ARQUIVO 15 - PERGUNTAS E RESPOSTAS DE ABRIL A JUNHO 2001
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Receio não conhecer bibliografia esclarecedora e específica sobre o assunto, mas posso lhe transmitir minha experiência.
Tenho duas filha trilíngues. A mais velha nasceu no Brasil, onde viveu até os 3 anos de idade. Dos 3 aos 6, viveu no Japão. Dos 6 aos 8, nos Estados Unidos. Com 8 anos, retornou ao Brasil. Com 16 anos estudou um ano no Japão e passou dois meses nos EUA. Com 20 anos, estudou um ano nos EUA. Dos 17 aos 22 (idade atual) tem tido frequente contato com falantes nativos de inglês. A história da outra é semelhante.
Naturalmente nenhuma delas jamais fez algum curso de línguas. A assimilação de ambas foi sempre fruto de convívio em ambientes da cultura e da respectiva língua.
Tais ambientes, entretanto, são difíceis de serem criados artificialmente, mesmo que os pais sejam bi ou trilíngues. A língua usada é parte importante do relacionamento entre duas pessoas. Especialmente na intimidade de um ambiente familiar, o qual tem uma identidade única, torna-se difícil criar-se ambientes múltiplos, caracterizados por diferentes línguas. A língua que a família usa é a língua que a criança assimilará. Para assimilar outras línguas, a criança preferencialmente terá que frequentar outros ambientes à época certa e durante o tempo de exposição suficiente.
Entretanto, se desde o início você falar sempre só em português com seu filho, e o pai sempre em espanhol, ele poderá vir a adquirir ambos. Quanto ao inglês, você não precisa se preocupar – assumirá o papel de primeira língua tão logo ele comece a interagir com colegas.
See what Linda Rayner, the former ESL Coordinator of the school that sponsors this site, says in the school's orientation booklet:
Killing Boredom
Teachers always need to be on the lookout for ways to liven up their lessons. Remember that the first ten minutes determine how your lesson will go. If you can capture the students’ interest in those first minutes, they will likely be motivated and participative throughout the rest of the lesson.
By personalizing handouts and other materials, even using the names of the students in the class, learners can relate much better, and learning becomes more pleasurable. Who does not like to see their name in print?
Variety, variety, variety. Make each presentation different, whether it is by changing the order of the activities or using different types of activities. Use texts, music, magazines, newspapers, pictures, etc. The list is endless. Always keep an eye out for something that could be used in class. With a little imagination, even uninteresting topics can be turned into a fun activity.
Games - or activities disguised as games - usually make people work harder than they would for any other kind of activity. There is nothing like competition to work up enthusiasm and a thirst for victory!
The list of boredom killers is endless, but the teacher needs to remain sensitive to the interests of the students in creating suitable activities.
Prezado Deyvison,
Esta questão de variações dialetais é muito
relativa. Puro, em linguagem popular, é sempre o dialeto que cada
um fala. Para o nordestino, o que ele fala é que é puro.
Em linguística usa-se o termo "standard" para referir-se
ao dialeto mais representativo, aquele que predomina nas redes nacionais
de televisão, como o carioca para o português do Brasil, por
exemplo. No caso do inglês norte-americano, considera-se o dialeto
do norte dos EUA e do Canadá como Standard American English.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezada Marcia,
Não existe uma única e milagrosa técnica de redigir
em inglês que lhe proporcione uma boa redação da noite
para o dia. Habilidades com o texto escrito depende inicialmente de domínio
sobre a língua falada. Além disso, depende de familiaridade
com a língua na sua forma escrita. Tudo isso requer uma alta carga
horária de contato com a língua falada e muita leitura. Você
também não aprendeu a escrever em sua língua materna
em pouco tempo.
Muitas vezes, entretanto, apesar da pessoa já ter alcançado,
através do hábito de leitura, uma certa familiaridade com
o texto, além de domínio sobre a língua falada, continua
encontrando dificuldade em redigir. Isto provavelmente deve-se à
interferência dos hábitos de redação da língua
materna.
