English Made in Brazil
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ARQUIVO 22  -  PERGUNTAS  E  RESPOSTAS  DE  JANEIRO A MARÇO 2003

Este foro é aberto ao público. Todos são convidados a perguntar, questionar, divergir, opinar, ou esclarecer. Mande suas consultas e opiniões para um dos endereços abaixo e nós responderemos com a maior brevidade possível. As mensagens de interesse geral, juntamente com as respostas, serão publicadas com o nome do autor. Respostas já publicadas podem sofrer revisões.

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Q#514: Como evitar indisciplina na sala de aula
Prezado Ricardo,
Sou professora de inglês de 5 a 8 séries do ensino fundamental do município do Rio de Janeiro. Sou novata nesta profissão, sendo esta a minha segunda semana de trabalho na escola.
Este site caiu do céu, justamente quando eu estava refletindo sobre como tornar as minhas aulas mais atrativas para os alunos. No momento encontro dificuldades para conseguir que os alunos sejam disciplinados. Logo quando eu entro em sala, parece que nem percebem a minha presença, pois continuam travando conversas e brincadeiras entre si. O pior mesmo é durante a aula propriamente dita quando tento em vão que todos permaneçam em silêncio e se mantenham atentos à explicação. Invariavelmente volto para casa quase sem voz, com o corpo dolorido pela tensão e com muita dor de cabeça. E o que é pior, sinto-me frustrada por não conseguir cumprir o plano de curso.
Ficaria imensamente grata se você pudesse me orientar com relação a este problema.
Atenciosamente, Maria Helena Bensabat Pinto <helena.bensabat*uol.com.br> Mar 25, 03
Prezada Maria Helena,
Uma das principais razões de seu problema é provavelmente o número excessivo de alunos na sala de aula. Trabalhar com mais de 15 jovens numa sala de aula para o ensino de uma língua estrangeira é praticamente perda de tempo, principalmente se eles já adquiriram o hábito de serem indisciplinados.

TAMANHO DO GRUPO
Assim sendo, o primeiro passo seria dividir o grupo em grupos menores de 6 ou de no máximo 12 alunos. Não há como se criar um ambiente de língua estrangeira se aquele que a representa é absoluta minoria. Quanto menor o grupo, tanto mais fácil para o instrutor manter o controle e servir como vetor da língua estrangeira.

O INÍCIO É O MOMENTO CHAVE - COMECE COM FIRMEZA PARA AFROUXAR DEPOIS
Esse controle necessário para que o instrutor consiga fazer a língua-alvo prevalecer sobre a língua materna na sala de aula deve ser estabelecido logo no início, quando os relacionamentos começam e ser construídos e a química do grupo começa a ser definida. Em inglês diz-se: "An ounce of prevention is worth a pound of cure" (É melhor prevenir do que remediar.)

COMO SE IMPOR - DEFINA REGRAS CLARAS E RESPONSABILIDADES MÚTUAS
Para você se impor como líder do grupo e minimizar as probabilidades de ocorrerem desvios de conduta, você deverá estabelecer regras claras e definir as responsabilidades dos alunos e do professor. Exemplo de regras a serem estabelecidas de comum acordo e adotadas são:

Exemplo de responsabilidades do professor seria ocasionalmente produzir materiais e desenvolver atividades voltadas aos interesses dos alunos. Outra possível responsabilidade do professor poderia ser promover field trips fora da sala de aula, em visita por exemplo a um supermercado para identificar mercadorias com rótulos em inglês ou a uma banca de revistas para fazer um levantamento de publicações em inglês, etc. A definição clara das responsabilidades do professor facilita a negociação e a aceitação por parte dos alunos de suas responsabilidades.

Não se esqueça que crianças são por natureza limit-testers. Estão sempre testando os limites inerentes à cada ambiente e situação em que se encontram. Portanto, entenda que desvios de atitude na sala de aula são normais e não leve jamais para o plano pessoal. Mantenha-se fiel às regras, permitindo sempre que aquele que hoje testa os limites jogando contra possa amanhã se reintegrar ao time. Para manter o controle, você também terá que demosntrar ser um líder atento, observador, daqueles que sabe muito bem tudo que está acontecendo.

