
Portuguese /s/ in syllable-final position
Portuguese /r/: trill or velar fricative?
Evitando o portuñol

Do subjuntivo para o inglês (IF clauses)
The ambiguity of the preposition de
Ser e Estar
Estrangeirismos no português

JAPONÊS

English teaching in Japan
História da língua japonesa
Literatura japonesa
Como estudar japonês
As partículas ga e wa
Advérbios em vez de verbo para indicar futuro
Estruturas de frases
Caracteres combinados

DIVERSOS

Artificial languages
Esperanto   
Influência do latim e do francês no inglês
Ter um certificado ou ser um bom professor?
A importância do certificado I
A importância do certificado II
Reconhecido pelo MEC?
Com pós-graduação mas sem fluência
Inglês + informática?
Sobre a Time Magazine e a Newsweek
Como traduzir I
Como traduzir II
Como traduzir III
Traduzindo músicas
Especialização em tradutora
Tradutor juramentado
Viajar x fazer faculdade
Qualificação x burocracia  
Inglês no Japão    
American x British - Qual mais importante?
Diferenças entre American e British
Canadian English
O dialeto Standard American
Países de língua inglesa
O ensino de inglês no mundo
Internet sites for students
Como fazer uma citação sobre material da internet
Pesquisa de satisfação c/ alunos de curso de inglês
Consultoria S&K I
Consultoria S&K II
Mexicano indignado
Por que Brazil com "z"?
Por que "I" é maiúsculo?


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Q#585: Sotaque - é um problema?
Vocês falam muito em sotaque. Qual o problema de se falar com sotaque?
Ulisses Araújo, November 30, 2018
Prezado Ulisses,

Boa pergunta.
Inicialmente, precisamos definir claramente o termo: Sotaque aqui se refere à pronúncia imperfeita de um indivíduo, ao falar uma língua estrangeira, devido à transferência que ele faz de hábitos fonéticos da língua materna para a outra língua. É o que em inglês se diz foreign accent.

Em princípio, não há problema em se falar uma segunda língua com sotaque da língua materna, desde que esse sotaque não comprometa o entendimento da mensagem. Sotaque normalmente ocorre quando o aprendizado se dá longe de ambientes autênticos da língua e da cultura estrangeira. Ocorre também quando o aprendizado se inicia tardiamente, já na idade adulta. E desvios de pronúncia normalmente vêm acompanhados de pobreza idiomática, vocabulário limitado, consciência cultural limitada, etc. É verdade que falar com sotaque é muito melhor do que não falar. Entretanto, assim como há pessoas que se contentam com o mediano suficiente, há pessoas que se esmeram por alcançar o melhor para desfrutar de um melhor entrosamento e mais fácil aceitação social no convívio com estrangeiros.

Por outro lado, quando se trata de ensino/aprendizado de inglês na infância, a preocupação com sotaque e outros desvios é mais séria.

Em primeiro lugar, temos que considerar que só a criança, até a idade crítica de cerca de 12 anos, tem a capacidae de assimilar facilmente e plenamente a matriz fonológica de uma segunda língua, ou seja, sem sotaque.

Em segundo lugar, considerando que o analfabetismo já foi comum e ainda aceitável até a primeira metade do século passado, que monolinguismo é aceitavel ainda hoje mas sujeito a se tornar inaceitável em breve, pode-se inferir facilmente as exigências das próximas décadas. Se hoje, para nós, o importante é falar inglês, com ou sem sotaque, daqui a 2 décadas, quando nossos filhos estiverem no auge de suas vidas e carreiras profissionais, certamente os desafios serão maiores.

Portanto, seria um desperdício não permitir que a criança realize em tempo esse potencial de que dispõe e que depois da idade crítica estará perdido. É também grande a responsabilidade ao se colocar crianças em clubes, cursinhos ou escolas que oferecem aulas de inglês com instrutores cujo modelo de performance não seja equivalente a um nativo. Sotaque e outros desvios que normalmente caracterizam aquele que não é nativo serão transferidos à criança, causando a internalização dos mesmos e podendo se transformar em danos irreversíveis. Seria como colocar a gema bruta nas mãos de um lapidador aprendiz.

Ricardo - EMB


Q#584: Early childhood bilingual education
Dear Ricardo,
I’m a native ESL teacher from Canada living in Brazil. Recently, I have been invited to help setting up an “Educação Infantil bilíngue” in a private school. I have an appointment to speak to the director at 1:30 Monday afternoon. What are the most important points to propose and the best approach for teaching young learners, in your experience? My first idea was to offer pronunciation lessons to their Brazilian English teachers. We all know it is much easier for a student to acquire correct pronunciation at a young age than to correct it at some later stage. I am asking you for your input, before Monday please.
Atenciosamente,
DH <....@gmail.com> October 25, 2018
Dear DH,

It sounds like a good idea to train Brazilian EFL teachers in pronunciation.

Nowadays there is a fad for “bilingual” education in Brazil. There is no clear definition for it, however. Many less serious schools entitle themselves as “bilingual” just as an advertising tool.

There are 3 important requirements for a successful bilingual program for young learners:

Let me paste here a set of recommendations the Canadian Linda Rayner – our former ESL coordinator – made for teaching young learners in our school:

As I said above, it is a good idea to train Brazilian EFL teachers in pronunciation. But keep in mind that fossilized pronunciation errors can be quite difficult to correct. Your pronunciation lessons to reduce their accent may not be effective for all.

Another service you could provide, perhaps more important, would be to evaluate the school’s actual teachers and future teachers pronunciation. I believe they will be recruiting additional ESL teachers and it would be extremely important to base the selection on the candidates’ proficiency in English.

Good luck,
Ricardo - EMB


Q#583: O surgimento de escolas bilíngues no Brasil
Caro Ricardo,
Aqui na cidade do Rio e região metropolitana estamos vivendo uma onda de escolas bilíngues, que estão presentes desde os bairros mais pobres e periféricos, até os bairros de elite. Muitos pais já pensam em tirar seus filhos dos cursos de idiomas e matriculá-los nessas tais escolas bilíngues onde algumas até oferecem programas de ensino fundamental e médio (elementary school e high school) de países como EUA e Reino Unido, ou seja, atraindo alunos desde o primeiro ano até o ensino médio. A promessa é a proficiência na língua inglesa.

