English Made in Brazil
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ARQUIVO 3 - PERGUNTAS E RESPOSTAS DE JANEIRO A JUNHO DE 98

Este foro é aberto ao público. Todos são convidados a perguntar, questionar, divergir, opinar, ou esclarecer. Mande suas consultas e opiniões para um dos endereços abaixo e nós responderemos com a maior brevidade possível. As mensagens interessantes, juntamente com as respostas, serão publicadas com o nome do autor.

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Q #117: Terceirização
Gostaria de saber qual é a melhor tradução da palavra "terceirização" para o inglês. Já recebi as seguintes dicas: Sublet and Third party. Grato. Paulo Roberto M. Bastos da Silva<pmiguez*eletrobras.gov.br> June 30, 98.
 
A: Prezado Paulo,
O substantivo terceirização pode ser traduzido por outsourcing ou pode ser explicado como the contracting out of services.em inglês. Já o verbo terceirizar seria to outsource.
Esta resposta teve a colaboração de Eliane <digom*bigfoot.com>.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #116: Como seria a tradução correta de "The worst foe lies within the self"... Seria alguma coisa como "O mal maior encontra-se dentro de si"? Kewl site you got there! :) Wagner <wit*inbrapenet.com.br> June 29, 98.
 
A: Prezado Wagner,
Traduzir é a arte de recriar; de reestruturar uma ideia nas formas que a língua para a qual se traduz oferece, e sob a ótica da cultura ligada a essa língua. Portanto, é ao nível da ideia e não das formas, que a correlação pode ser estabelecida. É um trabalho muitas vezes mais artístico do que técnico. Textos objetivos e com conteúdo claro são muito mais fáceis de traduzir do que aqueles com frases de efeito e figuras de retórica. Uma qualificação básica de um bom tradutor, é ser um nativo ou quase-nativo na língua para a qual ele está traduzindo. Além disso, deve ter conhecimento específico sobre o assunto traduzido e criatividade para saber recriar.
Uma vez que para traduzir adequadamente é sempre necessário interpretar e recriar; para recriar é necessário entender; e para entender bem seria necessário ter um contexto maior. Mas mesmo sem ter um contexto maior, eu traduziria esta frase por: "O pior dos inimigos é aquele que está dentro da própria pessoa" ou "Seu pior inimigo é você mesmo". Ou seja, o maior inimigo da gente são nossas próprias limitações, fraquezas, etc.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #115: Perhaps e maybe
Ricardo, Qual seria a diferença entre perhaps e maybe no significado (se é que existe) e no uso? Obrigada, Regina <campos*aol.com.br> June 24, 98.
 
A: Prezada Regina,
Perhaps e maybe são sinônimos. Talvez possamos dizer que perhaps seja um pouco mais formal enquanto que maybe mais provável de ocorrer em linguagem coloquial.
Ricardo e Meredith - EMB
Q #114: Hi, since you are located in Rio Grande do Sul, relatively close to Uruguay, I thought that you might have some insights into the following matter: My wife, a native speaker of Castellano from Ecuador, is starting to learn Portuguese, but she is having a difficult time with certain aspects of Brazilian pronunciation. She is using Portuguese language cassettes in which the initial syllable of "diferente", "dia", and "de" are pronounced like the initial syllable in the English words "jeep" and "jeans". She wants to learn this particular pronunciation (even though she knows that there are many Brazilians in the south of the country who pronounce this syllable like "deep" and "deans"), but she usually confuses it with the pronunciation of the "j" in queijo or the "g" in gíria. The "ll" in the Spanish word "lleno" is like the "j" in queijo, but there is nothing in Spanish that corresponds to that initial syllable of "diferente". By the way, she is also having problems with the open vowels of "pode" and "pé" as well as all of the nasal vowels. My question: is there a special methodology used to teach Brazilian pronunciation (of the standard kind that is used on the TV news broadcasts there) to Spanish-speakers? She wants to avoid any possibility of speaking a fluent "portuñol" in a year because of picking up bad pronunciation habits now. Thanks! Dale <delegz*rpi.edu> June 22, 98.
 
A: Dear Dale,
Thank you for your interesting question and sorry for the delay in replying. The tapes your wife is using are correct, and I'm afraid that there aren't many Brazilians that still pronounce /ti/ as in team or as in till and /di/ as in dean or as in dim. This particular combination of sounds is defined by a phonological rule applying to most dialects of Brazilian Portuguese:
In other words, alveolar stops become affricates in the presence of the portuguese vowel /i/. This difficulty is typical among students of Portuguese as a Second Language, both Spanish and English native speakers.
It is very understandable that your wife has trouble with the Portuguese vowels. Being Spanish a language with a system of only 5 vowel phonemes, its native speakers will predictably have difficulty to acquire a system of 7 vowels. It is the same kind of difficulty that both Portuguese and Spanish native speakers have to recognize and produce the English phonemes /iy/ as in beat and /I/ as in bit. The 7 vowel phonemes of Portuguese, not including the 5 nasal vowels, are:
In addition to contact with native spoken Portuguese, your wife will need recognition and production exercises for these particular problem areas. Thank you for visiting our web site. Regards,
Ricardo - EMB
Q #113: Olá Ricardo,
Tenho dúvidas em relação a regras de pronúncia com o uso do 's (possessivo). Sei que existe uma relação com a letra no final da palavra: que as terminadas em p k t seguidas de 's têm a pronúncia de /s/. E o restante, com sons de /z/ e /Iz/? Qual seria a melhor forma de apresentar isto aos meus alunos uma vez que livros didáticos enfatizam a pronúncia correta em diferentes formas de escrita? Agradeço desde já pela sua atenção e gostaria de dizer que sempre encontro respostas para muitas de minhas dúvidas no seu site. É ótimo! Regina <campos*aol.com.br> June 20, 98.
 
A: Prezada Regina,
Obrigado pela visita ao nosso site.
Tanto o grafema _'s genitivo como o _s plural, e mesmo o _s do verbo no presente, terão sua pronúncia influenciada pelo meio em que ocorrerem.
Como pode-se ver, a complexidade da questão acima limita uma análise dessa natureza ao estudo acadêmico de linguística pura. Por maior que fosse a preocupação com a precisão da pronúncia, provavelmente ultrapassaria o grau de praticidade no caso do ensino de EFL (English as a Foreign Language). Neste caso, outros pontos de persistente dificuldade deveriam ser analisados e exercitados prioritariamente. No caso de brasileiros, falantes nativos de português, por exemplo, é notória a dificuldade em produzir alveolar stops /t/ e /d/ na presença das vogais /iy/ e /I/, bem como em diferenciar os fonemas vogais /iy/ e /I/ como em eat e it. Veja mais sobre isso em As Vogais do Português e do Inglês.
Com relação à representação gráfica de sons em linguística, o fato de que diferentes autores e diferentes dicionários usam simbologias diferentes, torna o estudo de fonética um verdadeiro caos, agravado pela limitação de computadores em reproduzirem certos símbolos. Eu tive que improvisar na análise acima, devido às limitações da linguagem HTML usada na confecção de páginas na Internet. Como resultado de anos de esforços para padronizar a representação gráfica de sons no estudo de fonética, existe o conjunto de símbolos fonéticos da IPA (International Phonetic Association).
Atenciosamente, Ricardo e Linda - EMB
Q #112:
1-O que significam as expressões "sux" e "rules"?
2-O que quer dizer "boogie"? Igor Vilela Faquini <faquini*elogica.com.br> Jun 19, 98.
 
A: Prezado Igor,
Obrigado pela visita ao nosso site.
1) "sux" é uma forma ortográfica jocosa de "sucks" - ser um saco. Ex: That guy sucks - Aquele cara é um saco.
2) "rules" pode ser do verbo to rule - mandar, dominar. Poderia também ser o plural do substantivo rule - regra. Embora não tenhamos o contexto em que as palavras ocorrem, o mais provável que se trate de gíria, como a linguagem usada pelos personagens Beavis & Butt-head, significando o antônimo de suck. Ex: That guy rules - Aquele cara é demais.
3) Também precisaríamos de um contexto para definir melhor "boogie" - dançar rock, correr, tatú (de nariz).
Esta resposta contou com a colaboração do Prof. Ronaldo J. Jappe de Cruz Alta - RS.
Ricardo e Linda - EMB
Q #111: "Slim" and "thin" são adjetivos sinônimos que usamos p/ pessoas? Thanks!! Cecilia <ceciliab*domain.com.br> Jun 13, 98.
 
A: Hi Cecilia,
Slim and thin are synonyms, but we can say that slim is more complimentary to the person it refers to. That is, slim has a connotation of elegant.
Regards, Ricardo - EMB
Q #110: O que significa: "Helter Skelter","lemme"and "cuz"? Quais as espressões para os verbos "flatular" e "defecar" na forma culta e coloquial? Agradeceria demais a resposta. Um abraço. Igor Vilela Faquini <faquini*elogica.com.br> June 12, 98.
 
A: Caro Igor,
helter-skelter (normalmente usado como advérbio) - desorganizadamente, em desordem, em confusão.
lemme - contração de let me. Ex: lemme tellya (let me tell you)
cuz - contração de because.
flatular - to pass gas, to pass wind
peidar - to fart
defecar, exonerar os intestinos - to have a bowel movement, to go to the bathroom
cagar - to take a shit, to take a dump
Disponha sempre de nosso website. Ricardo - EMB
Q #109: Dear friend.
First, congratulations, your homepage is excellent. My name is Leo and I don't know the difference between:
1) Present continuous used as future? Ex: I'm travelling tomorrow.
2) Simple present used as future? Ex: The plane leaves at 5 o'clock.
3) Future with "will"
4) Future with "going to".
Could you send me an e-mail with the complete rules about these four kinds of future. Could you help me? Thanks, Leo Garbarski, Rio Grande do Sul, Brasil <leog*zaz.com.br> June 7, 98.
 
A: Dear Leo,
Thank you for visiting our site and for your nice words.
As in Portuguese, in English you can use the simple present and the present continuous to express future ideas.
 
The present continuous may be used to express future time when the idea of the sentence concerns a planned event or definite intention. Examples:
Verbs like rain or get sick, for example, could not be used in the present continuous to indicate future action because rain and get sick are not planned events. A future meaning for the present continuous is indicated either by future time words in the sentence or by the context.
 
The simple present is another verb tense that can be used to express future time in sentences that concern events that are on a definite and regular schedule or timetable. These sentences usually contain future time words. Only a few verbs are normally used this way: open, close, begin, end, start, finish, arrive, leave, come, return. Examples:

In the situations we use the simple present with the meaning of future, we can also use the present continuous. Ex:

The differences between them could be explained as follows:

a) The simple present sounds more impersonal than the continuous. I'm leaving tonight would probably imply that I have decided to leave, but I leave tonight could mean that this is part of a plan not necessarily made by me.

b) The simple present can also sound more formal than the continuous. A big store planning to open a new branch is more likely to say Our new branch opens next week than Our new branch is opening next week.

c) The simple present is sometimes used where the continuous would sound a bit clumsy, for example when speaking of a series of proposed future actions, like plans for a journey:
sounds better than:
Note, however, that in a sentence such as My train leaves at six we are using the simple present for a habitual action. Here, therefore, the simple present is not replaceable by the continuous.