Existem inúmeras técnicas para lidar com cada tipo de desvio de comportamento de crianças e adolescentes em aulas de língua estrangeira, que podem ser estudadas e aplicadas. Mais importante do que isso entretanto é lembrar que não haverá nem controle nem eficácia num programa de língua estrangeira para jovens se o número de aprendizes por instrutor for maior do que 8 ou 12. Além disso, o êxito dependerá muito também das habilidades pessoais do instrutor.
Atenciosamente, Ricardo - EMB


Q#513: Como escolher um curso de inglês no Brasil
Olá, eu tenho 30 anos e sempre quis fazer um bom curso de inglês, comecei alguns com professores particulares nas empresas que trabalhei mas nunca consegui dar sequência nos estudos. Desde janeiro estou trabalhando numa empresa multinacional de informática, e o idioma agora virou item de sobrevivência para mim. Como você conhece vários cursos e escolas, gostaria que me recomendasse um, para que eu escolha pelo melhor, porque preciso aprender bem e em pouco tempo.
Onde eu posso acessar um ranking das melhores escolas?
Grato, Fernando Gabriel <fernando.gabriel*emeritis.com.br> Mar 24, 03
Prezado Fernando,
Não há ranking de escolas e não é o nome da escola que representa garantia de qualidade.
Existe hoje um grande número de cursos operando sob o mesmo nome, sob o sistema de franquia, que investem maciçamente em propaganda e que empregam professores que podem variar de bons a sofríveis. Ao colocar ênfase no plano didático, no livro, o sistema de franquia não apenas negligencia em parte os requisitos de qualidades pessoais do instrutor, como também limita a ação daquele instrutor que por ventura for competente.

Em paralelo aos cursos franquedos, estão começando a surgir hoje em significativos números escolas independentes, normalmente iniciativa de pessoas com competência própria, que dispensam a receita didática de um franqueador. Embora estas escolas independentes representem uma probabilidade maior de proporcionarem um aprendizado eficaz, não oferecem absolutamente garantia de qualidade.

Existem também nas cidades grandes os institutos binacionais. Estes possuem a tradição de se preocuparem mais com qualidade e aparentam ter maior seriedade e um objetivo menos comercial-expansivo. A maioria entretanto ainda utiliza uma metodologia convencional atrelada a um plano didático, e não mostram resultados surpreendentes.

A escolha de um bom programa não é fácil para aquele que não tem experiência no aprendizado de línguas. É por esta razão que criamos uma página sobre como escolher um bom programa de inglês.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#512: Como ensinar a meu filho o que já aprendi.
Caro Professor Ricardo,
Tenho dois filhos na idade de 10 e 8 anos, e gostaria de uma dica sua de como eu poderia ensinar alguma coisa (o básico) de inglês para eles, pois atualmente não tenho condições financeiras para ingressá-los em um curso de línguas. Sou estudante de inglês, estou começando o livro 9 (no cursinho que estudo são 10 livros no total), mas sinto muita dificuldade em entender e formar composições em inglês. Estou aprendendo muita coisa nova no seu site, que é maravilhoso.
Lindalva Cordeiro <LSilva*petroflex.com.br> Mar 20, 03
Prezada Lindalva,
Se você está num Livro 9 e ainda sente dificuldades em entender inglês, definitivamente está no curso errado. Provavelmente trata-se de um dos tantos cursos que enfatizam o estudo formal da língua, seguindo um plano didático inspirado em pontos gramaticais ou em repetição de frases descontextualizadas, e empregando instrutores que muitas vezes ou são proibidos ou não possuem a desenvoltura necessária para criar situações reais de comunicação com os alunos.

Quanto a ensinar seu filho, receio que será difícil além de não ser aconselhável.

É difícil porque a língua é uma parte importante do relacionamento entre duas pessoas. A língua que a criança fala faz parte do relacionamento que a criança mantém com cada pessoa em seu ambiente. A intimidade de um ambiente familiar tem uma identidade única, tornando-se difícil cair na artificialidade de uma língua estrangeira. O lar não consegue se transformar num ambiente múltiplo, caracterizado por diferentes línguas. A língua que a família usa é a língua que a criança assimilará. Entretanto, se o lar tiver nativos de diferentes idiomas e ambos usarem unicamente suas línguas com a criança, ela não vai confundir as línguas de cada um e assimilará ambas.