Acredito que ainda não esteja claro, para pais e alguns professores, quais componentes são necessários para considerar uma escola bilíngue. Então, tenho 3 perguntas:
- Será que essas escolas que se dizem bilíngues realmente são e têm capacidade para entregar o que prometem – uma educação e fluência aos seus alunos em uma segunda língua?
- Quais componentes fazem de uma instituição uma escola bilíngue?
- Qual seria a diferença no ensino de uma escola de idiomas e de uma escola bilíngue?

Atenciosamente,
Ronaldo Souza <..........> January 15, 2018

Caro Ronaldo,

Vejamos, em primeiro lugar, algumas definições:

Bilinguismo: Num sentido estrito, bilinguismo é falar dois idiomas como se fosse nativo em ambos ou com um nível igual de fluência.

Curso de idiomas: São cursos livres (não sujeitos a regulamentação). Têm como finalidade unicamente ensinar idiomas. Em geral, seguem metodologias dos anos 60, onde o idioma é o objeto de estudo. Podem ser franqueados, independentes ou institutos binacionais.

Escola bilíngue: Não cumprem necessariamente com um currículo de ensino fundamental nem médio, nem brasileiro nem estrangeiro, não estando para tal credenciadas. Atuam principalmente na faixa infantil. São fruto de uma nova realidade e se constituem numa reação aos cursos de línguas. Partem do fato de que o aprendizado de línguas é muito mais eficaz na infância e de que, no mundo conectado de hoje, a maioria dos jovens já têm contato e familiaridade com a língua inglesa. Dispõem de um corpo de instrutores nativos que criam um ambiente de língua e cultura estrangeira autêntico. Oferecem atividades onde a língua não é objeto de estudo, mas sim instrumento de comunicação para atividades educacionais diversas.

Escola internacional: são escolas de ensino fundamental e médio credenciadas, que cumprem com a grade curricular brasileira e com a de outro país. O corpo docente é misto, composto de professores estrangeiros e brasileiros. Oferecem um ambiente de language acquisition quase perfeito, uma vez que o inglês se constitui não em objeto de estudo, mas sim em instrumento de estudo, diariamente. Inglês ou português serão usados em sala de aula dependendo do professor da matéria. Estes são nativos ou na língua local ou na estrangeira. Idealmente, possuem pelo menos, 50% de docentes estrangeiros. Um fator altamente limitador das escolas internacionais é o preço, além de existirem apenas nos grandes centros como Rio, São Paulo, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, etc.

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Quais componentes fazem de uma instituição, uma escola bilíngue?
O principal componente é a presença forte da língua e da cultura estrangeira. Ou seja, corpo docente estrangeiro.

Qual seria a diferença no ensino de uma escola de idiomas e de uma escola bilíngue?
Numa escola bilíngue a língua deixa de ser o objeto de estudo para se tornar o instrumento de comunicação, seja para fins de estudo ou para quaisquer outras atividades. O tradicional plano didático serializado em livros 1, 2, 3, ... cede lugar a uma coletânea de atividades lúdicas e educacionais planejadas de acordo com a idade dos alunos. Por exemplo:
- Healthy Snack, atividade na qual as crianças, sob supervisão de seu instrutor, preparam seus próprios lanches, descascando verduras, frutas, usando o liquidificador, etc.;
- Traffic Safety Rules, atividade em que as crianças aprendem sobre a sinalização do trânsito, criam alguns dos sinais, caminham pelas ruas próximas à escola acompanhadas e constantemente orientadas pelo instrutor;
- Vegetable Garden, cultivo e colheita de verduras; etc.
Todas essas atividades ocorrem exclusivamente na língua estrangeira.
Além disso, a escola bilíngue ideal seguirá o princípio conhecido como one-person-one-language. Ou seja, cada cuidador ou instrutor se comunicará com os aprendizes exclusivamente em sua língua materna.

Será que essas escolas que se dizem bilíngues realmente são e têm capacidade para entregar o que prometem, uma educação e fluência aos seus alunos em duas línguas?
Sua pergunta é muito oportuna. É claro que assim como a troca de embalagem não altera o produto, não é o nome dado ao ensino de línguas que vai alterar sua eficácia. Portanto, autodenominar-se "escola bilíngue" não significa que realmente o seja. Entretanto, se possuírem as condições acima descritas, serão realmente eficazes e dominarão o mercado. A maioria de seus egressos já serão bilíngues ao ingressarem no ensino fundamental e médio.

Ricardo - EMB


Q#582: Acquisition em sala de aula
Caro Ricardo,
Estive lendo sobre a diferença entre Learning and Acquisition no seu site:
"Language acquisition refere-se ao processo de assimilação natural, intuitivo, subconsciente, fruto de interação em situações reais de convívio humano, em que o aprendiz participa como sujeito ativo."
https://www.sk.com.br/sk-laxll.html

E fiquei pensando comigo mesmo:
Como é possível aplicar uma interação em situações reais de convívio humano na sala de aula?

"Já o nativo propicia situações reais de comunicação onde o aprendiz, no papel de protagonista, descobre por si próprio as diferenças e os contrastes idiomáticos e culturais nas situações que ele vivencia nesse convívio com o instrutor."
https://www.sk.com.br/sk-nativo.html

A tentativa de simular situações do dia-a-dia na sala de aula, já não seria por sí só de natureza artificial? Acredito que a interação entre o instrutor e o aluno já é artificial pois esta não reflete a realidade de uso da língua, ao contrário de quando se mora em um país e realmente se vivencia a língua alvo nos mais variados contextos.
Gostaria de entender melhor essa interação e como você promove o acquisition na sua escola.
Atenciosamente,
Filipe <..........> April 5, 2011

Caro Filipe,

Você tem razão em dizer que a sala de aula não é o lugar ideal para o aprendizado natural de línguas. Principalmente quando esta é ocupada por 20 ou mais jovens falantes de português e o vetor da língua estrangeira é apenas um. Neste tipo de situação é impossível conseguir impor a língua estrangeira e não se pode nem pensar em assimilação natural.

