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Avaliações de proficiência em inglês

Ricardo E. Schütz
Atualizado em 16 de dezembro de 2018

Quando se avalia proficiência em uma determinada língua estrangeira, pode-se levar em consideração a formação linguística do avaliado ou não. Se for levada em consideração, a aplicabilidade dos testes fica limitada mas a precisão do resultado é maior.

O sistema S&K de avaliação de proficiência em inglês é composto por uma série de testes desenvolvidos especificamente para quem possui uma formação linguística latina. Isto é, quem fala uma língua latina como língua materna - mais especificamente, o português. Com extrema acuidade, os testes avaliam exatamente aqueles pontos em que os contrastes entre português e inglês são maiores e a interferência do primeiro sobre o segundo, mais prejudicial. Este método de avaliação usa técnicas de contrastive analysis e error analysis e é, em vários aspectos, mais completo e preciso do que o TOEFL e do que o MICHIGAN, os quais não levam em consideração diferenças linguísticas específicas e nem sempre avaliam a produção oral do entrevistado.

As avaliações S&K levam de 2 a 3 horas para cada avaliado, dependendo do nível, e podem ser acompanhadas de uma gravação em videotape, o que proporciona um retrato fiel e preciso do nível de proficiência em inglês do entrevistado. A gravação em vídeo também possibilita monitorar o desenvolvimento futuro. À medida que a pessoa desenvolve seu inglês, pode comparar seu desempenho com o anterior gravado em fita, e ver a diferença.

A avaliação mede o desempenho da pessoa em inglês em 8 aspectos distintos, como descrito abaixo. Proporciona um diagnóstico das deficiências específicas de cada um, de seus pontos fracos e fortes se constituindo numa informação de importância fundamental, normalmente difícil de ser obtida.

Quando adotado por uma empresa, este sistema de avaliações periódicas proporciona, ao aluno, a possibilidade de medir seu progresso e, à empresa, informação precisa quanto aos recursos em língua estrangeira disponíveis. Possibilita desta forma:

As variáveis avaliadas e apresentadas em gráfico são as seguintes:

0 - 0.5 Não-desenvolvido
1 - 1.5 Pouco desenvolvido
2 - 2.5 Regular (Eficiência básica)
3 - 3.5 Bom (Operacional)
4 - 4.5 Muito bom (Gerencial)
5 Excelente (Marketing) (TOEFL 600+) (CPE)
5.5 Este grau equivale ao desempenho de um native speaker com grau de escolaridade superior, e não está representado no gráfico acima pelo fato de situar-se além dos objetivos de qualquer programa de ensino de inglês como língua estrangeira.

Tabela de equivalências

S&K 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
TOEFL (paper-based) * * * 300 360 420 460 500 550 605
TOEFL (internet-based) * * * 8 23 36 48 62 78 100
TOEIC * * * 100 235 364 463 570 700 825
Linguarama 0.4 0.8 1.2 1.6 2 2.5 2.9 3.3 3.75 4.2
Cambridge Suite * * * * * KET PET FCE CAE CPE
Common European Framework * * * A1 A2 B1 B2 C1 C2

Listening - Refere-se à capacidade de entendimento que o entrevistado demonstrou ter do inglês falado. Reflete um grau quantitativo do que foi compreendido de gravações em inglês por native speakers, falando a respeito de assuntos gerais com diferentes graus de complexidade. Representa a habilidade mais básica de todas: a familiaridade com a língua falada. O conhecimento passivo da língua na sua forma oral é uma etapa primordial e indispensável no processo de aprendizado. É um dos aspectos linguísticos mais importantes no desempenho profissional pois afeta diretamente o relacionamento com estrangeiros bem como o desenvolvimento das demais habilidades, inclusive redação.

Pronunciation - Esta variável refere-se à capacidade do entrevistado em pronunciar corretamente o idioma. Reflete um grau qualitativo da habilidade ou do talento demonstrados em reproduzir as características fonéticas do inglês. Uma boa pronúncia depende de contato com native-spoken English, de bons instrutores, de acuidade auditiva, e da existência de hábitos corretos e ausência de vícios.

Vocabulary - Reflete um grau essencialmente quantitativo do domínio que o entrevistado demonstrou ter sobre o vocabulário cotidiano-comercial de inglês, não apenas no reconhecimento, mas também na produção criativa; e não apenas no âmbito de palavras, mas também de frases e expressões idiomáticas habituais com alta frequência de ocorrência.

Grammar in Speaking - Esta variável determina o grau de correção gramatical da linguagem produzida pelo entrevistado, identificando com precisão suas deficiências. Observa-se o domínio verbal que o entrevistado demonstra ter no uso das estruturas gramaticais do idioma (Be Phrases, Do Phrases, tempos de verbos, verbos modais, etc.), e principalmente daqueles aspectos estruturais em que o português e o inglês contrastam mais. Olha-se mais para a forma do que para o conteúdo de comunicação. Esta variável é medida através de um teste oral objetivo, em que o entrevistado deve expressar ideias que requerem o uso de determinadas estruturas gramaticais, as quais são ponderadas de acordo com a importância e frequência com que ocorrem. Aspectos deficientes são especificados no relatório final.