Portanto, para assimilar outras línguas, seus filhor terão que frequentar outros ambientes, travar novos relacionamentos. O caminho ideal é encontrar falantes nativos de inglês que venham a construir um relacionamento com sua filha, desde o início, em inglês e unicamente em inglês. A autenticidade do ambiente é o segredo. É o que em inglês se denomina OPOL (One Person, one language).

Não seria aconselhavel você ensinar seu filho porque se o instrutor ou aquele que serve de modelo para a criança tiver uma proficiência limitada, com sotaque e outros desvios que normalmente caracterizam aquele que não é nativo, todos esses desvios seriam transferidos à criança, podendo causar danos irreversíveis a seu potencial de assimilação. Seria como colocar a gema bruta nas mãos de um lapidador aprendiz. Seria equivalente também a ensinar um jovem aprendiz a tocar piano com um instrumento desafinado.

Atenciosamente,
Ricardo - EMB

Q#511: Telling the time
Oi, meu nome é Silvio e estou com uma dúvida:
É possível usar "a.m." ou "p.m." com a palavra "o'clock"?
Ex: It's five o'clock p.m
Eu aprendi que usamos um ou outro, mas vi esse exemplo no caderno do meu filho e gostaria de confirmar antes de mandar um recado para a escola. Obrigado pela atenção. Silvio Martins <silviomam*uol.com.br> Mar 17, 03
Prezado Silvio,
Você tem razão, dificilmente um falante nativo de inglês usaria ambas as palavras (o'clock e p.m.) juntas.
Ricardo, Eric (US), Linda (Canada), Jon (UK) - EMB

Q#510: Como corrigir uma pronúncia com desvios
Inicialmente, parabéns pelo site. Ele possui muita informação interessante, fantástico!
Faço inglês a dois anos e tenho vários problemas com pronúncia, que acredito ser em parte causados pelo inglês que tive no colegial, onde o principal enfoque era a compreensão de textos e acabei memorizando uma série de palavras com pronúncias "em português". Agora, após dois anos de curso de inglês com quatro horas semanais, ainda não consegui acertar minha pronúncia. As vezes, até mesmo uma palavra que eu já conheço a pronúncia correta, algumas vezes eu a pronuncio corretamente e em outras ocasiões a falo como se fosse em português, ou seja, parece que apesar de saber a pronúncia correta, a pronúncia errada continua interferindo e muitas vezes é ela a utilizada durante uma conversa. Gostaria de saber o que eu posso fazer para tentar corrigir esta falha.
Desde já agradeço a atenção.
Ricardo Capello <ricmc*ig.com.br> Mar 4, 03
Prezado Ricardo,
O seu caso ilustra muito bem uma das principais dificuldades da língua inglesa e um dos principais problemas no seu ensino: a acentuada falta de correlação entre ortografia e pronúncia. Muito se fala sobre esse tema e nós dedicamos a ele uma página em nosso site que você deve ler: A interferência da ortografia.

Devido a essa falta de correlação, o aprendizado de inglês nunca deve iniciar com textos escritos, mas sim com a língua na sua forma oral. Isto é, com a língua falada, e falada sem desvios. A importância desse aprendizado com os ouvidos e não com os olhos torna-se mais evidente ainda quando examinamos o grau de sinalização fonética do inglês, assunto que merece também destaque em nosso site e que você deve ler para entender a importância da conversação sobre o resto: Sinalização fonética.

O contato prematuro com o texto escrito, na ausência da pronúncia correta, desenvolve a familiaridade com a palavra escrita mas traz de carona uma suposta pronúncia assimilada subliminarmente, baseada nas regras de interpretação da língua mãe. Acho que aqui se aplicaria aquele ditado: pau que nasce torto, morre torto. Uma pronúncia assimilada com desvios traz sequelas para sempre. Em linguística, isso se chama fossilização.