O que nós fizemos em nossa escola foi criar um centro de convívio multicultural com a presença forte de falantes nativos de inglês com experiência no ensino da língua. Grupos de convívio são formados da forma mais homogênea possível. Cada grupo, de no máximo 6 ou 7 aprendizes, é liderado por um nativo que direciona atividades e impõe sua língua e sua maneira de pensar aos demais. Os encontros não são necessariamente em sala de aula. Principalmente com crianças, a maioria das atividades transcorre no playground da escola ou fora da escola. O instrutor nativo usa de sua experiência no ensino de inglês, desfruta de liberdade para improvisar e adapta as atividades aos interesses e às necessidades de cada grupo. A maior responsabilidade do instrutor é criar um vínculo com os participantes do grupo e encorajá-los a participar e interagir, oferecendo aos aprendizes experiências semelhantes àquelas dos programas de intercâmbio no exterior.

Esses centros de convivência se constituem em ambientes naturais de interação social, onde aquela curiosidade pelo desconhecido e aquele magnetismo natural de opostos que se atraem ou de diferenças que se complementam, proporcionados pelo contato com a cultura estrangeira, é elemento chave. O aprendiz desenvolve familiaridade com a língua na sua forma oral isenta de desvios, aprende a negociar significados e desenvolve a comunicação criativa. A comparação de valores e o entendimento das diferenças culturais evitam que o aprendiz desenvolva hábitos intelectuais estereotipados. Esta aprendizagem cultural também leva o aprendiz a sentir-se à vontade na presença de estrangeiros.

Os participantes estrangeiros, no papel de vetores de suas línguas e culturas, se sucedem a cada ano ou semestre. Cada novo contato possibilita ao aprendiz brasileiro a prática de construção de um novo relacionamento, sedimentando aquelas ferramentas linguísticas básicas ao convívio humano e diversificando sua familiaridade com variantes dialetais e culturais.

Boa sorte.
Ricardo - EMB


Q#581: Crianças indo para o exterior
Olá Sr. Ricardo!!
Conheci seu trabalho através da internet e me senti bastante segura sobre suas colocações quanto ao aprendizado da lingua inglesa.
Gostaria muito de ter um apoio, quanto ao esclarecimento de uma preocupação.
Tenho dois filhos, um de 6 e um de 7 anos e meio, o mais velho já está alfabetizado e o mais novo, em processo de alfabetização.
Moramos em Curitiba, PR e meu marido tem uma possibilidade de trabalho que permite nos mudarmos para os EUA.
Gostaria muito de sua opinião e orientação de quais as dificuldades e possíveis facilidades que nossos filhos teriam, fazendo esta alteração em suas vidas. Como seria a adaptação deles em uma escola regular nos EUA ? Seria muito traumático (já que eles não têm conhecimento da língua inglesa), ou sobreviveriam em algum tempo ?
Teria uma época do ano mais favorável para esta mudança ser realizada? O que podemos fazer desde já para favorecer a adaptação? A mudança ocorreria em mais ou menos 3 meses!
Sua orientação é muito valiosa para mim neste momento, o desenvolvimento emocional de meus filhos é para mim de grande importância. Gostaríamos de dar a eles uma oportunidade melhor, mas não gostariamos de lhes causar uma dificuldade que traga consequências ao longo de suas vidas.
Aguardo retorno de sua possível orientação e desde já lhe agradeço muito por seu trabalho orientando pessoas sobre o desenvolvimento de idiomais em suas vidas !
Atenciosamente,
Maria Helena Budal <mari_budal*yahoo.com.br> March 9, 2011
Prezada Maria Helena,

Não há o que temer. A experiência será muito construtiva para seus filhos. A adaptação de crianças dessa idade ao novo ambiente é rápida, inclusive o aprendizado da língua. Claro que no início eles enfrentarão dificuldades, mas nada traumatizante. As dificuldades representarão no máximo desafios que com rapidez serão vencidos e fortalecerão a auto-confiança e desenvolverão a auto-estima deles. Dependendo do tempo que vocês lá permanecerem e dependendo de sua proficiência em inglês, você poderá acabar dependendo bastante de seus filhos para lhe ajudarem em suas dificuldades, pois o aprendizado deles será muito rápido.

Leia também nossa página https://www.sk.com.br/sk-cambio.html

Boa sorte.
Ricardo - EMB


Q#580: Professor x instrutor
Olá!!
Sou professoa apaixonada há 7 anos e estive lendo o seu site. Nele, a pergunta que mais me chamou a atenção, foi a do professor Carlos, que se dizia chateado por ser chamado de instrutor. Achei a explicação que você deu perfeitamente coerente, só que no quesito que esta nomenclatura não diminui o professional, eu tenho que discordar.
O instrutor não é reconhecido no sindicato dos professores e sim ao sindicato Senalba de instrutores, tendo seus direitos assustadoramente reduzidos.
Vou iniciar um processo contra a empresa na qual trabalhei justamente por isso. A empresa anuncia em material publicitário ter professores e não instrutores. Mas em minha carteira eu sou instrutora.
No entanto, a parte mais confusa é que o Sindicato dos professores diz que eu, por ser diplomada, pertenço ao enquadramento deles e o Senalba diz que pelo curso ser livre o meu diploma nem vem ao caso e que eu pertenço ao enquadramento deles.
Como pode ver, parece haver uma guerra entre sindicatos... rsrsrs.
Será que você poderia tecer comentários a este respeito?
Ahh e parabéns pelo site! Excelente!!!
Andrea Macek <andreamacek*hotmail.com> Aug 18, 2010
Prezada Andrea,

Obrigado por suas palavras de apoio.