WILL x BE GOING TO:   

1) To express a prediction, either one can be used. (Para prever algo que venha a acontecer no futuro, as duas formas podem ser usadas.)
Ex: According to the weather report, it will rain tomorrow. / According to the weather report, it's going to rain tomorrow.
      Be careful! You'll hurt yourself! / Be careful! You're going to hurt yourself!
 
2) To express a prior plan, only BE GOING TO should be used. (Para nos referirmos a uma ação futura, porém como resultado de um plano preestabelecido.)
Ex: Why did you buy this paint? I'm going to paint my bedroom tomorrow.
      Are you busy this evening? Yes. I'm going to meet John at the library. We're going to study.
 
3) To express willingness and intention at the moment of decision, only WILL should be used. (Para nos referirmos a uma ação futura resultante de nossa predisposição, no momento em tomamos a decisão.)
Ex: The phone's ringing. I'll get it.
       If you don't understand, ask your teacher. He'll help you.
       Speaking to a waiter: - I'll have a beer, please.

We hope this will help you.
Regards, Ricardo and Linda - EMB


Q #108: Hi. In my continuing effort to gain as much knowledge of Brazilian Portuguese as I can before I arrive in Santa Cruz, I've run across some more questions regarding pronunciation of the language in Rio Grande do Sul. According to the books I have, initial [r] is pronounced [x] as in Spanish jota as well is the syllable final [r] and the [rr] sound as in carro. I know that the syllable final [s] is pronounced as in English, as you wrote me before. I just wanted to know about the [r] sound and any other regional pronunciations. I have read that Rio Grandian Portuguese is pronounced more like Spanish. Also, any vowel sounds that are different, please let me know, if you have time. I really appreciate this. Thanks! Kirk Lanzone Terry <kterry*iupui.edu> June 2, 98.
 
A: Hi Kirk,
Due to strong influence of TV, gauchos (the ones from Rio Grande do Sul) may pronounce initial /r/ either way. It has become a free variation between the two allophones: the trill [rr] as in Spanish ratón and the velar fricative [x] not only as in Spanish jota, but also as in French rouge. Today the occurrence of [x] predominates (especially in word-initial), but regardless of position the real outcome is unpredictable in the south.
You may be right in saying that the South Brazilian dialect somehow resembles Spanish.
Concerning the pronunciation of vowels, you'll see variations only in the Northeast. Between Rio, São Paulo and Rio Grande do Sul, there are no significant variations.
Keep in touch.
Regards, Ricardo - EMB
Q #107:
Hi. This may be a strange question, but in my studies of Portuguese, in which I'm currently immersed, I'm having trouble deciding some pronunciation. In my book, they teach the student to make syllable final "s" into [sh]. Is this done in RS? The book only says that this is done in Rio and some other areas. I just don't want to sound pretentious. Kirk Terry <kterry*iupui.edu> May 1, 98.
 
A: Hi Kirk, The [sh] is an allophone of the phoneme /s/ in syllable-final position, occurring in the dialect of Rio. It does not occur in most of the other regions of Brazil, including Rio Grande do Sul.
Keep in touch. Ricardo - EMB
Q #106:
Fruit can be uncountable or countable. But I don't understand the difference. Could you explain? Soup is uncountable but is onion soup countable? Thanks! Cecilia <ceciliab*domain.com.br> May 30, 98
 
A: Hi Cecilia,
You are right. Uncountable nouns can be used occasionally as countable, with a slightly different meaning. Fruit is normally uncountable, but if you are talking about the different kinds of fruit in the tropical climate, for example, you can refer to it as fruits. The same applies to nouns like coffee, beer, soup, onion soup, etc. They are normally uncountable but if you go to a restaurant it's quite acceptable to order three coffees, four beers, two onion soups, five ice creams, etc.
Portanto, a classificação dos substantivos em contáveis e incontáveis não é rígida.
Take care, Ricardo - EMB
 
P.S.: You can also use the word fruits (plural form) with the meaning of result or reward of work or activity. Ex: They are now beginning to appreciate the fruits of their work. Geane - RS <geanel*terra.com.br>
 
Reply: THANKS!!! I LOVE U!!!
Q #105: ESL for free in the USA

HI, It's Cecilia again. I'm an English teacher and would like to study English in the US for about 1 month just to improve it. However I can't afford paying the course, so is there any way of studying abroad only paying the plane ticket? Thanks Cecilia <ceciliab*domain.com.br> May 18, 98
 
A: Hi Cecilia,
There are ESL classes for free in many public high schools and community colleges. They take place twice a week usually and you can join them at any time and attend different groups at different schools. In some places you can also find ESL classes at public libraries and bible-study groups at churches. They are all free, but keep in mind that you would still have to pay for accommodations and local transportation. Also, it is difficult to get prior information here about those places so that you could go directly to the right place.
Sincerely, Ricardo - EMB
Q #104: Textos para adolescentes de escola pública
Professor Ricardo,
Sou professora de inglês, de 7ª e 8ª séries, numa escola pública de Brasília, à noite. Os alunos não têm livro didático, nem tiveram contato anterior com a língua. Tenho feito o possível e o imaginário - para não dizer o impossível! Gostaria de saber se existe algum site no qual possa encontrar textos interessantes e acessíveis para adolescentes do noturno e que são trabalhadores. Serei muito grata se puderes me ajudar... Lailah <lailah*capes.gov.br> May 18, 98.
 
A: Prezada Lailah,
Não sei quantos alunos tens na sala, mas se for o que imagino, cerca de 30 ou 40, há muito pouco que possa ser feito. Se tivéssemos que ensinar uma ciência lógica, com a ajuda de um microfone poderíamos transmitir nosso conhecimento para aqueles que prestassem atenção. No caso de línguas estrangeiras, entretanto, por não se tratarem de ciências exatas e lógicas, fáceis de serem estudadas, mas sim de habilidades desenvolvidas e assimiladas na prática e no convívio humano, não é possível criar condições para que ocorra aquisition numa sala com 20 adolescentes ou mais.
Se não for esse o caso, ou mesmo que seja mas que não possa ser alterado, eu sugiro tentar ir ao encontro do interesse da maioria. Deixe-os decidir se os próximos textos em inglês serão a respeito de futebol, basquete, música, sexo, drogas, etc. Então uma rápida pesquisa na Internet vai lhe proporcionar textos sobre esses assuntos, os quais talvez tenham que ser editados para tornarem-se mais fáceis e acessíveis. Você criaria uma versão simplificada do texto e, se os alunos realmente se ligassem no assunto, depois de digerida essa versão simplificada, você poderia então apresentar o texto original.
Raramente encontram-se textos ou materiais de ensino prontos para cada situação. A improvisação com o auxílio da Internet pode representar mais trabalho, mas é sem dúvida melhor.
Atenciosamente, Ricardo.
Q #103: Hi, Please, help me: Shall we say IN the street or ON the street? In a grammar book by Raymond Murphy I saw IN the street, but in my exercise I saw I live ON av.... street. Help me! Thanks Cecília <ceciliab*domain.com.br> May 17, 1998.
 
A: Dear Cecília,
After discussing the matter with an American, a Canadian, and a British, they agreed in one point: both sound correct. On the street would mean something rather permanent, like an address. Ex: The hotel is on the main street. In the street would be more transitory. Ex: I came across with him in the street yesterday. I like to walk in the streets of New York.
Sincerely, Ricardo, Linda, Sophie & Meredith - EMB
Q #102: Inglês no Japão

Olá!!! Primeiramente quero parabenizá-los pela excelente home-page. Em segundo lugar, gostaria de pedir algumas informações: Quando e como o inglês foi introduzido no Japão? Quais são os usos do inglês lá no Japão? Com que frequência é usado? Por favor, espero por uma reposta.
Um grande abraço a todos, Ellen Canossa Gagliardi (elleng*regra.com.br) May 14, 98
 
A: Prezada Ellen,
A introdução da língua e da cultura inglesa no Japão é a parte mais importante da introdução da cultura ocidental no Japão. O curso da ocidentalização do Japão segue um paralelo à própria história do ocidente.

Tudo começou com as grandes navegações dos Portugueses. Até então o Japão era uma cultura milenar quase que totalmente isolada do resto do mundo. O português Francisco Xavier em 1546 foi o primeiro ocidental a pisar em solo japonês e, a partir daí, Portugal passou a explorar principalmente o comércio com o Japão. Como resultado desse primeiro contato com o ocidente, o vocabulário da língua japonesa foi enriquecido com palavras como pan (pão), birudo (veludo), etc.

Durante os séculos em que o mundo testemunhou o declínio de Portugal no cenário político e econômico do mundo e uma crescente expansão do colonialismo inglês e da influência da Inglaterra no mundo a partir da revolução industrial, o Japão passa por um longo período de isolamento. É só a partir de meados do século 19 que o Japão reabre seus portos sob pressão das potências ocidentais, e inicia-se, ao final do século 19, um período de profundas reformas estruturais baseadas nos moldes ocidentais. É aí que o império japonês encontra na monarquia do Reino Unido o modelo ideal para suas reformas políticas (monarquia parlamentarista) e econômicas, e para sua rápida expansão industrial. Prova disso pode ser vista ainda hoje nas ruas japonesas com o trânsito de veículos pelo lado esquerdo, como na Inglaterra.

Mais recentemente, a maciça influência política e econômica dos EUA a partir da segunda guerra mundial, principalmente no Japão que sofreu a ocupação militar norte-americana de 1945 a 1951, veio a consolidar a importância da língua inglesa.

Finalmente, a crescente globalização do mundo proporcionada por novas tecnologias de comunicação e informação, elege definitivamente o inglês como língua do mundo e qualificação básica do indivíduo, principalmente num país líder em desenvolvimento tecnológico e econômico como o Japão.

No caso do ensino de línguas no Japão, temos que considerar alguns aspectos relevantes:
Em primeiro lugar, o Japão moderno é uma nação cuja riqueza depende quase que totalmente de sua capacidade de trabalho, de produção, e de exportação. É um país pobre em recursos naturais que precisa importar quase tudo para industrializar e exportar. Nesta intensa atividade de comércio com o resto do mundo, o inglês, como meio de comunicação, é essencial.
Por outro lado, o Japão é uma sociedade com uma cultura milenar sui generis, de origens muito diferentes das nossas culturas ocidentais devido ao isolamento geográfico. Considerando que língua e cultura são dois aspectos inseparáveis ligados ao comportamento humano, não tratando-se língua simplesmente de um meio de comunicação, mas de uma forma de pensar e de agir, pode-se entender o quanto mais difícil e demorado é o processo de assimilação do inglês pelos japoneses. Considerando-se também que embora diferentes as línguas européias, suas culturas têm origens comuns, influenciadas pela cultura grega, pelo império romano, pelo latim, pelo cristianismo, e pela proximidade geográfica, entende-se facilmente o grau de semelhança que há entre elas. Todas as culturas européias e suas línguas têm pois raízes comuns e podem ser consideradas muito próximas no contexto amplo das línguas do mundo. Poderíamos dizer por exemplo que a língua espanhola é quase irmã gêmea do português; a língua italiana, sua meia-irmã; o francês, seu primo; e o inglês, talvez um primo de segundo grau. Sabe-se, por exemplo, que 50% do vocabulário do inglês tem origem no latim. Qual é o brasileiro que precisa estudar inglês para entender palavras como important, necessary, vocabulary, pronunciation, dictionary, industry, etc.?
 