Tudo isso também demonstra a importância de se ter um modelo de pronúncia sem desvios (de preferência nativo) no início do aprendizado, quando o aluno forma a matriz fonológica da língua. Você deve agora intensificar o contato com a língua falada, não abrir mão de modelos de pronúncia nativos e dirigir todos seus esforços para a reprodução da pronúncia correta.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#509: Ensino tradicional x ambientes multiculturais de convívio
1.Eu estudei inglês dois anos em cursinho e já estou estudando há três anos na faculdade de letras. Mas ainda tenho muita dificuldade na prática listening e speaking, já cheguei até a pensar que tenho algum bloqueio psicológico que dificulta meu aprenzidado pois não consigo falar com fluência, seria apenas a falta de mais prática.
2. Ouvir música em inglês acompanhando com a letra escrita, é bom para deselvolver o listening?
Zilmar Lima - Manaus - AM <zilima*bol.com.br> Feb 28, 02
Prezada Zilmar,
Suas dificuldades são muito comuns e evidenciam uma falha comum do ensino de línguas tradicional, aquele dos cursinhos e das faculdades de letras, um ensino enraizado na falsa e generalizada ideia de que podemos desenvolver proficiência, ou seja, habilidade prática e funcional, através do estudo formal. Este ensino de línguas neglicencia aspectos evidentes como o fato de que línguas são fundamentalmente fenômenos orais e que proficiência em inglês só se alcança em ambientas de língua e cultura inglesa, participando de situações reais de comunicação.

Portanto, você provavelmente não tem nenhum bloqueio psicológico e a solução para você vai um pouco além de apenas buscar mais prática. Você deve em primeiro lugar parar de gastar tempo e dinheiro no cursinho e, em segundo lugar, considerar abandonar o curso de letras, pelo menos enquanto não tiver alcançado fluência, que é o mais importante.

A melhor forma de se desenvolver a tão sonhada fluência é sempre através de vivência no exterior. Entretanto, não sendo isso possível, a segunda melhor alternativa é encontrar uma escola tipo "centro de convívio multicultural" que ofereça isso. Leia nossa página sobre como escolher um bom programa de inglês no Brasil. Uma iniciativa muito interessante, por exemplo, é a do English Club Brazil, um grupo de pessoas falantes nativas de inglês e brasileiros também falantes de inglês que reúnem-se informalmente no Finnegan's Pub, um bar na cidade de São Paulo. Infelizmente funcionou só até 2005.

Música em inglês, TV, filmes, closed caption, CD-ROM, são bons recursos, mas apenas como reforço, pois não há participação ativa sua em que você possa desenvolver a habilidade de transformar seus pensamentos em linguagem.

Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#508: Ever
Olá , meu nome é Sheila e sou professora de inglês da rede pública de ensino e particular. Gostaria de saber o uso do "ever" nas orações.
Desde já agradeço pela atenção. Sheila <claudiogoncalves*mapnet.com.br> Feb 28, 03
Prezada Sheila,
Ever é um advérbio que denota uma ideia de frequência indeterminada e que, quando comparado ao português, parece mostrar ambiguidade em seu significado. Veja os seguintes exemplos:
Nothing ever seemed to discourage her. - Nada parecia jamais desencorajá-la.
Don't you ever visit your parents? - Você nunca visita seus pais?
Do you ever drink milk? - Você costuma beber leite?
They felt better than ever before. - Eles se sentiram melhor do que jamais haviam se sentido antes.
It remains as popular as ever. - Isso continua popular como sempre.
They lived happily ever after. - Eles viveram felizes para sempre a partir de então.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#507: Talk to x talk with
Venho ensinando inglês para conversação e gostaria que o Sr. me explicasse a diferença entre talk to, speak to, talk with, speak with. Preciso explicar aos alunos e não saberia explicar com segurança a diferença. Penso que poderia dizer que se usamos talk to, significa uma conversa entre amigos, informal e talk with e speak with seria uma conversa quando um tópico será discutido. Por exemplo, conversar com o gerente do banco sobre um determinado assunto, uma reunião. Se eu estou enganada, gostaria de ser corrigida.
Agradeço antecipadamente, Fabiana Monteiro Franchi <phalas*bol.com.br> Feb 27, 03
Prezada Fabiana,
Não existe uma diferença clara entre talk to, speak to, talk with e speak with. Como você já percebeu, muitos falantes nativos preferem o uso da preposição "to" porque o uso da preposição "with" confere um tom mais formal e consequentemente um uso menos frequente. Já para outros falantes nativos o uso da preposição "to" pode trazer uma conotação de que uma pessoa tinha mais para dizer do que a outra.
Atenciosamente, Ricardo, Eric (EUA) e Linda (Canadá) - EMB