Entendo as implicações que a terminologia pode ter e os prejuízos que pode trazer. Entretanto, nossa pesquisa, seus resultados e os termos neles usados limitam-se ao aprendizado de línguas. Em questões trabalhistas e de organização sindical no Brasil, sou leigo.

Nos textos deste site, os termos "professor" e "instrutor" são usados com as seguintes conceituações:

Professor é aquela pessoa detentora de conhecimento, cuja função é transmitir seu conhecimento ao aluno. Desempenha um papel central e autoritário e sobre ele recai a parte maior de responsabilidade no processo. No caso do ensino de línguas, o professor, normalmente formado em letras, possui conhecimento sobre a produção literária da língua-alvo, sobre sua estrutura gramatical, suas irregularidades, e sabe responder à maioria das perguntas de natureza técnica, satisfazendo a curiosidade intelectual do aluno e, para isso, se utilizando normalmente da língua materna do aluno.

Instrutor ou facilitador é aquela pessoa que possui uma habilidade e facilita ao aprendiz apropriar-se dessa habilidade. No caso de línguas estrangeiras, é aquela pessoa que, com sua língua e bagagem cultural, se oferece para construir relacionamentos de amizade com pessoas de diferente formação cultural com objetivos de aprendizado recíproco. É portanto um agente de intercâmbio cultural. É aquele que procura transmitir a naturalidade com que se expressa na sua língua materna ao parceiro-aluno, abrindo-lhe espaço, desenvolvendo-lhe a autoconfiança e a autoestima. É aquele que se coloca num plano de igualdade e não de superioridade. É aquele que usa de empatia e explora o plano afetivo. Constrói um relacionamento com o aluno através da língua-alvo, no qual o desejo de comunicar é maior do que qualquer conteúdo didático a ser cumprido. O facilitador é aquele que procura ver a realidade pela ótica do outro, identificando e analisando diferenças culturais. Idealmente, um instrutor se solidariza e se projeta dentro do parceiro-aluno e ajuda-o a se expressar em linguagem correta e elegante.

Como você pode concluir, ambos são importantes. A importância será maior de um ou de outro, dependendo da abordagem que escolhermos.

Se nossa abordagem tiver por objetivo levar o aluno a ter conhecimento gramatical, conhecer a estrutura da língua, saber formar frases interrogativas e negativas no caderno sem errar, ter os verbos irregulares na sua maioria decorados, algum vocabulário, etc, então podemos abraçar a idéia de "ensino" e valorizar o papel de um "professor".

Entretanto, se nossa abordagem tiver como objetivo oferecer condições para que o aprendiz adquira uma habilidade com a língua-alvo que lhe permita sentir-se à vontade na presença de estrangeiros, acompanhar filmes e as notícias da BBC ou da CNN, ter acesso a toda informação disponível na Internet, argumentar, defender seus pontos de vista, funcionar como um ser humano normalmente funciona em sociedade, então devemos abraçar a idéia de "aprendizado", onde o aprendiz passa a ter uma dose maior de responsabilidade e o instrutor ou facilitador funciona como muleta, amparo, proporcionando o auxílio necessário até que o aprendiz consiga caminhar por seus próprios meios.

Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#579: The Organization for Economic Co-operation and Development helping to improve English teaching in Brazil
Dear Prof. Schütz:
By doing a research about teaching of English in Brazil, I found your power point presentation entitled “Tendências e Propostas para o Ensino da Língua Inglesa”.
I just came back from Brazil, after a 2-week stay in Santa Catarina, in which I was part of an OECD team (http://www.oecd.org) doing a policy oriented study at the request of the state government of Santa Catarina, about its educational system.
After the visit, our team will be producing a report for the Santa Catarina government with a series of policy recommendations. I am in charge of the component related to Internationalization (including the importance of a second language competency policy and concrete actions). During my visits to schools in all levels, and all types, and interactions with professors, administrators and students, I was surprised on how little Brazil gives importance to the necessary acquisition of a second language. Everybody agrees that it is important, but also everybody blames others for the lack of results.
Also, I found that the curriculum in relationship to second language, and more specifically English, is pretty weak and oriented to grammar rather than conversation, as you indicate on your power point presentation. Consequently, I am planning to elaborate recommendations on this matter, trying to share the sense of urgency to address this problem more seriously.
I wonder if you have any additional bibliographic references that I could consult in order to further support my case, especially as it relates to the Brazilian educational system. You mention some of the weaknesses of the system in matters related to curriculum, workload, orientation, lack of adequate teachers, etc. Any additional reference supporting those issues would be greatly appreciated.
Thanks in advance.
Regards,
Francisco Marmolejo <fmarmole*email.arizona.edu> Oct 27, 2009
Executive Director
Consortium for North American Higher Education Collaboration
CONAHEC - University of Arizona
http://conahec.org
Dear Francisco,

As you probably know, the idea of traditional ESL teaching based on grammar, translation, textbooks, classrooms and poorly qualified teachers is deeply ingrained and difficult to eradicate. No matter how obvious it seems to us that one only becomes proficient by living real-life situations in the language, the academe remains stuck in theories and the universities continue to graduate English teachers that barely can speak English. If I need an English teacher for my school, I'll prefer to hire a psychologist, a speech therapist or even an engineer that are proficient in English, rather than an English teacher certified by the Ministry of Education but with limited proficiency.

Still, the solution is simple and cheap, but the Brazilian bureaucracy remains deaf and continues to keep up obstacles for foreigners interested in coming as language instructors to this country. Should you read Portuguese, you may see the solution I propose by accessing these links:

https://www.sk.com.br/sk-defi.html
https://www.sk.com.br/sk-escol.html
https://www.sk.com.br/sk-ccm.html

Unfortunately, I don't know of any additional bibliography on this subject.

Thank you for your interest and let me know if I can be of any further help.