Com base nesses fatos e também na experiência que temos no ensino de inglês no Japão (3 anos) e no Brasil (11 anos), podemos afirmar que é quase assombrosa a facilidade com que alguns brasileiros aprendem inglês, se comparados ao ritmo de assimilação da média dos japoneses.
 
A necessidade que o Japão moderno tem do inglês, por um lado, e a dificuldade em aprendê-lo, por outro lado, fazem do Japão o país em que mais tempo e dinheiro se gasta no aprendizado de inglês. São dezenas (ou talvez centenas) de milhares de escolas de inglês, e um número maior ainda de native speakers norte-americanos, canadenses, britânicos, australianos, neozelandeses, etc, dando aulas de inglês. É um mercado constantemente em alta, e é com total devoção e persistência que homens e mulheres, jovens e velhos se entregam ao estudo do inglês.
 
Como consequência disso, o japonês moderno, muito mais do que o português, é uma língua impregnada de anglicismos. O inglês não é a única fonte de estrangeirismos do japonês, mas é sem dúvida a principal. Eu me lembro ter visto em uma livraria na cidade onde morávamos no Japão um dicionário exclusivamente de estrangeirismos, o qual, só pelo tamanho, já faria inveja à versão mais completa do nosso Aurelião.
 
Os anglicismos da língua japonesa dividem-se em dois tipos:
1) Aqueles que conservam o significado original predominantemente inalterado.
Ex: teeburu (de table) - mesa
      kittin (de kitchen) - cozinha
      gaaden (de garden) - jardim
      kamera (de camera) - máquina fotográfica
2) Aqueles que são criados a partir de palavras do inglês, mas que nada significam em inglês.
Ex: misin (de machine) - máquina de costura
      sararii man (de salary man) - executivo
      oelu (de O.L. - office lady) - funcionária de escritório
 
Espero ter proporcionado uma visão superficial do papel do inglês no Japão e me coloco à disposição para desenvolver mais o assunto.
Atenciosamente, Ricardo

Q #101: Hi, Could you give an explanation of the term "pull out"? I looked in the dictionary and found something different from what I saw in my book. Ex: The man pulled out the guns. Cecília <ceciliab*domain.com.br> May 14, 1998
 
A: Hi Cecília,
Pull out has three frequent meanings:
Regards, Ricardo and Linda
 
Reply: Thanks!! thanks!! you're great!! God bless u!!!
Cecilia
Q #100:
HI, I'm Cecília. Can we: arrive in or arrive from? Please if possible until tomorrow. It's urgent. Thanks a lot. Cecília <ceciliab*domain.com.br> May 10, 1998.
 
A: Hi Cecília,
You can arrive from the US at 6 o'clock; you can also arrive at the airport, in São Paulo, on Monday.
Sincerely, Ricardo and Linda. - EMB
Q #99: HI, I'm Cecília. Shall we say: "how much ARE the coffee and tea" or "how much IS the coffee and tea". Please if possible until tomorrow. It's urgent. Thanks a lot. Cecília <ceciliab*domain.com.br> May 10, 1998.
 
A: Hi Cecília,
I asked a British (23), a Canadian (46), and an American (23), all college educated, language students, and with ESL teaching experience. They all agreed that "How much is the coffee and tea" sounds more natural, but both are acceptable.
Sincerely, Ricardo, Sophie, Linda & Meredith. - EMB
Q #98: OI! Quando é que eu uso "tiptoe" e "tiptoes"?
Espero uma resposta! Muito Obrigado!
Abraços a todos, Gustavo Ragonezi Alves <ragonezi*gnet.com.br> May 1, 98.
 
A: Prezado Gustavo,
Tiptoe é frequentemente usado como substantivo, significando a posição de quem está ou anda na ponta dos pés. Neste caso poderá ser usado tanto no singular como no plural, e normalmente acompanhado da preposição on: on tiptoe ou on tiptoes.
Tiptoe pode também ser usado como verbo e nesse caso pode aparecer com s final no presente, ao se referir à terceira pessoa do singular: He tiptoes to her room every night.
Atenciosamente, Ricardo e Linda - EMB

Q #97: José Carlos e o ensino de línguas no Brasil
Caros Diretores, Professores e Profissionais do English Made in Brazil
Confesso a vocês duas fortes emoções e outras inquietações:
A primeira é saber se vocês têm ideia da importância do material que vocês colocam à disposição de estudantes, empresários, professores e todos aqueles que necessitam conhecer o idioma inglês. Porque não basta deixar disponível. Isto é fácil. O que é extraordinário é a qualidade das informações e a fundamentação pedagógica dos temas tratados. Nota-se que vocês compõem uma entidade que tem embasamento ao tratar dos assuntos. E mais: têm a coragem de dizer (ou podemos inferir) que essas centenas de cursos de ensino de idiomas estrangeiros têm mais compromisso com o lado comercial do que a busca de um tratamento pedagógico mais adequado para um brasileiro que quer aprender um idioma e que, quer queira quer não, pensa 99% na língua pátria.
A segunda emoção é de desapontamento. De que me adianta ter tomado conhecimento de algo tão bom se está fora do meu alcance. Eu descubro vocês, mas vocês estão longe de Brasília. Aquilo que parecia ser uma esperança, acabou sendo um sonho remoto demais. Não dá para viajar todos os dias até o sul do Brasil.
De qualquer forma, a questão que eu quero levar a vocês é a seguinte: é possível um profissional já contaminado por tantos cursos (...., ......, ..... ........ ......-..., ...... ........ ......-..., ......., ....., etc.), que chega ao inicio do avançado e quando, por alguma razão, para 6 meses, tem que recomeçar do básico? Como vocês tratam um aluno nestas condições? É um aluno-problema ou um aluno-desafio? Porque se vocês repetirem aquela de que tudo depende do aluno ou que tem que pensar em inglês (morando no Brasil), eu desisto de uma vez e não preciso de escola. Junto uma grana e um dia vou morar nos EUA. Na verdade o que eu quero saber é se é possível me comunicar em inglês vivendo no Brasil e, claro, se vocês conseguem realizar tal façanha.
Já cheguei uma vez a acreditar no método de inglês "aprenda dormindo, sem esforço". Achava uma proposta fantástica. Já não tinha muito tempo mesmo e um método daqueles era tudo que eu precisava. No início tive muita insônia com aquele troço no ouvido, tentando entender como dormindo o inglês entraria no meu imaginário. Com o tempo meu sono passou a ser normal, inclusive meu desempenho em inglês, ou seja, nenhum avanço. Naquela época (anos 70) não havia o PROCON prá reclamar de propaganda enganosa.
Não obstante seja graduado em análise de sistemas, pós-graduado em comércio exterior e graduando de direito (7º semestre) e tenha feito uns 35 cursos de aperfeiçoamento, já tive algumas oportunidades profissionais perdidas pelo fato de não ter fluência em inglês. É desesperador. Você tem experiência e conhecimento muito mais do que outros candidatos, e o cara te diz que embora teu currículo seja excelente, é preciso ter um certificado TOEFL, Cambridge, etc. e o teu background vai todo pro lixo. Vale dizer que minha trajetória acadêmica foi toda errada. Primeiro eu deveria ter aprendido inglês, de verdade, e depois partir prá outra coisa. Desculpe, tomar o tempo de vocês. Mas quem sabe há uma esperança. Um dia vocês se reúnem e chegam à conclusão de que o caso do José Carlos é até muito comum no Brasil e ele não está sozinho nesta situação. Quando vocês tiverem um diagnóstico, please, send me a message.
Gostaria também de obter endereços de escolas nos Estados Unidos ou entidades que mantêm algum tipo de intercâmbio cultural. Tenho 43 anos, casado, 2 filhos, vida atribuladíssima (full-time) e já não aguento escola de inglês que me pede prá comprar um livro diferente a cada vez sempre me garantido que é o melhor.
Um grande abraço a todos. José Carlos. bahyanno <oliverrah*uol.com.br> Apr 26, 98.
 
A: Prezado José Carlos,
Obrigado pela visita ao nosso site e pelos elogios ao material ali publicado.

É inegável o fato de que a qualidade do ensino de línguas em geral no Brasil poderia ser muito melhor (Veja A Deficiência de nosso Sistema Educacional). O que a ciência da linguística aplicada preconiza há mais de 10 anos, e o que o mundo globalizado de hoje exige, raramente está presente aqui, tanto nos populares cursinhos de língua estrangeira, como em programas universitários que se propõe a formar professores de línguas; e muito menos na escola secundária.

A preocupação maior de parte dos cursinhos tem sido padronizar para poder disseminar e controlar. A aderência a pacotes didáticos pré-determinados facilita a proliferação do negócio através de redes de franquia, uma vez que abre mão parcialmente do requisito de qualificação do franqueado. Ao invés de se apoiarem em profissionais competentes e permitir-lhes autonomia, padronizam e apoiam-se em marcas que são sustentadas comercialmente por vultosas verbas publicitárias. A ênfase no material (Livro 1, 2, 3), por outro lado, facilita o controle sobre a receita financeira do franqueado.

Em paralelo a isso, o ensino de línguas estrangeiras é uma área de atividade muito vulnerável ao comércio inescrupuloso e amador por ser um serviço cuja qualidade é difícil de ser avaliada pelo cliente. A ele é vendido como se pão quente fosse; e só depois de anos, como você, vai dar-se conta de que não produziu o efeito esperado.

São esses fatos que nos permitem levantar a hipótese de que a receita pedagógica predominante, ou é ineficiente por incapacidade de seus autores, ou tem um objetivo mais comercial do que educacional. (É sempre injusto, entretanto generalizar, pois é inquestionável também o fato de que existem alguns institutos e muitos instrutores indiscutivelmente sérios e competentes.)

O exemplo por você citado do "aprender dormindo" é um bom exemplo que vem a confirmar nossa hipótese sobre a desenfreada priorização do comercial sobre o acadêmico no ensino de línguas no Brasil.

Quanto ao seu desapontamento pelo fato de um de nossos patrocinadores não possuir uma escola associada em Brasília, eu diria que se você ler nossa página Como Escolher um Programa de Inglês no Brasil, provavelmente saberá encontrar uma escola ou um instrutor em Brasília oferecendo um trabalho com abordagem semelhante.