Q#506: Closed caption
Bom dia!
Gostei do muito site! Estava buscando informaçoes, sites de inglês, e numa dessas buscas encontrei vcs!:-) e numa outra busca encontrei um site onde dizia que a melhor maneira de se aprender inglês, é usando o closed caption, inclusive tem um depoimento lá, dizendo que a pessoa aprendeu inglês sem fazer curso algum, aprendeu usando closed caption. O que vcs acham disso?
Desde já obrigado! <Souzza02*aol.com> Feb 27, 03
Prezado Souza,
Closed caption é um ótimo recurso mas apenas como reforço. Para aprender inglês, é indispensável que você participe de situações reais de comunicação em ambientes da cultura estrangeira para desenvolver a habilidade criativa de transformar seus pensamentos em linguagem. Ao assistir filmes, você fica num papel apenas de observador e nunca de protagonista.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#505: Em defesa das franquias III
Prezados Profissionais da Equipe do English Made in Brazil,
Estou lendo aos poucos o site, porém estou ficando assustada com as informações lidas. Estudei, me formei e hoje dou aula em uma escola de franquia no Brasil. Já faz 5 anos que ensino inglês e posso afirmar que vejo bons resultados em meus alunos. Porém só li críticas destrutivas quanto ao método de franquia, como por exemplo:
Bom, se o método de franquia possui tantas falhas, o que um brasileiro deve fazer para aprender inglês? Só queria esclarecer que dentro de uma sala de aula, pelo menos é o que nossos professores fazem, costumamos envolver nossos alunos em situações reais, onde possam ser explorados as habilidades da língua inglesa e a criatividade de cada aluno. Apesar de ser um grupo, prestamos atenção em cada aluno e sabemos as dificuldades de cada um, podendo ajudá-lo posteriormente. Então, apesar de ser uma franquia, trabalhamos muito com nossos alunos, e obtemos resultados muito satisfatórios. Particularmente, jamais pensaria em utilizar métodos de ensino comercialmente, isso para mim é má-fé. Usamos a padronização como forma de ensino, e dá certo sim. Quem quer aprender, aprende. Não há erro nisso. Muitos alunos não se esforçam o mínimo para aprender algo, mas a culpada é sempre a escola, que é padronizada, que só pensa didatica e comercialmente. Desculpe a longa narrativa, porém gostaria de opiniões e soluções para esse "problema", que até então só está assustando as pessoas e menosprezando nosso trabalho.
Obrigada. Doreen <doreenbz*hotmail.com> Feb 4, 03
Prezada Doreen,
Assim como você, muitos outros vêem bons resultados. O importante aqui é entender que se você alcança bons resultados, o mérito é seu e não dos livros nem da marca da franquia para a qual você trabalha. Portanto, não seria justo fazer aqueles que sentem o bom resultado de seu trabalho acreditarem que este se deve à empresa franqueadora. Isso criaria uma ideia enganosa de que outra escola, operando sob o mesmo nome, ofereceria serviços de qualidade equivalente, mesmo que empregando professores menos competentes. O nome, a logotipia, as cores nas paredes, aquilo que chamam de imagem corporativa, são apetrechos desnecessários. Pior do que isso, são onerosos, pois o custo excessivo dos materiais obrigatórios e as taxas de marketing para cobrir o custo da propaganda nos canais de TV a cabo ou o cache em dólares de um garoto-propaganda de Hollywood têm que ser repassados para o aluno ou retirados da remuneração de bons professores como você. Um brasileiro que precisa aprender inglês deve saber identificar o bom profissional, o instrutor competente, e não se deixar influenciar pela fachada da escola. Isso não é difícil, como demonstramos em nossa página sobre como escolher um curso de inglês no Brasil. Em paralelo, o bom instrutor deve projetar seu nome, identificando a origem do êxito, e não se deixar ocultar sob um marca, transferindo os méritos a uma corporação anônima e o lucro a um investidor oportunista.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#504: Tempo de aprendizado
Meu nome e Bruno e tenho 30 anos.
Aí vai a dúvida: Qual seria o tempo necessário para, num sistema de imersão total e mediante grande dedicação, se aprender o inglês? Por favor, observe este cálculo:
- 1 ano de cursinho tradicional 1h / dia * 20 dias / mês * 10 meses = 200 h
- 2 meses de imersão total (hipotética) 14h / dia * 30 dias / mês * 2 meses = 840 h
Em suma, os 2 meses de imersão total equivaleriam, grosso modo, a 4 anos de cursinho tradicional, dadas as condições expressas nos cálculos. Isto seria possível na prática? Existem exemplos de programas assim? Quais?
Obrigado pela ajuda!
Bruno Alessi <bruno_alessi*yahoo.com.br> Jan 25, 03
Prezado Bruno,
Sua matemática está correta. Entretanto, você não deve se deixar influenciar muito pela simplicidade quantitativa dos números. O desenvolvimento em inglês de uma pessoa está sem dúvida diretamente relacionado ao tempo de contato com a língua. Mas a qualidade do ambiente, bem como o grau de envolvimento que o mesmo proporciona ao participante, podem ter uma influência significativa. Por exemplo, 10 horas de exercícios de repetição, de memorização de diálogos, de esforço intelectual para decifrar textos ou completar exercícios de um livro, não teriam a mesma eficácia que 5 horas de convívio em situações reais de comunicação em ambiente autêntico de língua e cultura estrangeira.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#503: Como não aprender
Professor Ricardo,
Tenho um problema e preciso muito que me ajude a descobrir qual a melhor forma de aquisição da fluência da língua inglesa. Já fiz curso que habilitou-me a ler e escrever inglês, entretanto, a oralidade deixou a desejar. Em suas afirmações, você menciona que a convivência com nativos é uma das alternativas para se aprender o idioma. Gostaria também de saber se você conhece e aprova a metodologia da ALPS que é baseado na neurolinguística mas ainda adotam Livro 1 Livro 2. A ênfase é a conversação, tive a oportunidade de assistir 1 aula demonstrativa mas é delicado avaliar 1 curso com apenas 20 minutos de demonstração.
Consigo ler, escrever e traduzir textos, mas na hora de falar parece que some tudo e dá branco total. O que fazer??
Izabel Konno <izabelkonno*hotmail.com> Jan 23, 03