Regards,
Ricardo - EMB


Q#578: Uma autodidata já se tornando professora
Boa tarde Ricardo e equipe,
Meu nome é Patricia, tenho 26 anos e gostaria de algumas informações.
Aprendi inglês sozinha, de uma maneira que não sei explicar. Obviamente estudei, li muitos livros, ouvi músicas e arrisquei conversar com todo e qualquer falante de inglês que cruzou meu caminho neste processo. Porém, não consigo determinar quando e como me tornei "fluente" no idioma. Ainda tenho muito que aprender e isto eu percebo a cada dia, mas há uns 3 anos sou capaz de me comunicar naturalmente em inglês independente do sotaque. O fato é que há mais ou menos 6 meses comecei a dar aulas de inglês para iniciantes e, apesar de conseguir facilmente aulas em escolas tradicionais, não me sinto totalmente preparada para ensinar, além do que, como aprendi sozinha, aprendi também a detestar estas metodologias de tradução, gramática e repetição. Tenho lido muitas coisas sobre metodologias de ensino não tradicionais e assim cheguei à sua página que me impressionou muito, me deu uma outra perspectiva sobre o assunto e agora estou sedenta por mais. Gostaria de entender como se aplica a sua metodologia na prática, como fazer com que a aula seja rica em conteúdo sem parecer uma conversa sem propósito e, ao mesmo tempo, sem recorrer as métodos tradicionais.
Desde já agradeço a atenção e aproveito para parabenizá-los pelo ótimo trabalho representado pelo website.
Patricia de Oliveira <patricia.ofcourse* gmail.com> Sep 10, 2008
Prezada Patrícia,

O seu aprendizado foi alimentado pela sua motivação. Seu interesse na língua e na cultura estrangeira foi o que catalisou seu aprendizado.

O importante é o contato humano. Tem que haver uma conexão, e muito depende das personalidades do instrutor e dos alunos. Se instrutor e aluno estiverem mutuamente interessados um no outro, o êxito está garantido, dependendo é claro de que o instrutor seja um modelo autêntico da língua e da cultura estrangeira. Se você interpõe um plano didático obrigatório você artificializa a comunicação e estraga esse relacionamento. O êxito de nosso método está em não adotar planos didáticos, mas simplesmente criar um centro de convívio bicultural, onde a assimilação da língua se dá naturalmente, catalizada pelo interesse de opostos que se atraem. Os grupos são pequenos e homogêneos. Questões linguísticas ficam na prateleira (ESL materials), para serem apresentadas e discutidas quando houver e se for manifestado interesse pelo aprendiz.

Na minha opinião, um programa no exterior seria de grande proveito para você.

Leia mais sobre nossa abordagem em: https://www.sk.com.br/sk-mthen.html.

Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#577: Professor nativo x não-nativo
Caro Professor Ricardo,
Sou acadêmico de Letras com dupla habilitação Inglês/Português. De antemão gostaria de lhe agradecer pela ajuda que mesmo sem perceber você tem me dado através de seu site.
Estou fazendo um TCC com o tema PROFESSOR NATIVO E NÃO NATIVO DA LINGUA INGLESA e tenho me utilizado do seu site para muitos esclarecimentos.
Não pretendo entrar no mérito de qual é o ideal para o ensino, pois percebo que é uma questão que necessita de um maior aprofundamento cujo nível ainda não atingi. Apenas assisto de carteirinha (leio) as inteligentes questões postadas no seu site e suas brilhantes respostas.
O que pretendo focar no trabalho é o perfil metodológico dos regentes do idioma, ou seja, quais os caminhos utilizados por eles para conduzir o aluno a adquirir uma competência comunicativa.
Agradeço novamente pela atenção e também pela ajuda que indiretamente já tive.
Paulo Camargo <paulojcam*hotmail.com> Aug 1, 2008
Caro Paulo,

Obrigado por sua participação e pelos comentários de apoio.

Os termos "nativo" e "não-nativo" incluem uma certa dose de generalização e, como toda generalização, são imprecisos. Eles aqui serão usados como sendo "nativo", aquele indivíduo que possui um bom grau de instrução em seu país de origem e um domínio limitado da língua materna do aluno (português). "Não-nativo" aqui é aquele que possui plena funcionalidade na língua-alvo (inglês), porém com limitações e perceptíveis desvios de pronúncia e idiomáticos, além de possuir valores culturais predominantemente brasileiros.

O professor não-nativo vai buscar uma abordagem de ensino mais dedutivo-lógica. Vai ter uma tendência a transmitir suas experiências ao longo de seu aprendizado e suas conclusões a respeito. Vai tender a ser mais técnico e analítico, mostrando os contrastes entre os idiomas e explicando o porquê dos desvios do aluno. Será basicamente um transmissor de conhecimento e se sentirá muito confortável seguindo um plano didático predeterminado para ordenar o conteúdo e reduzir as possibilidades de se defrontar com suas limitações.

Já o instrutor nativo, uma vez que ele não tem pleno domínio sobre a língua e a cultura do aprendiz, vai preferir apenas usar suas habilidades pessoais para construir um relacionamento com o aprendiz, trazendo sua maneira de falar, de pensar e de ser. Tentará se adaptar à expectativa do aprendiz, trazendo temas gramaticais, culturais, ou gerais, simplesmente explorando os laços de amizade no grupo do qual participa. Será um transmissor da língua e um agente cultural, e se sentirá bem num programa que lhe dê liberdade de improvisar. Enquanto que o não-nativo irá desempenhar um papel predominantemente de professor, o nativo atuará mais como um facilitador.

No papel de transmissor de conhecimento gramatical, o não-nativo é normalmente superior; no papel de modelo de performance, principalmente com relação a pronúncia e formas de se expressar, o nativo é insuperável.

Com professor não-nativo, é inevitável o uso da língua materna para traduzir e explicar vocabulário, ao passo que, com nativos, o aprendiz fica naturalmente obrigado a negociar significados para desenvolver seu vocabulário.