Quanto ao seu histórico no estudo de inglês, nosso diagnóstico é de que houve de parte de seus instrutores excessiva preocupação com language learning (estudo convencional, acúmulo de informações a respeito da estrutura do idioma) e poucas atividades que lhe possibilitassem language acquisition (assimilação natural, desenvolvimento de habilidade sobre o idioma através de esforço comunicativo decorrente de interação humana). Veja Language Learning x Language Acquisition e Retrospectiva do Aprendizado de Línguas sobre esse assunto.

Outro fato a considerar é que esses cursos, uma vez que atrelados a um plano didático único, também estabelecem um ritmo único. Isto é, são calibrados para pessoas normais, com ritmo de aprendizado normal, não respeitando o ritmo de assimilação daqules que precisam de mais tempo, nem explorando o talento dos mais rápidos. Num programa desses, é comum o aluno lento (essa lentidão às vezes é temporária) ser passado ao nível seguinte mesmo sem ter mostrado o desenvolvimento necessário, simplesmente porque tudo é uma marcha padronizada, correspondendo cada grupo a um nível, e fazer o aluno rodar seria perder um cliente. Talvez isso tenha ocorrido com você, o que explicaria o fato de ter alcançado um nível avançado num curso e ser avaliado como iniciante em outro. É possível também que devido à acirrada concorrência entre estes cursos em rede, seu desenvolvimento não seja reconhecido por ser resultado da receita de um concorrente.

Sua constatação de que no mercado de trabalho e no mundo de hoje inglês tornou-se uma qualificação básica tão indispensável a ponto de comprometer toda uma formação acadêmica e profissional, é uma verdade incontestável. É verdadeira e perspicaz também sua opinião de que talvez devêssemos nos preocupar com essas qualificações básicas durante nossos anos de escola primária e secundária, antes de iniciarmos nossa trajetória acadêmica, mesmo porque domínio sobre o idioma da comunidade global é hoje indispensável como instrumento acadêmico e ferramenta profissional. Veja Monolinguismo - o Analfabetismo Moderno e Por que Crianças Aprendem Melhor?.

Quanto a seus planos de fazer uma economia e viajar com o objetivo de aprender inglês, nossa opinião é de que não existe forma mais rápida e completa de aprendizado do que essa. Melhor, só se você tivesse feito isso antes. Em uma mensagem separada estamos lhe enviando orientações sobre como e onde estudar inglês no exterior.

Sua segunda melhor opção é procurar um instrutor competente. Recomendamos aqui novamente a leitura de nossa página Como Escolher um Programa de Inglês no Brasil.

Desejamos-lhe boa sorte e colocamo-nos à disposição para a continuação desse debate. Em uma mensagem separada, estamos lhe enviando orientações sobre como estudar inglês no exterior.
Atenciosamente, Ricardo - ENGLISH MADE IN BRAZIL
 
Reply: Professor Ricardo,
Agradeço suas úteis orientações. A forma atenciosa como vocês se dirigem a pessoas não integrantes de sua escola, apenas reforça a minha convicção de que em meio à floresta há ainda jequitibás, raros, sem dúvida, mas suficientes para fazermos a distinção entre o que é permanente e tem qualidade e as centenas de eucaliptos plantados e replantados, muito perfumados, mas tãos efêmeros quanto a lógica do lucro fácil.
Abraços. José Carlos <oliverrah*uol.com.br>, Brasília
Q #96: Toerag

Olá amigos!!! Gostaria de fazer uma pergunta a vocês. Em uma das músicas do novo CD de Eric Clapton, há uma frase que diz: "Just a toerag on the run". Não sei o que quer dizer toerag. Por favor me ajudem. Denis Osmar Paul <denis*viavale.com.br> Apr 18, 98.
 
A: Dear Denis,
Toerag is an old Victorian-era epithet given to beggars and "guttersnipes" who infested the alleys of London. The name was derived from the fact that they could not afford shoes or socks, and therefore wrapped rags about their feet to protect them.
Regards, Ricardo & Sophie -EMB
Q #95: Inglês comercial, para secretárias, business English, etc.
Estou à procura de um curso de inglês comercial, cartas, ligações, .... Por favor informar se há alguma coisa nesse sentido. Simone Fernandes <simonefe*tke.com.br> Apr 17, 98.
 
A: Prezada Simone,
Permita-me usar uma analogia para expressar uma opinião a respeito de habilidade em línguas estrangeiras. Se você souber dirigir, dirige de dia ou de noite, com chuva ou sem. O importante é aprender a dirigir. Posteriormente, conforme as circunstâncias em que se encontrar, você desenvolverá maior prática em estrada ou na cidade.
 
Da mesma forma, o importante é assimilar o idioma uniformemente, em todos seus aspectos, tais como: fonética, diferenças idiomáticas e vocabulário em geral, estruturação de frases, diferenças culturais, etc. À medida em que você desenvolve sua habilidade sobre o idioma, você naturalmente vai direcionando a sua assimilação de vocabulário ao que lhe é mais útil. O bom ensino de idiomas é aquele individualizado já desde o início, decorrente de interação humana, naturalmente direcionado aos interesses de cada aluno, e não aquele atrelado a um plano didático nem artificialmente limitado a quaisquer situações da realidade. Veja com desconfiança anúncios do tipo Business English, English for Travel, pois tratam-se de pacotes fechados, receitas prontas, comida enlatada.
Decorar meia dúzia de frases para atender o telefone seria o equivalente a aprender a dar partida no motor do carro, apenas.


Veja aqui mais sobre como escolher um curso de inglês.


Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #94: Bom dia, Estou entrando em contato com vocês, pois achei super legal a sua Home Page, e também porque tenho algumas dúvidas quanto a aulas de inglês. Foi citado numa de suas páginas que 35 horas não são o mesmo que 50 horas. Estou pretendendo entrar em um curso de inglês que utiliza o método Interchange, porém como não tenho tempo durante a semana, só poderei fazer aulas aos sábados, 3 horas/semana. Vocês acham que haverá aproveitamento nas aulas, pelo fato de ser apenas 1 aula por semana? Agradeço a atenção desde já. Etienne Fujita <Etienne.Fujita*dana.com> Apr 17, 98.

A: Prezada Etienne,
Em primeiro lugar, o Interchange é uma série de livros apenas, não um método. Quando fala-se em método, pressupõe-se um projeto educacional estruturado sobre uma determinada teoria de linguística e em sintonia com uma determinada teoria de psicologia educacional. Você pode mudar de livro sem mudar de método.

Se estabelecermos uma analogia entre o aprendizado de uma língua estrangeira com o futebol, eu diria que a importância dos materiais a serem usados, ou seja, dos livros, pode ser comparada às chuteiras que o jogador usa. O bom jogador joga bem com qualquer chuteira no pé. A chuteira pode até causar-lhe um certo desconforto, mas nem por isso ele deixará de jogar bem. O bom instrutor será sempre bom, com qualquer livro, ou melhor ainda sem livro; e o aluno com talento e motivação, aprenderá rapidamente com ou sem materiais.

A importância do instrutor da escola é comparável à dos demais jogadores do time de futebol. Se houver companheirismo e entrosamento na equipe, o desempenho do nosso jogador será significativamente facilitado. Entrosamento em um programa de línguas ocorre quando o instrutor sabe ver a realidade pela ótica do aluno e ajuda-o no esforço criativo de expressar seus pensamentos em linguagem precisa. Portanto, o instrutor é de importância fundamental.

Finalmente, o seu desenvolvimento na língua estrangeira se compara ao desempenho do jogador. Ambos dependem significativamente de talento e esforço próprio. Ou seja, é você que constrói seu próprio aprendizado. E este depende muito mais de assimilação natural do que de estudo formal. É muito mais desenvolvimento de uma habilidade do que acúmulo de conhecimento. Depende mais de interação humana do que de esforço intelectual. Ocorre mais num plano pessoal-afetivo do que num plano técnico-didático.

Quanto à carga horária, é claro que quanto mais, melhor. O ideal é que esta carga seja bem distribuída ao longo da semana. Mas o fato de não ser, não me parece ser de grande importância.

Veja aqui mais sobre como escolher cursos que se propõe a ensinar pessoas a falar inglês.
Desejo-lhe boa sorte.
Atenciosamente, Ricardo
Q #93: Olá, Meu nome é Monica Karina Hansele. Estou ensinando português para alemães. Em vista disto, procurei uma especialização na área da linguística para aperfeiçoar meus conhecimentos. Como tema para minha tese, estou abordando justamente a aprendizagem de línguas estrangeiras. Para isso, procurei na internet algum material de apoio e acabei encontrando sua hp, na qual me interessei muito, pois trata em alguns tópicos sobre o que procuro. Mas ainda necessito de mais referências. Por isso, lhe escrevo solicitando quaisquer outras bibliografias a respeito. Fico no aguardo e agradeço desde já. <Zem*aol.com.br> Apr 16, 98.


A: Prezada Monica,
O ensino de português para estrangeiros, bem como o ensino de línguas em geral, é uma área da linguística muito pouco desenvolvida no Brasil.
Como você deve ter notado, nosso site contém uma grande quantidade de materiais sobre linguística que contrastam o inglês e o português. O enfoque predominante entretanto é unidirecional e na direção oposta, isto é, na direção de quem fala português como língua materna e parte daí para o aprendizado de inglês. Alguns dos materiais podem ser facilmente adaptados, outros não.
Já no plano da linguística aplicada, mais especificamente metodologia de aprendizado de línguas, a nossa página explica muito superficialmente o Natural Approach de Stephen Krashen, que tem estado na crista da onda há mais de dez anos. Nossos departamentos tanto de ESL (English as a Second Language) como PSL (Portuguese as a Second Language) estão fortemente baseados na teoria de Krashen, embora seja nossa opinião que o plano psicológico não foi devidamente explorado por Krashen. Para conhecer melhor o trabalho de Krashen, eu recomendo:
Krashen, Stephen D. Principles and Practice in Second Language Acquisition. Prentice-Hall International, 1987.
Krashen, Stephen D. Second Language Acquisition and Second Language Learning. Prentice-Hall International, 1988.
Principalmente o primeiro deles é excelente.
Atenciosamente, Ricardo
Q #92: Como aprender inglês no exterior II
Oi, Ricardo. Meu nome é Adriano e estou aqui nos Estados Unidos, onde vi pela primeira vez seu site na Internet. Tenho 24 anos e estou tentando ao máximo aprender essa língua fascinante que é o inglês. Estou estudando no Arizona e gostaria de saber o que eu poderia fazer pra aprender o máximo possível, uma vez que não tenho muitos amigos, mas eu moro com um native. Isso é muito bom, mas às vezes acho que se eu tivesse mais pessoas por perto aprenderia mais porque estaria mais exposto à língua. Adorei suas ideias. Você é profundo nas suas afirmações. Quando eu voltar ao Brasil, terei ficado aqui seis meses ou um pouquinho mais. Desde já, um abraço e muito obrigado. Adriano <jswillette*classic.msn.com> Apr 14, 98
 