Prezada Izabel,
Lembre-se em primeiro lugar que línguas são fundamentalmente fenômenos orais. Este é um fato que ninguém contesta.
Outro fato relevante que devemos considerar é o de que a língua inglesa se caracteriza por uma desconcertante falta de correlação entre ortografia e pronúncia, a ponto de um não refletir mais o outro.

Com base nos dois fatos acima, podemos deduzir que o seu aprendizado de inglês, bem como o de muita gente, foi errado. Você foi orientada a decifrar a língua na sua forma escrita num programa que negligenciou o fundamental, a necessidade de formação da matriz fonológica do inglês como primeiro passo. Na ausência desta, você foi adquirindo familiaridade com a palavra escrita e assimilando subliminarmente uma suposta pronúncia, baseada nas regras de interpretação fonética de sua língua mãe. Além disso, nunca lhe foram oferecidas oportunidades de desenvolver a habilidade de comunicação criativa em tempo real.

O dano é parcialmente irreversível, mas você pode começar a compensar agora com contato mais intensivo com a língua falada (sem desvios) em ambientes reais de comunicação. Você precisará assimilar a matriz fonológica do inglês, as diferentes acentuações tônicas das palavras, o ritmo de produção oral da língua, esquecer os livros de gramática, acostumar-se a viver sem dicionários bilíngues, e usar muito seus ouvidos. Esqueça das receitas tipo Livro 1, Livro 2.