No português, por exemplo, observa-se a tendência de se ser
vago, de se valorizar a linguagem afastada dos fatos e maquiada pelas formas,
enquanto que a beleza do inglês moderno está na substância,
na simplicidade, na clareza, e na integridade lógica. Se essa tendência
do português for trazida para o inglês, resultará num
texto insólito.
Veja as páginas Como Redigir,
Conectivos e Como
Traduzir sobre esse tema.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Só no plano fonético, as línguas já possuem característcas marcantemente distintas. Assim como ninguém confundiria uma sinfonia clássica com uma música funk, ninguém vai confundir línguas diferentes como por exemplo inglês e português.
Mas mais importante do que isso, língua é um elemento de relacionamento humano. As línguas que a criança fala fazem parte do relacionamento que a criança mantém com as pessoas em seu ambiente. Assim como a criança não se confunde quando fala com a mamãe e depois com o vovô, assim não vai confundir as respectivas línguas que cada pessoa de seu ambiente fala. Só vai confundir se a mesma pessoa falar diferentes línguas, misturando-as e neutralizando suas diferenças de pronúncia.Prezada Fernanda,
A observação que você faz trata-se de um fenômeno normal. Understanding is always ahead of speaking, mesmo com a nossa língua materna. Por exemplo, se você escutar um pronunciamento do Presidente da República em cadeia nacional, feito de acordo com um roteiro muito bem pensado e cuidadosamente elaborado, você o entenderá perfeitamente, embora dificilmente consiga se expressar com tamanha clareza, precisão e elegância. Você também poderá ler uma obra de Machado de Assis e entendê-la plenamente, embora provavelmente não consiga produzir textos com o mesmo grau de perfeição. Nossa habilidade linguística passiva é sempre superior à ativa.
Obrigado pelos comentários de apoio.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezado Amigo,
Você já possui o prerequisito principal para uma boa formação acadêmica na área de línguas. O ideal seria que você tivesse esse mérito reconhecido na forma de isenção de algumas cadeiras. O problema é que nem sempre o titular da cadeira ou do departamento vai querer reconhecer esse fato. Ou porque isso significaria um pagante a menos, ou, no caso de universidades públicas, porquê a burocracia institucionalizada fala mais alto do que o bom senso.
Por outro lado, você deve entender que o conhecimento (fonologia, sintaxe, metodologia, história do inglês) que você pode vir a adquirir num curso superior, é também importante. Não vejo como pular uma etapa. Você deve procurar um programa de qualidade e que valorize da melhor forma possível a habilidade e a experiência que já possui.
Atenciosamente,
Ricardo - EMB
Prezada Eliéte,
Sua pesquisa é muito oportuna, pois toca numa fraqueza do nosso sistema
educacional: o ensino de línguas estrangeiras, particularmente o inglês.
UMA DEFICIÊNCIA DO NOSSO SISTEMA EDUCACIONAL
Embora proficiência em inglês seja hoje uma necessidade básica na formação do indivíduo, nosso sistema de ensino fundamental e médio, tanto público quanto particular, mostra uma flagrante incapacidade de proporcioná-la.
Esta deficiência está claramente demonstrada na avalanche de cursos existentes. Aprendemos Português, Matemática, História e Geografia na escola e raramente precisamos frequentar cursos posteriormente para suprir deficiências nessas áreas. Entretanto, para suprirmos a necessidade de proficiência em inglês, temos que investir milhares de reais e anos de tempo sem a garantia de realmente alcançarmos o resultado desejado.
Como você observou - e todos sabemos, - a maioria dos professores não têm a necessária habilidade com a língua que devem ensinar. Isto entretanto não é a causa, mas apenas um sintoma do problema. Perguntar a um professor como é que ele, tendo feito tudo que lhe prescreveram, não alcançou fluência, seria como perguntar para o paciente porque o tratamento contra sua doença não deu certo.
Minha sugestão, portanto, é que você vá mais fundo em sua pesquisa. Deverá questionar o médico ou descobrir você própria o porque de a receita não ter dado certo.