A: Prezado Adriano,
Que coincidência! Também estudei no Arizona, em Tempe, na Arizona State University. O que estás fazendo, é o melhor. Nada jamais será mais efetivo para a assimilação da língua estrangeira do que a experiência de convívio "in loco" com as pessoas que representam essa língua e essa cultura. A globalização do mundo e o barateamento do transporte aéreo está colocando o ensino tradicional de línguas, aquele atrelado a pacotes didáticos tipo Livro 1, 2, 3, em xeque-mate.
Aprendizado de línguas é fundamentalmente contato humano. Se arranjares uma namorada, vais aprender com redobrada velocidade. Deves procurar fazer amizades, ir a festas, arranjar um trabalho qualquer. Envolvimento é a palavra chave. Afaste-se de seus amigos brasileiros e procure não julgar as diferenças culturais que vai descobrindo. Troque suas opiniões formadas pela curiosidade de entender o porquê das diferenças. Se estiveres em um campus universitário, procura usufruir de tudo a que tens direito. Eu, quando estive na ASU, aproveitei até o serviço de aconselhamento psicológico grátis da universidade. Inventei um problema de adaptação e usufruí de 3 sessões que representaram um intenso exercício de linguagem para expressar diferenças culturais, sentimentos e conceitos abstratos.
Deves portanto te acercar de pessoas e com elas te comunicar; te entrosar socialmente. Seis meses nos EUA devem te proporcionar uma fluência muito boa, provavelmente mais do que 3 anos de cursinho no Brasil.
Boa sorte. Ricardo - EMB
Q #91: Olá Ricardo,
Novamente quero lhe parabenizar por sua home page. Eu copiei através da impressora todas as dicas disponíveis em seu site, além de todas as perguntas. Está sendo muito útil, obrigado. :)
Tenho outra dúvida que surgiu recentemente. Eu estava assistindo o filme "Copland" (recomendo :)), quando notei a seguinte pergunta (pelo menos foi o que entendí..) "You forgot that?". Fiquei surpreso com a construção gramatical, pois sempre pensei que a única forma correta seria: "Did you forget that?", na mesma noite ao me encontrar com meus amigos americanos no mirc, perguntei sobre a pergunta acima e eles disseram ser correta, será mesmo? Tenhos dúvidas, pois talvez, eu tenha expressado mal a pergunta, por isso lhe peço um melhor esclarecimento, pelo qual agradeço desde já.
Saudações. Nadir Tomasini Junior - Passo Fundo (RS) - <tomasini*pas.matrix.com.br> Apr 10, 98
 
A: Prezado Nadir,
Intonation questions ocorrem frequentemente no inglês de native speakers, mas não devem ser usados em lugar do modo interrogativo, pois têm uma conotação própria.
Veja mais sobre perguntas em inglês:
QUESTIONS IN ENGLISH     
1. YES/NO Questions: require a "yes" or a "no" in the answer.
2. INTERROGATIVE-WORD Questions **: What, Where, When, How***, Who, Whom, Whose, Which, Why. Ex: What time is it? What do you want?
3. OR Questions. Ex: Are you a teacher or a student? Do you prefer coffee or tea?
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #90: "Were" as subjunctive
Ricardo,
Gostaria que você e sua equipe esclarecessem uma dúvida que estou tendo. É a respeito do uso de "were" com a pessoa no singular, como eu vi em um texto num livro da Cambridge University Press que tenho. A frase é a seguinte: "... if one American were to give another a present...". Por que "were" foi usado se a pessoa está no singular? Gostaria de agradecer desde já a atenção dispensada. Regina <campos*aol.com.br> Apr 7, 98
 
A: Prezada Regina,
A ocorrência de "were" na terceira pessoa do singular refere-se ao subjuntivo (past subjunctive) em inglês. Corresponde ao "fosse" ou "estivesse" do português. Mais um exemplo: "The dog growls as if it were jealous."
 
Na prática pode-se dizer que o passado do subjuntivo do português corresponde sempre ao simple past do inglês. Ex:
          Eu estudaria francês se tivesse tempo. - I would study French if I had time.
Numa visão gramatical mais rígida, entretanto, esse simple past tem que ser classificado como past subjunctive, sendo diferente de simple past apenas no verbo to be. Entretanto, em muitos casos, em linguagem informal, é perfeitamente aceitável que o "were" seja substituído por "was". Ex:
          If John were here, we would learn the truth. = If John was here, we would learn the truth.
Ricardo - EMB
Q #89: Prezados Senhores,
É nosso desejo enviar nossa filha de 15 anos para os EUA em um programa de intercâmbio - mínimo 6 meses - em 1999. Necessitamos portanto saber qual o procedimento, já que estamos no Rio de Janeiro. Existe alguma representação por aqui? Caso positivo, gostaríamos de saber o custo, se existe parcelamento, passagens, casa de família - como saber a ideal? Somos desde já gratos.
Atenciosamente, SERGIO/MIRIAN <molrio*rj.sol.com.br> Apr 3, 98.
 
A: Prezados Sergio e Mirian,
Em primeiro lugar, permitam-me comentar que não existe forma mais completa de assimilação de uma língua estrangeira do que aquela proporcionada pelo convívio humano. A oportunidade de se viver no país estrangeiro e assimilar sua língua e sua cultura é de absolutamente mais valor do que qualquer instrução formal recebida em sala de aula.
Existem várias organizações que promovem programas de intercâmbio para adolescentes nos EUA: AFS (American Field Service), AYUSA (Academic Year in the USA), CHI (Cultural Homestay International), PIE (Pacific International Exchange), OCEAN (Organization for Cultural Exchange Among Nations), FLAG (Foreign Links Around the Globe), ERDT/SHARE (Educational Resource Development Trust), YFU (Youth for Understanding), FSL, etc. Todas são organizações norte-americanas sem fins lucrativos que oferecem programas de 5 e 10 meses através dos quais o jovem reside em casa de família e frequenta escola secundária. A maioria desses programas têm aproximadamente o mesmo custo. No Brasil são normalmente representados por escolas de inglês ou por agências de viagem.
Leia mais informações sobre programas de intercâmbio na nossa página: Intercâmbio em High School nos EUA.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #88: Ricardo,
Parabéns por sua página, ela está sendo de muita valia para mim, uma bela iniciativa. :-)
Dia 24 de abril próximo estarei completando o meu primeiro ano na Internet, e desde o início tenho usando IRC para desenvolver o meu inglês em chat channels onde se falam o inglês. Devo lhe dizer que no início eu praticamente não tinha conhecimento da língua, apenas aquelas coisas básicas que aprendi no colégio, por isso o começo foi muito difícil, mas graças aos excepcionais amigos que fiz lá, a maioria americanos e canadenses (que me ajudaram e me ajudam muito), já posso afirmar hoje que tenho um bom conhecimento em inglês. Consigo entender e me fazer entender em quase todas as situações. Mas sobram várias dúvidas para serem esclarecidas, por isso, espero que você possa me ajudar em algumas delas. Desta maneira lhe peço se é possível enviar e-mails regulares para isso? Bem aproveito esta mensagem para lhe pedir o esclarecimento de duas situações para as quais até agora não obtive resposta:
A) Como posso traduzir a palavra Será em situações interrogativas como os exemplos abaixo?
1- Será que vai chover? 2- Será verdade aquela história? 3- O homem foi morto durante a noite, será?
B) Como posso traduzir a expressão irônica Prá variar?
1- Prá variar fui escolhido o bobo da festa; 2- Prá variar vai chover este fim de semana; 3- Prá variar o minha linha telefônica caiu.
Bem, espero ser possível ter um esclarecimento de sua parte e desde já agradeço.
Nadir Tomasini Junior <tomasini*pas.matrix.com.br>, Passo Fundo, Apr 3, 98.
 
A: Prezado(a) Nadir,
Obrigado pela visita ao nosso site, pelos elogios, e disponha sempre que precisares.
As interpretações acima são as mais aproximadas que nos ocorreram.
Atenciosamente, Ricardo, Sophie & Meredith - EMB
Q #87: Prezado Ricardo,
Estou iniciando a atividade de coleta de informações a respeito de franquias na área de ensino de línguas estrangeiras. Ainda não consegui conhecer inteiramente o site de vocês, pois a quantidade de informações é muito grande. A princípio gostaria de parabenizá-los pelo trabalho de divulgação e pela seriedade que ele nos inspira.
Meu nome é Silvia Helena Rafani, moro na cidade de Campinas/SP. Sou formada em Letras (Magistério/Inglês) pela PUCCAMP. Durante pelo menos onze anos trabalhei com Importação/Exportação em multinacionais da região. Concluí meu curso universitário o ano passado e por alguns anos estudei também em escolas como Cultura Inglesa e Michigan. Junho próximo estarei indo para a Inglaterra para fazer intercâmbio e então prestar o FCE. Acho que demorei um pouco para iniciar esta atividade, mas sempre tive em mente que poderia "construir" a minha própria escola de línguas. Esta ideia foi ainda mais alimentada quando estava na faculdade, a partir do momento que conhecíamos pessoas ligadas a área de educação, as quais eram convidadas a ministrar palestras para os estudantes.
Eu na verdade gostaria de conhecer o sistema de franquia de vocês, se assim puder chamá-lo. Desde o funcionamento até as obrigações de ambas as partes (franqueador/franqueado). Gostaria de entender o que seria o "centro de convívio" que mencionam no site.
Silvia Rafani <rafani*bestway.com.br> Apr 1, 98.
 