Frente a erros, o não-nativo terá mais facilidade em entender a linguagem com desvios do aluno e, consequentemente, dificuldade em proporcionar o devido feedback sobre o limite entre linguagem inteligível e ininteligível, pois ou ele aceita a mensagem captada ou ele finge não ter entendido porque desconfia que o nativo não entenderia. O nativo, por sua vez, além de ter mais facilidade para corrigir desvios inteligíveis, reagirá de forma natural e autêntica cada vez que ouvir linguagem ininteligível.

Se o professor não-nativo não for um bom ator e não souber representar o papel de um nativo, cairá no hábito de trazer conclusões já mastigadas e experiências de segunda-mão, as quais terão que ser armazenadas pelo aluno, correndo o risco de serem esquecidas em pouco tempo. Já o nativo propicia situações reais de comunicação onde o aprendiz, no papel de protagonista, descobre por si próprio as diferenças e os contrastes idiomáticos e culturais nas situações que ele vivencia nesse convívio com o instrutor. O aprendiz chega assim a suas próprias conclusões, construindo seu próprio conhecimento a partir de suas experiências. É experiência em primeira mão, pedra bruta que ao ser lapidada, desenvolve a habilidade do lapidador.

Se na relação ensino-aprendizado, acreditarmos que o êxito depende mais do ensino, onde um professor desempenha o papel ativo e o aluno se submete passivamente ao "método", devemos dar preferência a um não-nativo. Entretanto, se entenderrmos que no processo ensino-aprendizado o êxito depende mais do aprendizado por parte do aprendiz, o qual desempenha um papel ativo e assume as rédeas do desenvolvimento de suas habilidades, de acordo com suas necessidades, motivado pelas circunstâncias e pelos desafios do ambiente em que se encontra, então teremos que dar preferência ao instrutor nativo.

Ou seja, se nosso conhecimento é construído a partir de informações recebidas de terceriros, o não-nativo é a pessoa ideal para nos transmitir essas informações. Entretanto, se nosso conhecimento é construído a partir de experiências vivenciadas, devemos dar preferência a vivenciá-las com nativos. No plano da hipótese learning vs. acquisition de Stephen Krashen, o não-nativo é ideal para um programa de ensino inspirado por learning (plano didático), enquanto que o nativo é o ideal para proporcionar um aprendizado inspirado por acquisition (assimilação natural).

Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#576: Percentage of ESL speakers in Brazil
Dear Ricardo:
I have been teaching English for almost ten years.
I often read your site, which by the way is amazing. Congratulations!
Well, I have a question. Do you know what percentage of people in Brazil speak English (as a second language)?
I have been to many sites lately and I have not found the answer yet.
Thanks a lot for your attention.
Tânia Gonçales, Porto Alegre, RS <taniasg.voy* terra.com.br> Mar 17, 08
Dear Tânia,

I'm afraid you'll never find a conclusive answer to your question.

First, because it is difficult to define the meaning of "speak English."

Language proficiency can be placed on a wide range of different levels that go from the near "zero" level achieved by the mandatory English in Brazilian high schools to the native-like proficiency attained in international bilingual schools. To many language schools the levels are simply beginning, intermediate and advanced. To international proficiency tests like the TOEFL, they are subdivided in different skills, each one ranging on a long scale of numbers. Even among native speakers we will find different levels of proficiency in different skills at different ages. The fact is that language is an ability that cannot be measured objectively. So, "to learn English" or "to speak English" are relative concepts, not to say abstractions.

Even if we agreed that "to speak English" would be a certain TOEFL score for the purpose of our statistics, how would we measure the English proficiency of the population?
In general terms, my very rough guess is that no matter how you look at it, you'll never find more than a one-digit percentage of English speakers. If I needed to make a guess, I would suggest the following:

                     Intermediate      Advanced
---------------------------------------------------------
City areas          4 to 6%           1 to 3%
---------------------------------------------------------
Rural areas      0.5 to 1%       less than 0.5%
---------------------------------------------------------

OBS.:

According to a survey by Pesquisa Data Popular in 2013, 5.1% of the Brazilian population 16 years of age or older believe to have "some knowledge" ("algum conhecimento") of English.

According to another study on English proficiency in the world by the multinational Education First in 2014, Brazil ranks in 38th place, behind Argentina, Peru and Equador. See https://www.sk.com.br/sk-defi.html

Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#575: Por que as franquias não mudam?
Bom dia,
Achei o SK.COM.BR na internet e logo me identifiquei filosoficamente com seu conteúdo.
Solicito sua avaliação perante o seguinte questionamento:
Por que as escolas de idiomas não aderem ao language acquisition, esquecendo seu método de ensino e estimulando/educando seus professores no sentido de serem facilitadores na transmissão das habilidades, pois mesmo mais trabalhoso para ser ministrado, poderia ser encarado como revolucionário e superior ao ensino padrão, tão saturado de mesmice. Seria falta de visão dos empresários do ramo?
Obrigado.
José Carlos Melim <jc_melim*hotmail.com> Feb 23, 08
Prezado José Carlos,

As escolas pertencentes às redes de franquia não fazem o que já se faz no resto do mundo há muito tempo, em primeiro lugar, porque o franqueador seria o primeiro a perder, pois deixaria de haver uma razão para o franqueado continuar atrelado ao seu fraqueador. A suposta padronização do "método" e o uso dos livros é uma forma de controlar o franqueado, contabilizar o número de alunos e determinar as "taxas de marketing" etc. Considere também que a venda do livro com o CD representa a principal fonte de renda do franqueador.

Outro motivo são as dificuldades de se encontrar instrutores realmente proficientes na língua estrangeira, pois esta é a principal condição para se adotar uma abordagem livre, inspirada em language acquisition. E se escolas localizadas em centros maiores encontrassem instrutores competentes, e lhes dessem autonomia, muito facilmente acabariam nas mãos dos mesmos, pois afinal, quase tudo depende da qualificação pessoal dos mesmos, ficando o papel da escola relegado a um segundo plano, o de proporcionar a infraestrutura apenas (salas de aula, biblioteca, etc.).

Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#574: O aprendizado de inglês na infância
Bom dia,
A minha filha nasceu nos USA e vivemos por lá até ela completar 5 anos. Ela falava o inglês fluente pois frequentava daycare e depois foi para a pre-school, entendia bem o português mas respondia em inglês. Viemos para o Brasil e com uns três meses ela já estava falando o português bem e não quis mais falar o inglês, fui em varias escolas mas não achei que seria legal pois o inglês das escolas que visitei não era exatamente o que ela tinha em mente, com o passar do tempo desisti pois ela começou a frequentar escolas aqui no Brasil, e fiquei com medo de ela ficar confusa por aprender duas línguas.
A minha pergunta é: será que fiz mal? Agora ela está na 3a série, será que seria uma boa idade? O que você acha?
Grata,
Cristiane <RPinheiro* schwingstetter.com.br> Jan 24, 08
Prezada Cristiane,

Você não fez nada de errado. Você acertou ao decidir não matricular sua filha quando percebeu que o inglês oferecido pelas várias escolas não era autêntico.

Quando em 1987 eu vim com minha família de muda para o Brasil, depois de termos residido nos EUA, minha filha mais velha, com 7 anos, passou exatamente pela mesma experiência. Na época solicitei permissão da direção da escola de ensino fundamental daqui para que ela não assistisse às aulas de inglês oferecidas pela escola. O motivo não foi preocupação com o desenvolvimento de 2 línguas simultaneamente; foi simplesmente para não estragar sua pronúncia nativa.

Para minimizar a perda inevitável, uma vez que em nossa cidade não havia escola bilíngue com falantes nativos, comprei CDs de música para criança e videotapes com desenhos e programas infantis em inglês.

Tanto a minha quanto a sua história demonstram o que é o aprendizado de línguas, especialmente na infância. Crianças não se submetem à prática artificial de línguas estrangeiras, mas aprendem com facilidade, desde que estejam em ambientes autênticos vivendo situações reais de comunicação. Linguagem é fruto de convivência. Não é conhecimento gramatical nem memorização de frases traduzidas; nem para adultos e, muito menos, para crianças. Além disso, crianças possuem uma acuidade auditiva, e um estágio de desenvolvimento cognitivo que lhes pemite captar sutilezas fonéticas que muitas vezes nós adultos sequer temos ouvidos para perceber. Se a criança ficar exposta a uma linguagem caracterizada por desvios, todos esses desvios serão transferidos à criança comprometendo seu potencial de assimilação.

Queremos que nossos filhos aprendam inglês e sabemos que quanto antes melhor. Nossas decisões, entretanto, deverão se basear na questão da oportunidade antes da idade. Isto porque, independente da idade do aprendiz, a língua estrangeira adquirida de segunda mão, na ausência de modelos autênticos, jamais vai se tornar um meio de comunicação pleno, assim como uma área de reflorestamento jamais vai se tornar uma selva nativa.

Uma solução seria colocar sua filha numa escola internacional, daquelas frequentadas por crianças estrangeiras e que possuem um corpo docente misto, composto de professores estrangeiros e brasileiros, e onde a maioria das matérias é ensinada em inglês. Infelizmente esse tipo de escola só está disponível em grandes centros, e custam muito caro.

Fique atenta para as oportunidades em sua cidade, pois assim que sua filha retomar o convívio com estrangeiros e a interação que este convívio proporciona, aquela linguagem adquirida na infância vai reflorescer rapidamente.

Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#573: O porquê de centros de convivência
Caro Professor,
Tenho lido neste site repetidas opiniões sobre a importância do falante nativo para o aprendizado de inglês. Não discordo, mas às vezes questiono quais seriam especificamente as razões para isso. Quais as vantagens e as desvantagens?
Josi <xxx@gmail.com> Dec 18, 07
Prezada Josi,

A respeito da importância do contato com estrangeiros, falantes nativos da língua-alvo, é preciso em primeiro lugar entender a distinção entre os conceitos de language learning e language acquisition.

Se for nossa intenção oferecer um programa nos moldes convencionais, enfatizando o estudo formal da língua, trabalhando com livros de textos, com a língua na sua forma escrita, tendo como objetivo principal acumular informação e conhecimento sobre o funcionamento do idioma, sobre sua estrutura, nesse caso a qualificação técnica do professor assume importância maior e provavelmente o não-nativo, com sua visão das diferenças gramaticais entre as duas línguas terá uma clara vantagem.

Entretanto, se nosso programa tiver como objetivo desenvolver habilidade funcional sobre o idioma, em que o papel do instrutor é criar um ambiente de língua e cultura e construir um relacionamento com o aprendiz, onde a ênfase é a interação humana natural entre pessoas que representam diferentes línguas e culturas, na qual um funciona como agente facilitador e através da qual o outro (aprendiz) constrói sua própria habilidade, na direção de seus interesses pessoais ou profissionais, o falante nativo é praticamente insubstituível.

A supremacia do falante nativo para programas inspirados pela abordagem natural é indiscutível e a defendo com base nos seguintes argumentos:

1) Transferem ao aluno sua maneira de estruturar o pensamento em linguagem pura, isenta de desvios (tais como sotaque, artificialidade idiomática, ausência de valores culturais, etc.).

2) Como o magnetismo de opostos que se atraem, a presença do elemento estrangeiro no contato intercultural estimula a natural curiosidade pelo desconhecido e o desejo de explorá-lo. O falante nativo é a personificação da língua e da cultura estrangeira, constituindo-se elemento motivador chave.

3) O não-nativo possui uma maior facilidade em captar o significado contido na linguagem com desvios do aluno. Consequentemente, terá mais dificuldade em proporcionar o devido feedback sobre o limite entre linguagem inteligível e ininteligível, pois ou ele aceita a mensagem captada ou ele finge não ter entendido porque desconfia que o nativo não entenderia. O nativo, por sua vez, além de ter mais facilidade para corrigir desvios inteligíveis, reagirá de forma natural e autêntica cada vez que ouvir linguagem ininteligível.

4) As limitações do estrangeiro com a língua materna do aluno possibilitam a inversão de papéis, fazendo o aprendiz (principalmente no caso de crianças) sentir-se às vezes superior e desenvolvendo-lhe a autoestima.