A propósito, não vejo relação dos tradicionais planos didáticos tipo Livro 1, 2, 3 com a neurolinguística, ciência que estuda a estrutura funcional do cérebro e sua relação com a comunicação humana sob um prisma mais clínico do que pedagógico. A ciência que inspira e determina os rumos para metodologias de ensino de línguas, não é a neurolinguística, é a psicologia cognitiva e a psicolinguística, ciências que estudam os aspectos psicológicos relativos ao desenvolvimento do conhecimento e à assimilação e processamento de línguas. Portanto, ensino e aprendizado de línguas não é neurologia, é quase que psicologia pura.

A respeito de aula demonstrativa, permita-me uma analogia: assistir a uma para saber se vai aprender inglês é como olhar para o rosto dos noivos na noite de núpcias para saber se o casamento vai dar certo. Veja por exemplo o caso do Sr. Bonella que levou 2 anos para perceber que a proposta da escola era ineficaz.
Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#502: Aprendizado de inglês e banho de sol
Oi. Me chamo Anna.
Eu adoro inglês, mas ainda não fiz nenhum curso. As coisas básicas que aprendi (palavrinhas) foram através de músicas. Gosto da banda Guns N Roses e em interessei mais sobre inglês por causa dessa banda. Quero muito aprender inglês e falar fluente em pouco tempo porque quando essa banda vier ao Brasil eu gostaria de conseguir falar com eles (se tiver uma chance, é claro). Tem uma escola chamada ............ que garante que eu vou falar fluente em 1 ano e ganharei esse certificado TOEFL que é aceito nos EUA. O curso nos primeiros meses será de 1 aula por semana com duração de 1 hora e com o tempo vai aumentando. A troca de livro e CD é de 2 em 2 meses. Eles disseram que são inglês executivo. Pelo amor de deus, me digam se realmente vou falar fluente numa escola que trabalha deste modo. Não tenho paciência para ficar anos e anos numa escola. Preciso o mais rápido. Me ajudem por favor. Me dêem dicas e digam em que mês desse curso mais ou menos eu vou ver que já estou mesmo falando inglês??
Obrigada. Anna Axl Rose <anaxlrose*ig.com.br> Jan 18, 03

Prezada Anna,
Sua mensagem nos proporciona um perfeito exemplo daquilo que temos reiteradamente denunciado em nossas páginas: a mentalidade mercantilista e o marketing enganoso no mercado do ensino de línguas, tão frequentemente encontrados e dos quais tanta gente acaba sendo vítima.

Saiba que não há milagres no ensino de línguas e que nenhuma escola nem professor podem prever o tempo que você precisará para alcançar um certo domínio sobre o inglês. Assim como duas pessoas podem ficar deitadas ao sol lado a lado, durante o mesmo período de tempo, e uma pegar mais cor do que a outra, assim também uma pessoa poderá alcançar um desenvolvimento muito maior do que a outra, mesmo que frequentem o mesmo curso com a mesma dedicação.

Uma escola séria e honesta irá explicar que cada pessoa tem seu ritmo de desenvolvimento, o qual pode variar muito e depende de vários fatores. O máximo que uma escola pode garantir, é que procura oferecer as condições ideais para que o aprendiz desenvolva sua proficiência e deve explicar os porquês. Qualquer promessa além disto é enganosa e desonesta.

Eu, se fosse você, me afastaria dessa escola e investiria num bom instrutor. Leia nossa página sobre como encontrar uma boa escola e um bom instrutor.