A: Prezada Silvia,
Obrigado pela visita ao nosso site e desculpe a demora em responder. Estivemos ausentes por alguns dias viajando com um dos grupos de nosso centro de convívio.
O que oferecemos é um plano de consultoria de baixo custo, regulado por contratos de seis ou doze meses de duração, que podem ser renovados ou cancelados a qualquer momento, dependendo da vontade das partes. Através desse plano fornecemos todo apoio e conhecimento necessários para a organização e manutenção de um centro de convívio e intercâmbio cultural igual ao nosso.
Nossos centros de convívio são associações de pessoas de diferentes nacionalidades com interesses comuns em línguas e culturas. A ideia é a de criar grupos de pessoas com matching interests. No caso específico daqueles interessados em inglês, eles participam de encontros informais com estrangeiros de países de língua inglesa, native speakers portanto, os quais por sua vez têm interesse em travar relacionamentos e dessa forma melhor integrar-se à sociedade brasileira. Criamos assim ambientes naturais de interação social - the perfect environment for language acquisition (leia mais sobre isso aqui).
A diferença entre o plano de consultoria de nossos patrocinadores e as franquias existentes, é que eles oferecem conhecimento e experiência, e não um pacote didático rotulado por uma marca que depende fundamentalmente de verbas publicitárias para ser mantido e comercializado. Nossos patrocinadores têm uma preocupação mais acadêmica do que comercial. Proporcionam ao associado autonomia e permitem independência a qualquer momento. É um projeto mais barato e economicamente mais viável, mas que pressupõe que o associado tenha plena competência linguística, de preferência um nível de inglês equivalente a TOEFL 600+ e alguma formação em TESL. A propósito, é nossa opinião que se escolas de línguas estivessem sempre em mãos de que tem competência linguística e não em mãos de investidores oportunistas, a eficácia do ensino de línguas no Brasil seria muito superior.
Os associados também recebem agenciamentos com escolas de ESL no exterior e com a Universidade de Wisconsin. Veja nossas páginas:
BILC - England
University of Wisconsin-Stevens Point (ESL Department)
Bronte Language Centre - Canada
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Q #86: Prezado Ricardo,
Com relação ao assunto de franquias, saliento que existem certas franquias, como por exemplo ......, ......, ...., .... (são as mais conhecidas em São Paulo) que fornecem material didático completo aos franqueados, desde livros até modelos de conduta de professores em sala de aula. Há alguns meses dei aula em uma escola de línguas de médio porte em Campinas. A escola possuía seus próprios livros didáticos, mas eu constantemente levava material extra que eu mesma preparava. Acho isto muito prazeroso. Talvez seja muito mais cômoda a adoção de livros didáticos importados. Gostaria de saber a opinião de vocês a respeito disso. Agradeceria imensamente se pudessem respondê-lo. A opinião e as informações de vocês me seriam de grande valia.
Grande abraço,
Silvia Rafani <rafani*bestway.com.br> Apr 1, 98.
 
A: Com relação a materiais de ensino, eles estão para o instrutor de línguas estrangeiras assim como as chuteiras estão para o jogador de futebol. O bom jogador joga bem com qualquer chuteira no pé. A chuteira pode até causar-lhe um certo desconforto, mas nem por isso ele deixará de jogar bem.
No aprendizado de línguas estrangeiras o essencial é o contato humano. Portanto, tudo depende do instrutor e do aluno, e não do método, nem dos materiais, e muito menos do nome da escola. Leia mais sobre esse assunto aqui..
Quanto a modelos de conduta em sala de aula (não esqueçamos também a padronização arquitetônica das fachadas das lojas franqueadas), é nossa opinião tratar-se de itens supérfluos. Eu lhe pergunto se essas escolas citadas por você não preconizam também a padronização do pensamento dos alunos para que eles não sintam necessidade de estruturas ou expressões outras que não as dos Livros 1, 2 e 3 ...
Isso explica o fato de você ter encontrado prazer em desviar-se da conduta pré-estabelecida. E certamente os alunos encontraram maior satisfação ainda.
Piaget e Vygotsky, pais da psicologia cognitiva contemporânea, enfatizam que conhecimento é construído em ambientes naturais de interação social, estruturados culturalmente. Cada aluno constrói seu próprio aprendizado num processo de dentro para fora baseado em experiências de fundo psicológico. Chomsky enfatiza que linguagem humana é criativa por natureza (não padronizada). Que o ser humano tem a capacidade de produzir e interpretar um número infinito de frases nunca antes produzidas. Krashen, por seu turno, conclui que o ensino de línguas eficiente não é aquele que depende de receitas didáticas em pacote ou que busca apoio de equipamentos caros, mas sim aquele que explora a habilidade do instrutor em criar situações de comunicação autêntica, dentro ou fora de uma sala de aula.
 
Obrigado pela sua participação e disponha sempre do nosso web site. Ficarei aguardando comentários.
Atenciosamente, Ricardo
Q #85: Convivência x materiais
Senhores, Estou de mudança para o exterior, mas minha família não fala inglês. Meus filhos têm entre 11 e 14 anos. Gostaria de adquirir algo que permitisse o estudo auto-didático lá fora. Há muitos cursos no mercado, porém gostaria de uma indicação de gente que realmente entenda de todos os aspectos envolvidos, e não só o comercial. Poderiam ajudar-me?
Benedito Soares <kennedy*escelsa.com.br> Mar 26, 98.
 
A: Prezado Benedito,
Crianças constroem seu próprio aprendizado a partir de situações reais. Têm portanto mais resistência ao aprendizado artificial e dirigido do que adultos. Elas só procuram assimilar e fazer uso da língua estran­geira em situações de autêntica necessidade. Ao invés de planos e materiais didáticos, a criança (mais do que o adulto) precisa de contato humano e nada mais.
Presumo que vocês vão residir em país de língua inglesa, e por um período de um ano ou mais. Presumo também que você vai matricular seus filhos numa escola de segundo grau de lá. Se este for o caso, você não precisa se preocupar antecipadamente com o aprendizado da língua inglesa por parte de seus filhos. Quando lá chegarem, assimilarão completamente a língua e a cultura de forma natural em menos de um ano. Passarão por um choque inicial durante 2 ou 3 meses, durante os quais ninguém precisa se preocupar; estarão plenamente entrosados com o novo ambiente (amizades, etc.) em mais ou menos 4 ou 6 meses; e estarão falando inglês sem sotaque em aproximadamente 1 ano ou pouco mais. Você não vai precisar gastar nem um tostão. Seus filhos vão aprender mais brincando com o vizinho do que estudando em casa com o melhor e mais caro conjunto de materiais didáticos que eu pudesse lhe recomendar. Sabe-se hoje que, principalmente no caso de jovens, a assimilação natural do idioma é mais do que 99% responsável pelo êxito, do que o estudo formal que proporciona conhecimento a respeito do idioma. Veja mais sobre este assunto na nossas páginas:
O Aprendizado de Crianças,
O que Significa Aprender Inglês? e
O Aprendizado de Línguas ao Longo de um Século.
Atenciosamente, Ricardo
Q #84: Olá Ricardo,
Me chamo Rogério Rezende, vocês já esclareceram algumas dúvidas que tive, e por isso sou muito agradecido. Estou enfrentando um problema e gostaria que me ajudasse. Faço inglês na POLI-USP aos sábados (estudo à noite), e agora fui para o Intermediate-I, mas eles só fecham turmas a partir desse estágio durante a semana. Ou seja, terei de parar de estudar ou entrar em outra escola. Fiz exames no Cultura Inglesa e União Brasil Estados Unidos, fiquei espantado com os preços que vão de R$680 a R$830 o semestre, o preço na POLI era 340. Então pensei em estudar por conta e talvez até tomar aulas com prof. particular. Usaria livros, filmes, fitas, internet... Na POLI estudava pra valer durante a semana e tirava minhas dúvidas aos sábados. Agora esse contato com estrangeiros vai faltar. Possuo os livros English Streamline da Oxford, e os Blueprint 1, 2 e um Choice Intermediate. Pena que não haja uma S&K aqui em São Paulo. Assim, gostaria que me indicasse livros, e sobre o que devo fazer para que não esqueça o que aprendi.
Rogerio Resende <RogerioR*bf.com.br> Mar 8, 98.
 
A: Prezado Rogério,
Nada substitui o contato humano em aprendizado de línguas. Nós aqui acreditamos mais naquilo que Stephen Krashen define como language acquisition e menos em language learning. Sabemos que línguas estrangeiras não são ciências exatas e lógicas, que possam ser "estudadas", mas sim habilidades desenvolvidas e assimiladas na prática e no contato com native speakers, autênticos representantes da língua e da cultura. Esqueça a gramática e os livros, principalmente aqueles de cursinhos tipo Livro 1, Livro 2. Não é por esse caminho que passa o verdadeiro e completo aprendizado da língua. Procure um instrutor competente. Veja mais sobre o assunto em nossas páginas:
O que é aprender inglês
Como escolher uma escola de inglês
Aprendizado de línguas (retrospectiva)
A teoria de Stephen Krashen
Language Acquisition x Language Learning
A psycholinguistic approach
José Carlos e o ensino de línguas no Brasil
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #83: Em primeiro lugar parabenizo-vos pela exelente utilização dos meios eletrônicos, tornando a Internet não apenas atraente, mas realmente útil. Em meu trabalho às vezes necessito dialogar em inglês com um britânico. Outro dia fizemos uma confraternização (churrasquinho) e ele perguntou-me o que era aquele pó no prato do salsichão (referia-se à farinha de mandioca). Fiquei devendo esta e ainda estou. Se puderem me ajudar, agradecemos. Bye.
Silvio Martins <smartins*infoway.com.br> Feb 25, 98
 
A: Prezado Sílvio,
Você pode explicar que trata-se de starch obtained from yuca or cassava. Pode denominá-la de yuca flour ou yuca meal. Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #82: Hi, estudo inglês há 2 anos mas tenho o conhecimento equivalente a um aluno que estudou 4, intermediário, vocabulário de aproximadamente 2000 palavras, entendo o sentido das conversas. Tenho intenção de me tornar um professor. Se eu for aos EUA unicamente para estudar durante 3 ou 4 meses, o investimento compensa? Pessoas dizem que você volta praticamente fluente. Será mesmo? Qual a diferença entre estudar lá e aqui? Dizem que um mês lá corresponde a 6 aqui. Estou tentando esta resposta há bastante tempo, se puderem me ajudar, ficarei extremamente agradecido. Parabéns pela home page. "DIG" <dig*net21.com.br> Feb 24, 98
 
A: Sem dúvida, nada substitui a experiência de viagem e de convívio em país de língua inglesa. Plena competência linguística depende também de competência cultural. São dois aspectos interligados. Você precisa conhecer a maneira como agem e pensam aqueles que representam a cultura do país cuja língua você está aprendendo. Não se trata apenas de formas linguísticas, mas de todo um conjunto de atitudes em sociedade que influenciam a maneira de pensar, de interpretar fatos e de interagir. Três ou quatro meses, entretanto, me parece pouco. Se você pretende tornar-se instrutor de inglês, o ideal seria que fosse mais de um ano, e que procurasses fazer um TESL Certification, cursos de normalmente um semestre que ensinam como ensinar inglês a pessoas que não falam inglês como língua materna. Veja também Fluência em Inglês: aqui ou no Exterior?
Quanto a estudar aqui ou no exterior, depende de onde e com quem você estuda. Veja nossa página Como Escolher um Curso de Inglês sobre qualificações de escolas e de instrutores de inglês.
Atenciosamente, Ricardo
Q #81: Tenho dúvidas sobre o uso de person e people. Person seria uma pessoa, agora se estou me referindo a duas ou mais pessoas conhecidas? Seria: I gave a chocolate to two persons friends of mine. Ou seria: I gave a chocolate to two people friends of mine. Sempre entendi que peolpe seria povo, no sentido de pessoas genéricas, sem vínculo com quem fala. Ou seja, existe persons no plural? Rolf Arno Alrutz <rolf*plug-in.com.br> Feb 23, 98
 