Você pode começar entrevistando os chefes dos departamentos de Letras de universidades. Questione o porque de muitos desses cursos não exigirem, nem na entrada nem na saída, o pré-requisito fundamental - a fluência na língua. Pergunte-lhes se não seria o mesmo que oferecer curso profissionalizante para instrutores de auto-escolas que não sabem dirigir ao ingressarem no curso, nem ao se formarem. Pergunte-lhes se um professor de língua estrangeira que a fala com desvios e limitações não seria equivalente a um professor de música que canta e toca desafinado.
Questione as grades curriculares desses cursos que priorizam o estudo formal do idioma, que utilizam apenas sua forma escrita como matéria de análise, que insistem nas sutilezas gramaticais, tudo minuciosamente discutido em português bem claro, programas que, na sua maioria, negligenciam a língua na sua forma oral e no seu aspecto criativo e funcional, omitindo estudos nas áreas de fonologia e psicologia cognitiva.
Finalmente, questione a autoridade maior, a Comissão de Especialistas em Ensino de Letras do Ministério da Educação, cuja tarefa é autorizar o funcionamento dos cursos de Letras que estarão credenciados a conferir títulos de professores de língua estrangeira. Pergunte-lhes se, antes de catalogarem o número de especialistas e mestres que o curso tem, não deveriam se certificar de que os mesmos realmente falam a língua estrangeira sem desvios e de que o projeto pedagógico do curso garante que seus egressos também alcancem fluência e acuidade condizentes com a função que irão exercer. Pergunte-lhes, por exemplo, se antes de avaliarem laboratórios e recursos audiovisuais, não deveriam avaliar a existência de programas de intercâmbio que facilitem aos alunos irem ao exterior ou terem contato com falantes nativos em ambientes multiculturais por aqui mesmo.
Não deixe de procurar também cursos superiores bem estruturados, em que a maioria dos egressos possui a necessária proficiência. Se encontrar um, identifique as diferenças e o porquê do êxito.
Se você expandir sua pesquisa a outros países, verá que não é só o Brasil que enfrenta esta dificuldade. Isso nos leva à conclusão de que a raiz do problema está na falsa e generalizada ideia de que podemos desenvolver proficiência, ou seja, habilidade prática e funcional, através do estudo formal, o que seria como aprendermos a dirigir pelo manual, tendo raramente nos sentado à direção de um carro. Esta ideia está profundamente enraizada e é plantada em nossas mentes já na escola secundária ("quem não estuda não aprende"), cuja orientação sempre foi e continua sendo predominantemente direcionada ao estudo de gramática, à análise do texto escrito, que prescreve esforço intelectual para acumular informação, cumprir um currículo, injetar o conteúdo e chamar isso de aprender inglês.
PERGUNTAS E RESPOSTAS: ÍNDICE
JULHO 2005 - DEZEMBRO 2006 | JANEIRO - JUNHO 2005
JULHO - DEZEMBRO 2004 | JANEIRO - JUNHO 2004
JULHO - DEZEMBRO 2003 | ABRIL - JUNHO 2003
JANEIRO - MARÇO 2003 | OUTUBRO - DEZEMBRO 2002
JULHO - SETEMBRO 2002 | ABRIL - JUNHO 2002
JANEIRO - MARÇO 2002 | OUTUBRO - DEZEMBRO 2001
JULHO - SETEMBRO 2001 | ABRIL - JUNHO 2001
JANEIRO - MARÇO 2001 | OUTUBRO - DEZEMBRO 2000
JULHO - SETEMBRO 2000 | ABRIL - JUNHO 2000
JANEIRO - MARÇO 2000 | OUTUBRO - DEZEMBRO 99
JULHO - SETEMBRO 99 | ABRIL - JUNHO 99
JANEIRO - MARÇO 99 | OUTUBRO - DEZEMBRO 98
JULHO - SETEMBRO 98 | JANEIRO - JUNHO 98
MARÇO - DEZEMBRO 97 | SETEMBRO 96 - MARÇO 97
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