5) No caso de ensino de línguas na infância, a importância do falante nativo é ainda maior. Crianças têm grande resistência ao aprendizado formal, artificial e dirigido. Elas só procuram assimilar e fazer uso da língua estrangeira em situações de autêntica necessidade, construindo seu próprio aprendizado a partir de situações reais. Se perceberem que a pessoa que deles se aproxima fala sua língua mãe, dificilmente se submeterão à difícil e frustrante artificialidade de usar outro meio de comunicação.

Minha experiência de 14 anos de gerenciamento de um centro de convívio multicultural, que já recebeu mais de 120 estrangeiros falantes nativos de inglês, me permite defender a criação de tais centros no Brasil como solução ideal para a erradicação do monolinguismo. Centros de convívio multicultural são ambientes naturais de interação social, onde aquela curiosidade pelo desconhecido e aquele magnetismo natural de opostos que se atraem, proporcionados pelo contato multicultural, é elemento chave. Grupos de conversação com participação de falantes nativos de diferentes países de língua inglesa permitem ao aprendiz desenvolver familiaridade com a língua na sua forma oral isenta de desvios, negociar significados e desenvolver a comunicação criativa. A comparação de valores e o entendimento das diferenças culturais evitam que o aprendiz desenvolva hábitos intelectuais estereotipados. Esta aprendizagem cultural leva o aprendiz a sentir-se à vontade na presença de estrangeiros. Os participantes estrangeiros, no papel de vetores de suas línguas e culturas, se sucedem a cada ano ou semestre. Cada novo contato possibilita ao aprendiz brasileiro a prática de construção de um novo relacionamento, sedimentando aquelas ferramentas linguísticas básicas ao convívio humano e diversificando sua familiaridade com variantes dialetais e culturais.

Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#572: Empresários que não gostam mas precisam
Estou lendo seus artigos e respostas e estou apaixonada pelo site! Parabéns!!!
Tenho uma dúvida. Dou aulas em empresas, onde existem alunos que não gostam do inglês, acham muito difícil, sentem-se intimidados para falar, mas devido ao trabalho e ao cargo que exercem na empresa em que trabalham, precisam aprender e falar o idioma.
Existe alguma estratégia para quebrar esse bloqueio?
Seria válido utilizar material destinado às crianças para ensinar adultos com esse bloqueio? (em uma fase inicial, até começarem a montar frases e se familiarizarem com o idioma).
Cecília Fernandes - Ipatinga - MG <cfquiossa*yahoo.com.br> Jul 3, 07
Prezada Cecília,

Ninguém (ou muito raramente alguém) gosta da língua propriamente dita, pois esta não é um fim em si mesma; é, isto sim, um meio - um meio de comunicação. As pessoas gostam é da comunicação que este meio proporciona, das possibilidades que este meio lhes abre. O ambiente de trabalho, sempre caracterizado por algum grau de competitividade interna, que pode gerar inveja, comentários maliciosos, cria inibições e não se constitui num ambiente bom para o aprendiz. Por isso é necessário ao aprendiz vivenciar ambientes da língua e da cultura estrangeira descontraídos e autênticos, onde a interação linguística funciona como meio, para despertar sua motivação.

Você poderia tentar formar grupos de pessoas que não se conhecem; retirá-los de seu ambiente de trabalho e misturá-los com outros aprendizes de outras empresas. Mas para isso teria que ter seu próprio local. O ideal seria que esses profissionais participassem de um rápido programa de intercâmbio no exterior para se submeterem a uma imersão na língua e na cultura. Se não for possível viajar ao exterior, devem procurar encontrar aqui mesmo ambientes de convívio em inglês.

Veja mais sobre centros de convívio multiculturais em https://www.sk.com.br/sk-ccm.html

Atenciosamente,
Ricardo - EMB


Q#571: É aconselhável ensinar a ortografia do inglês na infância?
Caro Professor Ricardo,
Sei que não é viável a alfabetização em inglês paralelamente à língua materna. No entanto, ainda resta uma dúvida. Suponhamos que eu tenha uma escola apenas para crianças e queira, além de desenvolver a oralidade, introduzir palavras (escritas) que proporcionem o desenvolvimento da memória visual no que diz respeito ao reconhecimento e relação dessas com seu significado real.
É possível? É viável? É produtivo?
Agradeço desde já e aproveito para parabenizá-lo pelo site. Sem dúvida é fonte de referência para muitas dúvidas que envolvem os que são apaixonados pela LE.
Abraço
Teresa Christina Najar <najararaujo* yahoo.com.br> June 6, 07
Prezada Teresa,

Não se esqueça que a aquisição da fala e a descoberta do mundo são processos paralelos para a criança. A relação que deve ser estabelecida pela criança no aprendizado da língua estrangeira, é entre os conceitos resultantes de experiências vividas e a respectiva linguagem que ocorre. Linguagem aqui se refere à oralidade. Embora a repesentação ortográfica da palavra tenha também sua importância, a prioridade deve ser sempre desenvolver familiaridade com a forma oral. Se não houver lugar natural nas experiências vividas pela criança para a palavra escrita, esta não deve figurar artificialmente. Se a forma oral e a forma escrita não seguem um padrão regular, como no caso do inglês, este é um problema secundário, com o qual a criança-aprendiz irá lidar no momento oportuno.

Portanto, minha sugestão é que você trabalhe prioritariamente a oralidade para desenvolver na criança o máximo possível de familiaridade com a língua estrangeira na sua forma oral. Além do argumento acima, isso também será de maior proveito para eles no futuro porque, vivendo no Brasil, a tendência é terem, ao longo de suas vidas, muito mais oportunidades de contato com o inglês escrito do que com a língua falada. Assim, eles adquirem na hora certa aquilo que é a base e que é o mais difícil. Posteriormente não faltarão oportunidades para descobrirem as peculiaridades do sistema ortográfico da língua.

Boa sorte em seu trabalho.
Ricardo - EMB


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