A: A palavra people tem ambos os sentidos: o de povo (nação) e de pessoas. Portanto, na prática, people é o plural de person. Person não é normalmente usado no plural. Ex: There is a person in the room. / There are two people in the room.
Uma das raras ocorrências da palavra persons é em contextos jurídicos. Ex: The missing persons file.
No seu exemplo, eu diria: I gave two friends of mine some chocolate.
Atenciosamente, Ricardo
Q #80: make, do ou take a test?
1) Quando desejo dizer que fui fazer um teste de direção ou um teste de português, no sentido de eu responder ao teste ou estar sendo examinado: Qual a forma correta? I do a test ou I make a test? 2) E se eu elaborar o teste para outras pessoas responderem? Rolf Arno Alrutz <rolf*plug-in.com.br> Feb 23, 98
 
A: Prezado Rolf,
O verbo fazer do português funciona como coringa, isto é, desempenha um grande número de funções, cobrindo uma área de significado muito grande e não possuindo portanto um significado claro e preciso. É fácil de se imaginar o que acontece quando transpomos essas ideias para outra língua.
            Fazer um teste (ser avaliado) = Take a test. (Para alguns falantes nativos "do a test" também é aceitável)
            Fazer um teste (criar as perguntas) = Make a test ou write a test.
            Fiz um exame e me saí bem. = I took an exam and did well.
Veja também Make, Do, Take & Get.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q #79: professor nativo ou não-nativo?
Ricardo! "Um bom instrutor não precisa ser nativo, mas se for, melhor." Todos os nativos e a maioria daqueles que tinham experiência no exterior foram profissionalmente fracassados como professores na escola onde fiz o meu curso. Acho que não é bem assim como vocês colocam o que é um bom instrutor. E concordo plenamente com Viviane Carvalho/ 24.Jan.98. Gostaria de parabenizá-los por seu site que é sem dúvida o melhor!! Abraços. Adriana Scarpari - SP <adriana.scarpari*merconet.com.br> Feb 11, 98
 
A: Prezada Adriana,
Obrigado pela visita ao nosso site e pelo elogio.
Em primeiro lugar, eu gostaria de lembrar que ser ou não ser nativo seria uma generalização um tanto excessiva. Seria como dizer que todas as pessoas altas que jogaram no nosso time de basquete não deram certo, portanto os altos não são bons jogadores e os baixos todos são. É claro que ser alto é um pré-requisito importante, mas não é tudo. Assim como também nada impede uma pessoa de baixa estatura tornar-se um bom jogador. Eu próprio sou brasileiro, nascido e criado no Brasil, nonnative em inglês e, permitindo-me deixar a modéstia de lado, reconhecido como bom professor de inglês.

Quando falamos em nativos, talvez devêssemos dizer professores nativos, o que pressupõe outras habilidades além da fundamental que é falar a língua como língua mãe.

Além de plena competência linguística e cultural, e de qualificação acadêmica, existem certas características de personalidade e habilidades no plano psicológico também altamente desejáveis. O bom instrutor de línguas é aquele que desenvolve autoestima e autoconfiança no aluno. É aquele que se coloca num plano de igualdade e não de superioridade. É aquele que explora o plano afetivo. O bom instrutor é aquele que vê a realidade pela ótica do aluno. É aquele que se projeta dentro do aluno; que em vez de livros e fitas, explora os pensamentos do aluno, seus valores e suas verdades, mesmo os mais íntimos, e ajuda o aluno a traduzi-los em linguagem correta e elegante. É aquele que apresenta a língua na sua finalidade prática como meio de expressão, servindo ao aluno, e não levando o aluno a dobrar-se às regras e irregularidades da língua.

Em segundo lugar, provavelmente a escola onde fizeste o teu curso enfatiza language learning em vez de language acquisition.

A distinção entre learning e acquisition é uma das hipóteses (a mais importante) estabelecidas por Stephen Krashen em sua amplamente aceita e respeitada teoria sobre aprendizado de línguas estrangeiras.

O conceito de language learning está ligado à abordagem tradicional ao ensino de línguas. Refere-se ao entendimento pelo aluno da estrutura e das regras do idioma através de esforço intelectual e de sua capacidade dedutivo-lógica. É um processo progressivo e cumulativo através do qual busca-se proporcionar ao aluno um acúmulo de informações a respeito do idioma, o qual espera-se venha a se transformar na habilidade de entender e falar o idioma estrangeiro.

Language acquisition refere-se ao processo de assimilação subconsciente, natural, indutivo, fruto de situações reais de interação humana, semelhante ao proceso de assimilação da língua materna pelas crianças; processo esse que produz habilidade funcional e não necessariamente conhecimento.

Estabelecida claramente esta distinção, Krashen sustenta que acquisition é mais importante do que learning para o ensino de línguas, mas que este maior grau de importância pode variar de pessoa para pessoa. Diferenças de idade, de personalidade, e diferenças culturais vão afetar essa relação de importância entre acquisition e learning, e a nossa experiência tem demosntrado que são os alunos com talento os que mais se beneficiam da abordagem voltada a language acquisition. Krashen conclui também que o ensino de línguas eficiente não é aquele atrelado a um pacote didático predeterminado nem aquele que utiliza modernos recursos tecnológicos, mas sim aquele que explora as habilidades pessoais do instrutor em criar situações de comunicação real voltadas às áreas de interesse do aluno (learner-centered activities).
 
O que defendemos, é uma ênfase em language acquisition, sem neglicenciar language learning. Aos native speakers deve ficar a responsabilidade de conduzir os encontros de maneira a envolverem-se com os brasileiros pessoalmente, discutindo diferenças culturais, proporcionando-lhes comprehensible input, criando situações para que ocorra acquisition. Em paralelo (no caso da escola patrocinadora deste site), um professor brasileiro (mestrado em TESL e TOEFL 630) está semanalmente à disposição de todos alunos para aulas complementares de orientação pedagógica, gramatical e esclarecimentos sobre dificuldades encontradas nos encontros de conversação. Discute-se fonologia, vocabulário e estruturação gramatical do inglês, tudo sob a luz da linguística comparada, proporcionando dessa forma language learning, ou seja, conhecimento a respeito do idioma, para aqueles que disto se beneficiam.
 
Nessa função de professor que transmite conhecimento ao aluno a respeito do idioma, um nonnative bem preparado leva vantagem. Entretanto, na função de agente cultural e parceiro do aluno no esforço de vencer os obstáculos naturais de comunicação, proporcionando good-quality input, o native speaker bem conscientizado do seu papel é indiscutivelmente superior.
 
Obrigado pela sua participação e pelo estímulo. Ficaremos aguardando sua resposta.
Atenciosamente, Ricardo - EMB
Q #78: Lendo textos em inglês sempre encontramos a expressão "...NO LONGER...". Gostaria de saber quando devemos usá-la e se é muito usada no cotidiano.
Obrigado. Rogério Rezende <RogerioR*bf.com.br>. Feb 11, 98
 
A: Prezado Rogério,
Obrigado pela visita ao nosso site. No longer ... é uma forma mais formal que predomina em linguagem escrita, e que corresponde ao mais coloquial: not ... any more.
Atenciosamente, Ricardo e Sophie
Q #77: Hello! My name is Fernanda Santana Pereira. I am a graduated student and I'd like that you send adresses of Internet sites for students of English, if possible. Thank you very much. Faver <Faver*cpunet.com.br>. Feb 10, 98
 
A: Hi Fernanda,
Thank you for visiting our web site and sorry for the delay in replying.
There are thousands of Internet sites related to ESL. If you use any of the search engines like AltaVista or Yahoo, and type ESL, or EFL, or English study, or any other combination of context-related words, you'll find a huge quantity of sites. One very special site that I recommend is Dave's ESL Cafe <http://www.pacificnet.net/~sperling/eslcafe.html>. If you are a Brazilian, native speaker of Portuguese, I recommend you our own site <http://www.sk.com.br/sk.html>, which includes a wealth of teaching materials based on contrastive linguistics. In one of our pages <http://www.sk.com.br/sk-wrlab.html> you'll find several links to writing clinics of different American universities.
Good luck and feel free to contact us again if you have any further questions.
Regards, Ricardo
Q #76: Gostaria de saber qual a diferença entre BESIDE e BESIDES e, em quais situações devemos usar um ou outro? Rogério Rezende <RogerioR*bf.com.br>. Feb 9, 1998
 
 A: Prezado Rogério,
Obrigado pela visita ao nosso site e desculpa a demora em responder.
Beside pode ser advérbio e preposição, e significa: ao lado, ao lado de, junto de, do lado. Transmite uma ideia de lugar.
Besides também pode ser advérbio e preposição, e significa: além disso, ademais, outrossim, além de.
Embora seja possível a ocorrência de beside como sinônimo de besides, isto não é comum e não soa bem aos ouvidos de native speakers.
Atenciosamente, Ricardo
Q #75: Por favor, qual o significado da frase "hanky panky" (está na letra da música Barbie) e não consigo localizar em nenhum dicionário. Ficaria muito grato pela resposta. Jairo <jairo*mymail.com.br> Brasília, Jan 29, 1998
 
 A: Prezado Jairo,
Obrigado pela visita ao nosso site.
Atenciosamente, Ricardo, Sophie e Meredith - EMB
Q #74: Olá Ricardo! Espero que entenda Português (lógico que sim!!). Tenho 21 anos de idade, 3 anos de experiência no ensino de idiomas (TOEFL 600) e as afirmações que vc faz no seu texto me deixaram intrigada. Nunca morei em país de língua inglesa, tudo aquilo que sei aprendi aqui. Vc realmente acha ser necessária a vivência no exterior para fazer um bom instrutor de idiomas? Conheço vários docentes que tem um ótimo conhecimento do inglês, ótima didática, pronúncia, etc e que nunca moraram fora. Vc somente contrata native speakers para a sua escola? Será que não seria o caso de valorizar o "produto nacional"?? Espero que possamos trocar ideias sobre alguns pontos e sobre essa paixão que temos em comum: o inglês!!! desde já grata, Viviane Carvalho <viviane*regra.com.br> Jan 24, 1998.
 