Fluency - Esta variável é a mais importante de todas. Refere-se à continuidade de produção oral e intelectual do entrevistado. Retrata sua capacidade comunicativa, refletindo um grau inverso ao número de interrupções, ideias não concluídas e falta de clareza. Embora dependa de pronúncia, familiaridade com estruturas gramaticais e vocabulário, não está só a eles relacionada, sendo influenciada mais diretamente pelo tempo de contato com situações reais de comunicação em ambientes da língua estrangeira. Pode também ser influenciada por hábitos da língua materna, falta de familiaridade com a cultura, bem como por fatores psicológicos como inibição, perfeccionismo (excessiva preocupação com forma em detrimento de conteúdo), preconceito linguístico, etc.

Appropriateness - Esta variável assume maior importância em níveis mais avançados, refletindo um grau qualitativo da propriedade no uso da linguagem em geral. Refere-se não a uma questão de como dizer, mas de quando dizer e o quê dizer. Reflete a sensibilidade no uso de expressões de cortesia, a capacidade de saber escutar, ater-se ao tópico e ser objetivo, bem como a impressão causada no entrevistador, a qual depende também de aspectos como competência cultural, desembaraço, postura, senso de humor, tom de voz, etc.

Reading - Representa a capacidade de reconhecer a língua na sua forma escrita; de captar e interpretar corretamente e integralmente ideias representada pelo inglês escrito. Reflete também a capacidade de traduzir corretamente textos para o português. Interpretação de textos é hoje a habilidade mais importante para quem se prepara para a prova de inglês do vestibular.

Writing - A capacidade de produzir linguagem escrita é consequência direta das variáveis acima, ou seja, quem fala o idioma, facilmente o escreve. Mesmo assim, dentre as quatro habilidades linguísticas (entender, falar, ler e escrever), escrever é sempre a mais difícil, pois além de proficiência oral, exige mais disciplina lógica, precisão gramatical e familiaridade com a ortografia. Esta variável retrata a capacidade do entrevistado em expressar suas ideias em inglês com clareza e redação correta.


Este mesmo sistema de avaliação pode ser adaptado para medir a qualificação profissional de professores de inglês. Neste caso, é acrescido de duas variáveis: TEFL (Teaching English as a Foreign Language) Methods e Cultural Competence.

TEFL determina o potencial e a versatilidade que o entrevistado tem para atuar como instrutor de inglês. Reflete o conhecimento de metodologias de ensino de línguas (métodos audiolinguísticos, cognitivos, etc.), fonologia, análises contrastivas entre português e inglês. Considera-se também a experiência do entrevistado no ensino de inglês.

Cultural Competence reflete o grau de familiaridade com a cultura estrangeira. Língua reflete cultura. São duas faces de uma mesma moeda. Esta variável portanto mede a familiaridade e o conhecimento que o entrevistado tem da cultura norte-americana ou britânica, o que decisivamente influi na sua qualificação como instrutor. Está normalmente relacionado ao tempo de permanência no exterior, bem como à intensidade de convívio com native speakers.

Além do gráfico tipo histograma mostrando o nível alcançado pelo entrevistado em cada uma das variáveis, o relatório de avaliação apresenta um conjunto de 10 parágrafos (um para cada nível) descrevendo em detalhe as características e o provável desempenho profissional do avaliado. Por exemplo, no caso do Sr. Fulano de Tal mostrado no gráfico acima, sua média fica em torno de 3. Isto significa que esta pessoa provavelmente:

3.0 = Bom (Operacional): Acompanha superficialmente alguns filmes em inglês e já tem noções aproximadas do que se passa em programas de rádio e televisão. Já não apresenta risco de ocorrência de mal-entendidos quando dialoga com um único interlocutor. Está apto a trabalhar com native speakers, embora com limitações. Comunica-se em geral claramente mas com fluência limitada, e normalmente não conseguiria argumentar ou defender pontos de vista. Ocasionalmente poderá sentir-se perdido em reuniões sobre assuntos técnicos e de negócios. Vícios de pronúncia e eventual falta de clareza podem as vezes torná-lo cansativo ao estrangeiro, quando houver contato prolongado. Começa a perceber diferenças culturais. Tem familiaridade com uma quantidade regular de expressões idiomáticas. Demonstra já alguma firmeza com estruturas gramaticais mais avançadas, mas provavelmente não é sensível aos perfect tenses, e ainda tem dificuldade com os verbos modais. Lê revistas com uma certa dificuldade. Redige com clareza mensagens simples tipo e-mail e textos sem complexidade, com alguns desvios (de menor gravidade) mas fazendo já uso de algumas palavras de transição para conectar logicamente frases. (Aproximadamente paper-based TOEFL 400).

Assim como a descrição acima do desempenho provável de alguém situado em média próximo do nível 3, existem outras 9 descrições no sistema S&K de avaliação.

Vantagens do sistema S&K em relação ao TOEFL

Desvantagens do sistema S&K em relação ao TOEFL:

Veja também

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Schütz, Ricardo e. "Avaliações de proficiência em inglês" English Made in Brazil <https://www.sk.com.br/sk-aval.html>. Online (data do acesso).