Atenciosamente, Ricardo - EMB

Q#501: Competence without credentials
Dear Ricardo,
Thank you ever so much for your fast and enlightening response to my query the other day.
I would like to take this opportunity to introduce myself. I'm a 42 year-old Brazilian from Porto Alegre, RS and have been a TEFL for 11 years now. I lived in Los Angeles for 3 years and became a teacher by accident. As a matter of fact, I came back from the U.S. to become a flight attendant for a major airline company here in Brazil, and found myself in a classroom for what I thought would be only a part-time job, only that it became THE job of my life.
I love teaching English since the very first day and can say that still today I feel as fresh and enthusiastic about it as I was then. I started out in the field in a school that had great concern with the quality of their services, and the training course I took there was never matched by any other school where I worked afterwards. I was taught from the basics of the Communicative Approach (at the time it was also called Functional Approach) to the task-oriented approach as well as all other current trends in ELT, such as Natural Approach, TPR, NPL, etc.. I personally related to those because they were the approaches I used, myself, to acquire English as my second language. I have also worked with the audiolingual method, teacher centered, grammar oriented and so on, as well in the traditional school setting (50+ students per group) and in a Montessori school. I have been a member of the CUNY- TESL-L for about five years now and have been exchanging information with many teachers, from teachers-to-be to PhDs, Doctors in Linguistics and the like, around the world.
I try to keep up-to-date to all new materials that come to the market by visiting the booksellers (SBS) at least twice a year and buy and read , and frequently adopting new materials every year. I keep in touch with native speakers as much as possible as well as English speaking TV shows, songs, etc., not to mention the web. I once tried to go to College, so I enrolled at U..... They wanted me to take (and pay for) Latin, Portuguese, Sociology, etc. for 4 years before I could get a Certificate. As far as English is concerned, they told me all I had to do was to take the tests for each level (8), of course paying the respective fee for each. Only that they did not have the tests for any level above 4(!). So I took tests for levels 1, 2 and 3 and I refused to pay to take the fourth. The tests were ridiculously easy, poorly made, with many mistakes, which I promptly, instinctively corrected. The Department Coordinator called me up to say that those tests were made by a teacher that no longer worked there and that she "did not have had the time to review the tests, nor make new ones or even the tests for levels 5, 6, 7 and 8", for which, it seems, she did not have a clue. She then told me to attend some classes at level 6 for which they had an ongoing group and "see how it feels..." Well, it felt awful! Nobody spoke English, but the teacher, and she was only reading the teacher's manual of a coursebook which I had worked with many years before and knew it by heart. Needless to say, when I opened my mouth, everybody looked at me and the teacher said "I think you're in the wrong class ..."
Well, so much for college.
I now have my own (small) teaching business, and I go to student's homes/offices to teach them. My groups are small (2/3 ss tops), and they range in level from Basic to High Intermediate. We meet twice a week (60 min.classes). As starting point and for keeping track of the syllabus I use the Integrated English Series, by Oxford University Press, which is based on the communicative approach, comprised of the books Gateways, Transitions and Explorations. I have had groups for as long as 4 years, who are now at high-intermediate level. I am very satisfied with their progress and so are they.
My personal concern is about my qualification credentials, which are none but my experience in the field, situation that many teachers face not only in Brazil, but all over the world.
Reading your comments about qualifications for teachers, I noticed your concern with the English spoken by the teacher and wholeheartedly agree. But (there's always a "but", isn´t there? :o), I was wondering, how can one assess his or her (their?) own qualification, as far as accent is concerned? You see, I have been often complimented on my English by native speakers, but (again!) were they only being polite?
Then again, if I am to trust my peers judgement, I have met highly certified teachers with very poor command of the language and horrible accents and fossilized mistakes in many schools I worked for and seminars and workshops I attended to.
Now, my question is: Would it be worthwhile for me to pursue academic qualification at this point in my life/career? This is a question that remains unanswered.
Sorry for the length and the personal tone, but I really do believe we share the same concerns and enthusiasm about our profession.
Best wishes. Celso Camargo EFL Teacher - FOCUS p.t.s. Porto Alegre <clcm*portoweb.com.br> Jan 13, 03

Dear Celso,
Thank you for sharing your experiences with us. They are revealing and illustrate the weakness of foreign language teaching in Brazil.

You provide an interesting and contrastive example of a competent teacher of English without credentials, when compared to the vast majority of teachers still monolingual but holding diplomas certified by our Ministry of Education. You have the most difficult asset to obtain: the native-like ability.

Academic study is always enlightening, though. It may not directly affect your teaching abilities but it would be a valuable supplement. And I don't see your age as a limitation. I was 38 when I started my graduate studies. However, given the limitations and shortsightedness of most foreign language departments of Brazilian colleges, I would say that the best alternative would be to pursue further education abroad. Maybe just a TESOL certification to make it short and less expensive.

Keep in touch.
Regards, Ricardo - EMB
PERGUNTAS & RESPOSTAS:
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JANEIRO - MARÇO 2001  |  OUTUBRO - DEZEMBRO 2000
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