A: Prezada Viviane:
Obrigado pela visita ao nosso site. Eu também sou brasileiro, considerado um bom professor de inglês, responsável pela orientação pedagógica, pelas aulas de linguística comparada e pela orientação quanto à metodologias de aprendizado da escola que nos patrocina. Se deres uma olhada na nossa página O que é um bom instrutor, terás uma ideia mais precisa do que consideramos um bom instrutor.
Com relação a ser ou não ser native speaker, vários autores já se referiram sobre a superioridade dos mesmos como instrutores de língua estrangeira. Leia por exemplo:
Hammerly, Hector. Fluency and Accuracy. Clevedon, England: Multilingual Matters, 1991.
Nas páginas 48 e 84 Hammerly faz interessantes observações sobre a questão. Entretanto, se tua habilidade em inglês equivale a TOEFL 600, já tens uma das qualificações fundamentais para te tornares uma boa professora de ESL.
Tudo depende muito também da abordagem ao ensino da língua que for usada. Observa que a abordagem por nós preconizada enfatiza mais o contato humano do que o plano didático. Acreditamos mais em language acquisition do que em language learning (Krashen). Em vez de sala de aula, professor e aluno, criamos centros de convívio que proporcionam ao aluno uma experiência muito parecida com a que ele teria se participasse de um programa de intercâmbio cultural no exterior. Em vez se seguir uma receita pronta, em vez de trabalhar em cima de um plano didático preestabelecido e sequencial, trabalhamos no plano psicológico, adaptando conteúdos e didática sob-medida, de acordo com as necessidades e interesses de cada grupo. Este tipo de abordagem exige mais versatilidade e naturalidade com a língua, e mais competência cultural do que abordagens tradicionais. No mundo globalizado de hoje, o futuro do ensino de línguas está nos programas de intercâmbio entre brasileiros e estrangeios, nos ambientes multiculturais, tanto aqui como no exterior, através de convênios com escolas e universidades do exterior.
Atenciosamente, Ricardo
Q #73: Gotta, gonna, wanna.
Parabéns pelo site, achei muito interessante! Sou de São Paulo e gostaria de saber o significado e onde posso usar "gotta", "gonna", "wanna". Vejo isso em muitas letras de músicas e perguntando a uma professora de inglês, ela não soube me responder, disse que pode ser algum tipo de gíria. Agradeço desde já! Aline <lica*mandic.com.br> Jan 20, 1998.
 
A: Prezada Aline,
As três formas citadas são contrações do tipo "Tá bom" para "Está bom", em português. Trata-se de formas do idioma falado reproduzidas ortograficamente.
Atenciosamente, Ricardo
Q #72: Hello!!! I'd like a picture of you or yours? Adriana Scarpari <adriana.scarpari*merconet.com.br> Jan 21, 98
 
A: Prezada Adriana,
A picture of you significa que a pessoa aparece na foto, enquanto que a picture of yours significa apenas que a foto pertence à pessoa, não necessariamente com a pessoa aparecendo nela. Se usássemos o nome da pessoa em vez do pronome you, as frases ficariam assim: A picture of John e a picture of John's.
Atenciosamente, Ricardo
Q#71: Queria perguntar sobre uma das respostas (a de número 11) que vocês deram a um dos usuários sobre usar in ou on na frase "I'm sitting ____ an armchair.". Vocês responderam que não há o certo e o errado, comparando a uma frase em português "Vou no cinema" ou "Vou ao cinema". E que a vocês soaria melhor o in. Em primeiro lugar queria dizer que aprendi diferente mas também não sei se está correto, apenas me parece mais lógico o uso do on, pois a pessoa se senta "sobre", "na" poltrona. Daí, a explicação in não teria muita lógica, a menos no caso do outro exemplo que vocês deram a outro usuário, dizendo que depende da cadeira que você usa; se for uma bem fofa, em que você afunda, o mais certo seria o uso do in porque dá a ideia de que quem senta nela está quase "dentro" da mesma. Quanto ao português, tenho que discordar propriamente, pois está em desacordo com as regras gramaticais dizer "vou no cinema". Porque no não dá sentido de direção, mas sim de repouso. Você "fica no cinema". Mas "vai ao cinema". E a lógica disso não pode ser camuflada com a desculpa de que os falantes dizem da primeira forma, e que não há certo ou errado, mas sim usual e não usual. Se você quer realmente aprender as regras gramaticais, tem que tentar segui-las. Isso não significa que você deve se tornar um chato e ficar corrigindo todos numa festa, por exemplo. Mas que, mesmo quando cometer uma desregra na gramática, tenha consciência de que o está fazendo. Porque se não houvesse o certo e o errado gramaticalmente, não haveria gramática. Desculpem, não estou criticando ou querendo dizer que não falo em desacordo com a gramática, só estou querendo dizer que as regras existem, e se existem devem ter uma utilidade, mesmo que não sejam bem-quistas ou que muitos não as respeitem, em certos casos dependemos muito delas, como por exemplo quando procuramos um emprego, quando entramos numa faculdade, ou elaboramos um trabalho acadêmico. Uma vez, numa aula de gramática da língua grega na faculdade, o meu mestre, professor Henrique, disse que a língua portuguesa apresentava muitas regras absurdas, cujos falantes da língua não usavam ou nem mesmo conheciam a utilidade, e que precisávamos de uma revisão, uma mudança urgente. Eu concordo, porém não posso rejeitar o fato de que as regras gramaticais devem ser cumpridas. Portanto, em relação a classificar em "usual" e "não-usual" trata-se de uma explicação para o uso da língua coloquial. Não podemos simplesmente utilizar "Nossa empresa irá na conferência da semana que vem" numa carta comercial, somente porque as pessoas falam mais assim. Obrigada e perdão por qualquer mal entendido. Ah, por favor, não esqueçam da minha questão inicial. Grata. Eliana C.Ricca, São Paulo - SP <ncash*sti.com.br> Jan 20, 98.
 
A: Prezada Eliana,
Permita-me um comentário antes da resposta: Ah, que bom seria se as línguas tivessem lógica. Agora a resposta: Consultei três native speakers, um britânico de 23 anos e dois norte-americanos, um de 28 anos da costa oeste e outro de 23 anos da costa leste, todos com formação universitária completa. Os três foram unânimes na seguinte resposta: - I would say in. Porém on não soa ungrammatical, apenas unusual. Um Canadense mais tarde acrescentou: - The two sentences have distinct meanings. Sitting 'on' the armchair means sitting on the back or arm of the chair, in other words not the usual manner of using the armchair. Sitting 'in' the armchair means sitting normally, on the cushion of the armchair. Todos concordaram com a colocação.
 
Quanto a seu posicionamento concernente a linguística, ele está de acordo com a teoria chamada de linguística normativa, ou prescritiva. Como o próprio nome define, a gramática prescritiva é uma tentativa de estabelecer um ordenamento lógico em um determinado idioma e definir normas que vão determinar o que é apropriado no uso desse idioma. Daí surge a noção de certo e errado. Aquilo que não estiver de acordo com as normas, com as regras gramaticais, é classificado como errado. Esta foi a teoria linguística predominante desde meados do século 18 até o início deste século, e ainda encontrada no currículo de muitas escolas hoje.
 
A partir das décadas de 1920 e 1930, a teoria do estruturalismo (Ferdinand de Saussure na Europa e Leonard Bloomfield nos EUA) em linguística passou a questionar a visão prescritiva. No estruturalismo, o fenômeno existente é o ponto de partida. Observar o fenômeno da linguagem existente e descrevê-lo passou a ser mais importante do que prescrever como esse fenômeno deveria ser.
 
Nos anos 60, a partir do trabalho do norte-americano Noam Chomsky, a teoria linguística transformacional-gerativa revolucionou conceitos e trouxe um elemento novo: o de que a linguagem humana é criativa, e de que a capacidade (competence) de um native speaker com bom grau de instrução, através da qual ele consegue produzir um número ilimitado de frases, é que determina a "gramaticalidade" ou a "aceitabilidade" da língua.
 
Por um lado, a nova gramática transformacional-gerativa representou um movimento de oposição ao então predominante estruturalismo, mas por outro lado ambos se opõe radicalmente à rigidez da linguística prescritiva. Isto coloca o estudo da gramática, quanto a seu aspecto funcional, no papel de descritiva e não normativa. Levando nosso raciocínio ao extremo, poderíamos dizer que, se gramática fosse normativa ou prescritiva, deveríamos voltar a usar o latim vulgar. Talvez nosso exemplo (Vou ao/no cinema) não tenha sido feliz. O fato é que regras gramaticais são úteis se dinâmicas; se relativas e não absolutas. Devem acompanhar com agilidade as transformações que inexoravelmente ocorrem em todos os idiomas, ao sabor de fenômenos econômicos, sociais, culturais, etc.
 
Este é um assunto não apenas polêmico, mas também complexo e inesgotável. Ficamos por aqui e nos desculpamos pela demora em responder. Esta demora foi causada pela inteligência de sua intervenção, a qual exigiu mais esforço de nossa parte. Obrigado pelo estímulo.
Atenciosamente, Ricardo
Q #70: Por favor, gostaria de saber tudo sobre como se usam as palavras "either", "neither" e "nor". Se não for muito incômodo. Já procurei na Internet, mas só existem alguns exemplos, os quais não foram suficientes para elucidar minha dúvida. Obrigada. Eliana Ricca - S.Paulo/SP <ncash*sti.com.br> Jan 20, 98.
 
A: Prezada Eliana,
Quanto à categoria léxica em que either, neither e nor podem cair normalmente, a situação é a seguinte:
Either can be adjective, pronoun, conjunction, and adverb:
      adj: There are trees on either side of the street.
      pron: Do you want coffe or tea? Either one.
      conj: A statement is either true or false.
Neither can be adjective, pronoun, and conjunction:
      adj: On neither side of the street are there any trees.
      pron: He made two suggestions and neither was accepted. / Neither of the students has failed.
      conj: You didn't do it, neither did I.
Nor can be only a conjunction:
      conj: Neither here nor there.
Nor aparece predominantemente com paired conjunction de neither, como no exemplo acima.
Veja aqui outros exemplos: Neither my brother nor my sister is here. / Neither my sister nor my parents are here. / That book is neither interesting nor accurate. / He has neither a pen nor paper. / He can neither read nor write.
Pode entretanto aparecer também isoladamente, embora não seja esta uma ocorrência muito comum.
Ex: He couldn't speak, nor could he walk.
Quanto à função sintática dessas palavras, parece-me interessante fazer as seguintes observações:
1) Either + verbo negativo pode substituir neither + verbo afirmativo, exceto nos casos em que neither (pronome) esteja na função de sujeito.
2) Either ... or + verbo negativo pode substituir neither ... nor exceto quando neither ... nor for sujeito.
3) Embora either não possa ocorrer como sujeito de um verbo negativo, pode ocorrer como sujeito ou objeto de verbos afirmativos ou interrogativos.
Abraços,
Ricardo - EMB

PERGUNTAS & RESPOSTAS:
ÍNDICE
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JULHO - DEZEMBRO 2004  |  JANEIRO - JUNHO 2004
JULHO - DEZEMBRO 2003  |  ABRIL - JUNHO 2003
JANEIRO - MARÇO 2003  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 2002
JULHO - SETEMBRO 2002  |  ABRIL - JUNHO 2002
JANEIRO - MARÇO 2002  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 2001
JULHO - SETEMBRO 2001  |  ABRIL - JUNHO 2001
JANEIRO - MARÇO 2001  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 2000
JULHO - SETEMBRO 2000  |  ABRIL - JUNHO 2000
JANEIRO - MARÇO 2000  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 99
JULHO - SETEMBRO 99  |  ABRIL - JUNHO 99
JANEIRO - MARÇO 99  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 98
JULHO - SETEMBRO 98  |  JANEIRO - JUNHO 98
MARÇO - DEZEMBRO 97  |  SETEMBRO 96 - MARÇO 97

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